sexta-feira, novembro 29, 2013

Esquerdistas ou fascistas?

filosofia, política, pensamento




Por Amauri Nolasco Sanches Junior

Vendo o professor e filosofo Paulo Ghiraldelli Jr sendo acusado de racista, homofobico e machista sem poder se defender me deu uma expressao que estamos beirando a uma ditadura do “politicamente correto”. Vimos isso quando lemos o jornalista Leonardo Sakamoto dizer muitas asneiras e ser aplaudido de pé, pois o que ganha nesse país é o discurso onde se defende os “excluidos” as minorias e Ghiraldelli – apesar de nossas divergencias filosoficas – sempre defendeu essas minorias. Fica claro a preferencia do brasileiro em seguir as regras dos “outros” e não fazer uma analise da propria pessoa. Essa manifestação contra o Ghiradelli é um sintoma desse pensamento fascista do “politicamente correto”, onde o que vale é esse discurso fraco e pouco democratico.

Isso me fez lembrar de uns dos filmes de Quentin Tarantino – se não me engano Cães de Aluguel – no começo do filme, os mafiosos do filme começam filosofar a musica da Madonna “Like A Virgin” (como uma virgem). No contexto do filme, há um ar de ironia quando Tarantino coloca “bandidos” tendo um momento filosófico com uma música pop e ainda da Madonna. Por que? Porque a Madona é considerada uma mulher vulgar, protótipo da “loira burra” que não faz outra coisa do que tem tesão pelos “bombadinho” e não sabem nada do mundo. Muitos se assustam com as entrevista da Madonna quando ela diz ser budista e estudar a Kabbalah, exibindo um conhecimento muito profundo, mostrando que o palco é so um meio de interpretação. Na verdade os “politicamente corretos” detestam Tarantino, não entendem a alta dosagem de ironia quando é mostrada o senso-comum como preconceituoso e moralmente, “canalha”. Esse discurso ultrapassado feri a liberdade e torna ela algo como uma faca que pode ferir e matar princípios que só cada um tem, como já ouvi, vivemos numa sociedade. Madonna canta o que toda mulher pensa e sente, só que a moral “politicamente correta” não deixa ela ser livre, pois mesmo na era “playboiana” onde as mulheres se exibem, temos anda elas se escondendo em conceitos errados. Vivemos em uma sociedade, mas a sociedade não vive conosco, a sociedade é fascista e só quer ouvir suas próprias opiniões coletivas. Ficam inventando conceitos que não existem e ainda, prendem em crenças inúteis e que nada vão ajudar a amenizar sua pobreza – porque a pobreza vem do seu próprio conceito desmantelado onde só quem é pobre é quem se sente pobre, porque a pobreza está no espirito – não vai amenizar seus problemas e nem sua dor.

Ghiraldelli, assim como a Madonna, não quer agradar o mundo, apenas querem mostrar o mundo seus sentimentos e pensamentos. Ou, nas inúmeras músicas que ouvimos por ai, fazer história de fatos ocorridos. Como a Madona no caso da música “Like A Virgin”, apenas está dizendo que a primeira vez da protagonista não foi o que ela idealizou e só no agora, nesse momento com o namorado atual, ela se sente “como uma virgem”, uma garota no começo da adolescência, no começo do percurso. Ora, para meu conceito, a aula de filosofia é a mais importante porque faz você argumentar e entender as outras matérias. Por exemplo, ao conhecer o “porque” do teorema de Pitagoras e como ele descobriu, nós entendemos melhor o processo aritmético do teorema. Quando conhecemos Rene Descartes (Renatus Cartesius) entendemos como se chegou o Teorema Cartesiano e começamos a entender as maneiras aritméticas que exigem para calcularmos o teorema. Até precisamos de sustentação filosófica para analisar uma música da Madonna ou um filme do Tarantino. Ghiraldelli nada tem de novo – já que muitos disseram besteiras piores e ninguém diz nada, como a Marilena Chauí dizer que odeia a classe média no qual pertence – apenas virou evidencia por causa de sua sede de vender livros, de provocar de uma maneira errada e muitas vezes hipócrita. Errou feio em cortar careca e querer dar uma de Pondé, porque até as provocações devem ser inteligentes, despretensiosas.


Filosofia se faz muito mais com desejo de ficar “famoso” é sair do senso comum que a maioria se encontra e mostrar a luz do fim da caverna – como o mestre Platão fez quando elaborou o “Mito da Caverna” – mas ele mostra muito mais a escuridao das sombras. A filosofia não está sendo usada como um meio para sair de sua “minoridade” e não ficar preso em ideologias – em minha concepção, a ideologia política toma o lugar das grandes religiões como respostas ao anseio humano de ter uma esperança – mas esses ideologias são cômodas e deveriam ser banidas de nossa educação. Mas temos ainda em ter tutores morais para definir nossa personalidade que muitas vezes não são nossas e sim, desses tutores, porque não interessa por estranho que pareça, sair dessa minoridade.


Dois autores filosóficos eu gosto muito, um é Kant que um dia disse que só se faz filosofia ousando, e outro que cabe nesse debate sobre ideologia e a realidade, é Descartes que disse que a única certeza que temos é a nossa existência no pensar. O que vejo nessa atitude de acusação? Um monte  de “metido” a filosofo que ainda não ousou sair de sua caixa ideológica, em seu ovo consensual.