domingo, agosto 12, 2007

Falar de minha experiência

Quem pensa que pensadores como eu não tem sentimentos se enganam, pois temos de uma forma muito mais aflorada até. O filosofo inglês David Hume escreveu qual era a sensação de está angustiado, a angustia filosófica é muito maior do que pensamos, porque a sabedoria que temos é muita grande e sabemos das mazelas do mundo. Falar de sentimentos não é nunca fácil, mas para nós amantes do saber, é muito mais. Eu como um admirador dos pensadores de todos os tempos, que podem me dar o que mais preciso como analise do que uma outra pessoa. Não sendo arrogante, mas devo ter minha convicção que devo ter um motivo para ter toda essa bagagem intelectual.

Mas vamos aos fatos que levaram – me a fazer mais uma reflexão. Nesses últimos tempos tenho tido situações que muito me fizeram pensar num modo geral, pois o ser humano como um animal político e social, convive com seus iguais. Fui impedido de estudar graças a atitudes de alguns de não querer aumentar o prestigio de sua universidade, com extrema limitação intelectual, com atitudes sociais que eles gostam de pregar. A tal universidade, Universidade Paulista, pensa ser alguma USP ou PUC ou até mesmo o Mackenzie da vida, mas não é, é apenas uma universidade de periferia que é confundida sempre com as UNIs da vida e como tal poderia ter humildade. Mesmo outras universidades são muito mais respeitadas do que a mesma, gostei de estudar lá, mas não é umas das melhores já que confundem humanas com exatas. Aí analisamos que se uma universidade não pode dar bolsa para uma pessoa com deficiência, não seria um ato de impedimento que o mesmo tenha uma educação como os outros e isso caracterizar como preconceito velado, tanto pela deficiência quanto à condição de pobreza? Mesmo assim foi negociado que poderia pagar com trabalho, ao invés de pagar um salário, iria pagar a mensalidade e pelo que eu sei, não existe pessoas com deficiência trabalhando lá e isso caracteriza o descumprimento da lei que as empresas com mais de 100 funcionários, 5% tem que ser pessoas com deficiência. É uma pena que pessoas desqualificadas recebam alvarás para abrir universidades, pessoas acostumadas com gado que não sabem o que é educação e humildade, respeito pela educação também é uma lição de cidadania e não só cumprimento das determinações do MEC. Às vezes essas coisas fazem refletir muito e cheguei a conclusão que minha vocação é filosofia, amo a sabedoria, amo o bom senso, amo a Comunicação Social; mas não suporto demagogia, é ruim, muito ruim para uma instituição que quer crescer.

Meu irmão que estudou no Mackenzie, mesmo com meu pai trabalhando e não sendo pessoa com deficiência, recebeu bolsa. Ora, educação é isso, aumentar o prestigio da instituição é isso, não propagandas no horário de programas jovens que isso acontece. Ser o “Mix” da educação é destacar benefícios para que isso ocorra, é saber onde ter que abrir mão para uma melhor visão do mercado, isso sim é uma visão inteligente e de futuro. Mas depois de tudo, estou contente, estou numa valiosa lição que a vida me mostra nesse momento, onde se fecha uma janela com certeza se abrira uma porteira.

Outras coisas me fizeram também refletir, me fizeram pensar se realmente é importante deixar a si mesmo por causa das pessoas, das coisas, das instituições. Digo que a vida é o que escolhemos, é nossas escolhas que determinam o que vivemos. Nessas escolhas às vezes esquecemos de nós mesmos, como o estudo, como a essência de nós que lá no fundo é deixada de lado. Esse ultimo namoro fez refletir qual a importância de outra pessoa em nossa vida, porque esquecemos de nós e nos colocamos tanto dependentes do outro, sendo que o mais importante é nós mesmos. As pessoas querem demais de nós, exigem que temos que ser iguais a elas, que todos são iguais pensam iguais e não é assim. Cada pessoa caracteriza seu jeito singularmente, pois isso vale no ambiente onde vive, como foi educada e que grau seu espírito se encontra. Mas não podemos nos doar as coisas tanto, porque podemos esquecer de nós e depois ficarmos sofrendo, pois as outras pessoas podem até entender, mas o sofrimento só nós sentiremos. Doei tanto as pessoas e as coisas que depois fiquei aqui, com meus livros, com meu saber, com minhas lembranças. O que valeu tudo que eu fiz? Experiência? Talvez. Talvez eu tenha aprendido que o mais importante sou eu, que por mais que eu faça, sempre vão exigir mais e te chamar de repressor. O amor é muito mais profundo do que as pessoas dizem, o amor é muito mais do que matéria, muito mais do que um olhar, é muito mais do que um beijo. Podemos amar a pessoa com a alma, podemos amar a pessoa somente por amar pura e simplesmente e a outra pessoa vai sempre ficar ao nosso lado nos amando.

As pessoas perderam o respeito por si mesmas, perderam a característica de ver o lado bom das pessoas e somente vê o lado ruim, isso para nós pensadores é um fardo muito pesado, pois nos caracterizaram como pessoas chatas. Mas somos seres humanos como todos, rimos de piadas, brincamos com os amigos e tudo mais que todos fazem, só que não temos simpatia com o senso comum. Nós como represas de culturas, escritos, de pensamentos e visões singulares, somos pessoas que vimos longe, muito mais do que o horizonte do senso comum.

A linguagem muda conforme o entendimento e o sentimentos das pessoas, seus interesses mudam conforme o entendimento daquela situação. Nós fechamos muito nossa essência para pôr a mascara social, as características que querem que tenhamos para agradar eles, mas não agradamos a nós mesmos. O que somos nós, além do que aprendemos e vivemos? Fico pensando nas formigas que morrem para defender o formigueiro, podem destruir até mesmo colméias inteiras. Mas o ser humano tem o diferencial, elas recebem ordem químicas que não tem escolhas, nós somos racionais e podemos fazer essas escolhas; muitas coisas são condicionadas intencionalmente, não como a formiga que tem que fazer aquilo, nós escolhemos. Quando as primeiras aldeias foram construídas, foi de extrema escolha de melhor adaptação de habitar que poderia beneficiar a evolução social. Assim, como nossos ancestrais, temos escolhas de melhor adaptação para ter uma condição melhor, ter uma vida melhor e assim evoluir. Nossas escolhas tem haver com nossa liberdade, pois não interessa o que os outros façam de nós, mas sim o que nós fazemos com que fazem de nós; liberdade também é o poder de enxergar o obvio, o latente obvio e dizer para si mesmo, “não desista”.