sábado, dezembro 21, 2019

Cadeirante com cara de Ursinho Puff e o Chapeleiro Maluco da Havan




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- Gatinho de Cheshire (...) Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?
- Isso depende muito de para onde quer ir - responder o Gato.
- Para mim, acho que tanto faz... - disse a menina.
- Nesse caso, qualquer caminho serve - afirmou o Gato.
- ... contanto que eu chegue a algum lugar - completou Alice, para se explicar melhor.
- Ah, mas com certeza você vai chegar, desde que caminhe bastante.
- Mas eu não quero me meter com gente louca - ressaltou Alice.
- Mas isso é impossível - disse o Gato. - Porque todo mundo é meio louco por aqui. Eu sou. Você também é.
- Como pode saber se sou louca ou não? - disse a menina.
- Mas só pode ser - explicou o Gato. - Ou não teria vindo parar aqui.
Alice achou que isso não provava nada. No entanto, continuou:
- E como você sabe que é louco?
- Para começo de conversa - disse o Gato - um cachorro não é louco. Concorda?
- É, acho que sim - disse Alice.
- Pois bem... - continuou o Gato. - Você sabe que um cachorro rosna quando está bravo e abana o rabo quando está feliz. Mas eu faço o contrário: eu rosno quando estou feliz e abano o rabo quando estou bravo. Portanto, eu sou louco.
(Alice No País das Maravilhas)
 CARROLL, L., Alice no País das Maravilhas, 1865.


Um dos livros de filosofia que mais gostei de ler foi Alice no País das Maravilhas de Lewis Carrol, que conta as aventuras de um mundo doido onde nada tinha lógica e os objetos eram, completamente, vivos e falantes. Na visão da Alice, todo aquele mundo não fazia sentido porque tinha aprendido que as coisas tinham uma ordem lógica, isso também, era pensado na ordem moral. Estava em tempos vitorianos — a moral vitoriana veio da rainha Vitoria, da família perfeita — e muita visão moral, que alguns casos ainda ficou, começa a ser questionada em todas as áreas. Visivelmente, Carrol faz duras críticas a essa educação vitoriana e começa a colocar um mundo que não existe lógica e nem princípios morais que pudessem quer questionados. Mas, o que seria uma moral de verdade? O que seria a própria realidade e a normalidade?
A maioria dos brasileiros idealizam a realidade a partir dos princípios que regem sua religião, rege sua ordem moral. Mas, que ordem moral poderíamos seguir? Mais ou menos, trezentos anos antes de cristo, o filósofo Sócrates já observava que as pessoas eram boas para agradar as outras pessoas, para se passarem de detectoras de conhecimento e sabedoria e a bondade em ajudar o próximo. Sócrates dizia que nada sabia, exatamente, para mostrar que ele com o vasto conhecimento que tinha da alma humana, não sabia de tudo e sabia que não sabia de tudo. O filósofo dizia que a verdadeira bondade é só alcançada quando adquirimos um certo conhecimento e esse conhecimento, faz com que vejamos uma bondade além das ordens morais que regem a sociedade. Platão, por ter uma carga não só da filosofia socrática, mas também, seguiu vários outros filósofos, seguiu nesse caminho do conhecimento e ignorância. Sua ideia da caverna nada mais é do que o conhecimento do homem que saiu dessa caverno e o resto, que continuou a ver as sombras. Mas, por que a maioria continua a querer ver as sombras? O simbologismo das sombras e bastante simples, pois, nem sempre o formato da sombra é do formato do objeto que é projetada a sombra. Podemos até mesmo, manipular o formato dessa sombra.
No livro — talvez, Carrol tenha lido Platão — Alice tinha tirado uma soneca e acordou com a irmã te chamando para tomar um lanche. A realidade é construída a partir daquilo que escondemos em nosso íntimo como valores morais, você pode ser consciente desses valores ou esses valores são ocultos na sua consciência. Sonhos, na maioria das vezes, são aquilo que está lá escondido no seu inconsciente e ninguém — nem mesmo você — sabe que aquilo existe. Aliás, Aristóteles sempre dizia que a ética se pratica e não, se teoriza. Então, quando se votou no Bolsonaro, eu tinha na minha cabeça, que votaram nele para as leis e para cumprir essas leis, mas, o que eu estou vendo é a mesma coisa que sempre eu vi. Um fanatismo exagerado e uma oposição burra e porca que não sabe, nem mesmo, argumentar. Por que Paulo Freire é um energúmeno? Por que é culpa do TV Escola o nosso desempenho escolar? Será que cultura é uma coisa ideológica? Enquanto o mundo se moderniza e se acessibiliza, o Brasil ainda quer viver em uma cultura do século dezenove hipócritas e que não tem nada a ver com o mundo de hoje. O Brasil quer ser um país atrasado.
Mas, sabe o melhor lugar para ver o atraso mental e o atraso do empregado vassalo? Linkedin. Só vejo autoajuda vagabunda e pessoas que acham que entendem de marketing, mas, não leram um Krotter sequer. Só fica lendo artigos de coachings vigaristas, palestras vagabundas e livros que nada trazem de conhecimento e nada vão trazer para uma empresa mais prospera. O Luciano Hang é péssimo de marketing, diz ter lido Olavo de Carvalho e acha que está fazendo uma boa causa trazendo o ursinho puff de cadeira de rodas para o seu vídeo. Um alienado ou um cúmplice? Eis o mistério.

sexta-feira, dezembro 20, 2019

Véio da Havan não gosta de deficientes









Nosso caráter é o resultado da nossa conduta.






Eu não ia falar nada, mas eu não gosto do jeito que esse “empresário” faz seu marketing. Para quem não sabe, além de ser técnico de informática e filósofo da educação, sou um publicitário como um publicitário, acho os vídeos do Luciano Hang — como marketing para a Havan — uma bosta. Soa, completamente, falso e não tem graça nenhuma. E essa análise não é uma análise ideológica não, uma análise, totalmente, técnica. Além dele chamar nós, pessoas com deficiência de doentes no Teleton, agora diz que acessibilidade é burocracia em Chapecó (SC). No vídeo, ele diz que o piso tátil da loja é muito feio e que não deixa sua loja arrumadinha.
Esse culto a ignorância que dura a 16 anos em que um presidente não abre um livro, não tem um curso acadêmico e que não está a parte dos acontecimentos de cada Estado, está causando muitos problemas para as minorias e acessibilidade. Todos nós sabemos que temos uma elite burra, só vê que financiam essa cultura porca que não tem expressividade nenhuma, e nunca na história do Brasil, tece qualquer início de intelectualidade. Nossas universidades formas mentecaptos que não sabem nem de filosofia, não sabem de história do Brasil — nem o rock escapa, pois, teve que uma banda sueca prestar homenagem aos pracinhas da segunda guerra mundial — não sabem escrever e no escopo dos seus funcionários, não sabem ler. Como vamos ter um Brasil descente se nem a elite sabe da história do nosso país? Lá fora, os empresários gostam do seu país, gostam da sua pátria e sempre criam ONGs para ajudar ou fazer trabalhos sociais, nossa cultura é mesquinha e hipócrita.
O Luciano Hang não está sozinho nessa, muitos empresários não querem nem obedecer à lei de cotas. Aquela PL que desobrigava os empresários e contratarem pessoas com deficiência, só é a choradeira dos empresários que acham que nós temos nosso diploma por piedade das universidades. As pessoas da região do Luciano Hang — no sul — a maioria acha que pessoas com deficiência devem ser trancadas nas APAEs, nas AACDs da vida e não estou brincando, vários grupos no Facebook não me fazem mentir. Estamos num país de uma cultura do século dezenove, que não se cabe mais e nem interessa ao país. Enquanto isso, vimos vídeos de bosta, e uma autoajuda vagabunda no Likendin de um empresariado burro é muito podre de marketing.


quinta-feira, dezembro 19, 2019

#BrasilReal : fábrica de falar merda chamada Brasil



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Um dos traços mais notáveis de nossa cultura é que se fale tanta merda.”

(Sobre Falar Merda, Harry Frankfurt)




O que é falar merda? Todos dizem que falar merda é dizer alguma coisa como uma asneira, mas, não é bem assim. Eu entendo que falar merda é falar aquilo que se acha que sabe, porém, não sabe e se pensa ainda saber. E isso não é um problema de agora — no século vinte e um — ele é um problema desde muitos milênios, quando o poder começa a falar merda para dominar e deixar o povo ignorante para falar muito mais merda ainda. Por que? Seria bastante interessante se ter a população na ignorância, para governar e ficar falando aquilo que não sabe. Como Sócrates detectou, que as pessoas achavam que estavam falando coisas que tinham sentido, mas, não tinha a menor lógica você acreditar naquilo. Sócrates percebeu que as pessoas não eram boas de verdade e indo mais além, as pessoas nem sabiam o que era bondade de verdade e só falavam merda.
Platão, que continuou de certa forma, o legado socrático, chegou a conclusão que opinião não é conhecimento. Falar merda não era sinônimo de conhecer alguma coisa, mesmo o porquê, quem fala merda não sabe nem a origem daquilo que está falando. Afinal, Platão viu seu mestre Sócrates sendo morto porque um poeta — se pagaram ele ou não, não interessa — começou a falar merda do filósofo e o povo, que deu razão ao poeta, deram razão a merda falada. Platão chegou a conclusão, que toda aquela merda que o poeta disse que o povo sempre acha que é verdade, são produto de uma essência que chamamos de verdade (arethe), mas, de meras ilusões que as pessoas acreditam e a merda é construída a partir de um chorume maior. Mesmo o porquê, sabemos que a instrução verdadeira não acontece em escolas públicas, mas, por conta própria. Tudo que aprendi ao longo da minha vida, não foi numa escola, foi em livros e pesquisas na internet. Que aliás, existem várias merdas que, por via de muitas dúvidas, devem ser pesquisadas as fontes.
Por que ninguém pesquisa a fonte? Porque a maioria das pessoas continuam ainda achando que sabem, pois, é muito mais cômodo achar verdades que foram prontas para seu conceitos. Nos desiludimos com certo politico, por exemplo, outros teóricos começam a falar merda colocando ideologias que não são dele, não fazem parte nem da ideologia partidária que defende. Mas, para a maioria, aquela verdade é confortável. Como se você fosse um fedelhinho e está confortável em um cobertor sendo acariciado pela mamãe que irá te proteger, mas, a vida não é aquele edredom cheiroso e quentinho, a vida é cobertor velho cheirando bosta das diarreias mentais que a maioria tem. A maioria acha que esse cheiro de bosta é culpa do outro, o outro quer te colocar nesse cobertor cheirando bosta. Mas, você cagou sua vida e não quer assumir. Você acha que sua vida é um talco cheiroso, mas, a sua vida é cheia de maria-fedida (bisorinho que deveria ser o nosso símbolo). A maria-fedida sempre entra no meu quarto e deixa cheiros horrorosos, do mesmo modo, quando entre uma ideia dentro de uma cabeça vazia.
Não estou dizendo que as pessoas não sabem de nada, mesmo o porquê, a capacidade cerebral de todo mundo — pelo menos, a parte racional — é igual. Como Platão disse, uma mera opinião é uma ideia muito rasa daquilo que se acha que sabe, mas, não sabe. Saber é você ler sobre, estudar sobre o assunto, e depois saber o que argumentar. Na verdade, a maioria das pessoas estão em um mundo ilusório e que pensar ser realidade, mas, estão numa ilusão, uma caverna que só existem sombras. Afinal, o que a realidade? Realidade é você estudar 20 anos e aprender o que os outros querem? Realidade é trabalhar para os outros sem questionar? O que é a realidade?