“Derrubar ídolos - isso sim, já
faz parte do meu ofício.”
― Friedrich Nietzsche
Amauri Nolasco Sanches Junior
Eu
nunca fui fã de futebol e estou pouco me fodendo para qualquer
campeonato do mundo inteiro. Quem liga se o Corinthians
ganhou ou não? Ou que o Palmeiras
ganhou ou perdeu pontos? Detesto quando estou escrevendo, vem um
bando de debeis mentais soltarem rojões – como se aquilo fosse
fogos – na nossa orelha comemorando o jogador ganhar dinheiro.
Também, dês do Santos,
nunca achei que o Neymar fosse um jogador excepcional do
tipo de Pelé ou de um Mané Garrincha (que eu acho melhor que o
Pelé).
Mas,
como ele só é um produto da mídia, quero falar da cultura do
“machinho” que é muito difundida aqui no Brasil. Primeiro, somos
uma cultura em que predomina uma visão cristã, uma visão que os
fracassados serão
acolhidos pelo Senhor para serem feliz no paraíso. Só para começar,
isso não existe, o que existe são fracassados que estão vivos –
que não conseguem ler um livro sequer – e existem fracassados
mortos que serão espíritos fracassados (você pode acreditar ou
não, mas, vai continuar um espírito
fracassado). O fracassado é
o espírito
decadente que renega a vida para projetar uma coisa que
pode ou não acontecer, porque o agora ele não é nada. Aliás,
o macho alfa, na verdade, é um fracassado que acha que pega todas e
tem uma “puta” frustração da
sexualidade dele. Deveria ser de boa e arranjar alguém e sossegar o
facho. Mesmo o porquê. a traição dá muito trabalho.
A minha
questão é muito mais dessa discussão de rede social que leva ao
escarnio burro e a miséria intelectual – além de transformar
redes sociais como o Twitter uma parece de banheiro publico – que
se agarrou na nossa cultura. O que aprendemos com o caso do Neymar
Jr? Para começar, ele é um produto de um pai que não deu certo. Em
algum momento, alguém ouviu falar no pai do Neymar? Não. No mesmo
modo, existem vários pais que queriam ser médico
e não conseguindo ser, projeta o filho a ser médico.
Vai ser um médico
fracassado e pode matar várias pessoas. Assim,
com existem pais que nunca tiveram a coragem de ser engenheiro civil,
projetam no filho um engenheiros. Prédios caem.
Depois,
temos uma cultura do poder, ou seja, quem tem dinheiro ou fama, acaba
sendo um mito. Na verdade, o
jogador Neymar Jr – não só ele como todo jogador ou ídolo
– é um produto de
marketing para vender um herói que não existe. Como eu disse, o
Neymar não é um excelente
jogador (nem ruim), teve só uma propaganda boa. Mas, também, tem o
mesmo vicio de qualquer jogador ou ídolo
qualquer, se achar o “fodão”. Ele tem que saber que as mulheres
vão se aproximar por causa da grana e ainda mais, na nossa cultura,
que o poder e a fama é uma
“vantagem”. Temos a cultura da vaidade
(que seria um pecado, já que vaidade é um pecado capital). O rei
Salomão – se foi ele mesmo – escreveu,
no Eclesiastes, que tudo é
vaidade. Por quê? O ser
humano é um animal social, como animal social, é sucessível a
sempre ter um status acima do outro por se impor ao outro. Muitos
dizem que é culpa da ideologia capitalista, mas, não é.
O comportamento de ter muitas coisas
(território) e ter várias fêmeas (mulheres), pode ser vistos com
frequência no comportamento dos nossos primos biológicos,
chipanzés. O interessante é que quando você tem muito mais estudo
e tem muito maia visão crítica, essa necessidade vai ficando cada
vez menor e a visão de ter menos e com qualidade, vai ficando cada
vez mais frequente. Um homem com estudo sabe que deve ter menos
coisas – quanto mais você tem, você gasta mais – e você deve
ter uma única mulher e ficar de boa. Se
você tiver uma mansão, por exemplo, você vai pagar mais IPTU, mais
contas, mais empregados e etc. Se
tiver um carro caro, a manutenção vai ser muito mais cara. Uma
mulher você cresce com ela, ama só ela, você se dedica a ela.
Traição é um erro, não no sentido só ético, mas, no sentido
muito mais barato e prático ser fiel. Você tem que esconder. Você
tem que vigiar toda hora o celular. Você tem que mentir e bancar a
mentira. Pagar para manter outra família escondida. A questão vai
além da moral.
Portanto, hoje com o advento da
internet, temos ídolos de areia que só no chute, são desfarelados.