quinta-feira, agosto 07, 2014

Critica a “banalização” Pura










Aristóteles em sua obra Politica (Sobre a Politica no original), nos diz que o homem é um animal politico e porque ele se torna sábio (sophos) quando ele está em sociedade. Lembramos que quando o filósofo de Estagira diz que o ser humano é politico ele não está dizendo em políticos profissionais, mas o “politikon” grego que quer dizer “morador da polis” e como morador da Polis, ser levado a também discutir problemas da polis. Só que o grego se preocupava muito com a finalidade das coisas e não no principio, para o homem moderno o ser humano existe dês de concepção do seus pais com o ato reprodutivo, para o grego, o homem só era homem por causa do aprendizado que recebeu. Para o moderno o principio é importante, o grego o importante era a finalidade que podemos ver em sua arte e que o filosofo Aristóteles vai tomar como base, porque para ele, o homem como morador da polis era capacitado de aprender varias técnicas e varias finalidades. Ao contrario do moderno que derrubou mais ou menos essa tese por outra que diz que o homem consegue ser sábio só quando se isola, Aristóteles demostra que cada vez que o homem se envolve com a polis, ele se torna mais sábio. 

Ora, se somos animais que somos sociáveis e cada vez mais, com a polis, adquirimos sabedoria, como homens pré-históricos, isolados e nômades, descobriram tantas coisas e ficaram cada vez mais sábios? Então, não é que o homem em sociedade fica mais sábio, mas seus erros lhe torna em principio, mais perceptivo com que não pode fazer, superando e aperfeiçoando. Ao longo das eras, foram inúmeras, que o ser humano saiu da caverna e construiu cidades e essas cidades se tornaram reinos e esses reinos se tornaram impérios imensos, o ser humano usava esse principio como o principio para o aperfeiçoamento. Hoje em dia – que é um paradoxo muito estranho, já que estamos na era da informação – não se usa mais e se comete o mesmo erro milhares de vezes e nunca o ser humano aprende, porque o principio básico da racionalidade é sair do erro e entrar no acerto seja na vida afetiva, seja na vida espiritual, seja na vida profissional e até, naquilo que tem vontade. Mas voltamos de novo a um paradoxo, porque o que vai definir como certo e errado é a leitura daquilo que fazemos como conceitos a partir dos valores que recebemos, porque a principio, o ser humano é construído pelos valores sociais recebidos pela própria família. Assim construirmos culturas e e aperfeiçoamos leis a partir dos valores regidos em cada época e isso se faz com a ética (ethos) que nada mais é do que costumes. 

A Critica vem do grego “kritikê” que seria a arte de “julgar, “separar” e “discernir” algo ou alguma situação que fere a moral de algum jeito. Na filosofia moderna – diferente do senso comum que só julga sem discernir o que é certo ou errado – a critica é uma analise sistemática sobre as condições e consequências de um conceito, de uma teoria ou uma disciplina. Um exemplo é a critica ao regime nazifascista que não julga, mas deve ser feita em uma analise sistemática de algo muito mais profundo do que um simples julgamento. A Critica deveria ser uma analise muito mais definida do que argumentar se aquele lado está certo ou aquele lado esta errado e sim, analisar do ponto se é o não é importante para aquele momento. Se queremos criticar o site da UOL, por exemplo, temos que fazer uma analise sistemática ao conteúdo que o site nos trás como informação e não um julgamento fútil que é apenas a “banalização” de uma opinião e do próprio conceito da critica. Então, por que não analisar o conteúdo daquilo e dizer o que pesa sobre o conceito daquilo? Por que não analisar a fala de certo candidato e não o partido no qual pertence? Aliás, a pessoa só usa o partido aqui como suporte eleitoral porque não se pode concorrer sem nenhum, então, não podemos fazer essa analise. 

Vimos muito isso nos comentários de grandes sites, se julga mais pelos valores que somos expostos do que a noticia em si mesmo e que muitas vezes, como diz um tio meu, se ouve o galo cantar e não se sabe onde esse galo está cantando. Ou seja, não se analisa a informação e já se repete essa mesma informação, banalizando a própria informação dada no seguinte momento. Banalizar algo é desgastar a imagem daquilo como sendo algo inútil e que pode ou não ser importante, como a banalização da violência nas grandes cidades, se tornou algo desgastado e normal (que não é). isso ocorre em todos os setores e em tudo que fazemos, devemos ter uma critica para sairmos da minoridade e analisar aquilo a partir do que é o mais importante, se é ou não útil para uma vida mais plena e a procura de elevar-se acima dos princípios básicos que é, evoluir. 

Evoluir para onde e por que? Essa é a questão primordial dentro da filosofia, porque hoje a critica se tornou algo banalizado – certamente banalizaram até a Critica como um julgamento apenas – porque não se analisa as finalidades. Se enxerga muito a importância em se falar em futebol – lembrando que a importância é o surgimento do assunto futebol – mas não se analisa a finalidade que o futebol pode ter na vida de cada ser humano e é essa finalidade que vai tornar o futebol algo de bom ou algo que apenas é um assunto corriqueiro que todo mundo sai falando. Nem sempre o que todo mundo sai falando é o certo de se fazer – ninguém em sua sã consciência, vai escutar determinado tipo de musica por causa de que todo mundo sai por ai ouvindo – mas também o certo e errado depende como os valores agregam em nossas vidas. Muitas pessoas acharam que o tigre não deveria ser sacrificado só por causa dá conduta do pai de querer colocar o menino mais próximo dos animais expondo o menino ao perigo, outros disseram que deveria porque o tigre atacou por maldade (lembrando que maldade e bondade são valores agregados dentro da cultura humana apenas). Immanuel Kant que viveu no final do seculo dezoito, diria que temos que olhar a conduta do pai e fazer uma Critica da sua ação, lembrando que é a analise sistemática de algo ou alguma ação, tendo como base o que levou ele a fazer isso sem olhar que seu filho poderia (como aconteceu) se ferir. 

Mesmo se alguma celebridade que não era muito noticia, por razões obvias que a fama pode trazer e levar esse mesma fama, hoje em dia aparece falando algo que causa polemica. Por que será? A Critica deve ter a profundidade da analise verdadeira e não a analise somente julgadora, porque uma analise julgadora é uma analise dos valores agregados e não uma analise dos fatos ocorridos, são juízos sintéticos que só enxergam o que são contidos em uma certa moral. Quando dissermos que aquela pessoa com deficiência não está apta a trabalhar por causa da sua cadeira de rodas, é uma critica do senso comum e também um juízo sintético, mais popularmente chamado de juízo de valor (como todo preconceito o é). Porque o empregador usa a imagem vitimizada da cultura religiosa das pessoas com deficiência que mesmo se esse empregador ou funcionário do RH não seja religioso, nossa cultura ocidental herdou a imagem religiosa que mil anos dominou nossa cultura – os orientais equilibraram isso, mas é assunto para outro texto – então eles irão julgar não pela finalidade, mas pelo principio que é a cadeira de rodas e a deficiência. Aliás, foi um grande erro levado ao pensamento moderno. 

Só podemos concluir que o pensamento Critico não deve ser levado para o lado dos valores contidos em uma cultura, mas ampliar essa visão analisando o que os gregos faziam, ao invés de olhar o principio, temos que olhar a finalidade e a finalidade é o ideal para uma vida mais ou menos sem cair nas teias da aranha Midiã e as informações manipuladoras. 


Amauri Nolasco Sanches Junior 


Liberdade em Aristóteles e Santo Agostinho