domingo, novembro 22, 2015

Qual o objetivo da filosofia?





Essa é uma pergunta muito estranha para um grupo de filosofia, porque primeiro se um objetivo tem que ter um objeto que a consciência coloca como um objetivo daquilo que se objeta. E depois, a filosofia não pode ser um objeto porque a essência do termo filosofia é grego, ou seja, é a junção de “philia” (um amor de amizade, amigo) com o termo “sophia” (sabedoria), e assim, não meios de ser um objeto porque não tem um objetivo explicito aqui. Por que? Porque a “philosophia” é uma sensação de se aproximar a sabedoria além do senso comum, dos pensamentos que dominam o ser humano e pode sim, levar ao homem ao questionamento certo para o momento certo. O mais importante do que isso é que sim, a essência de ser um “philosophós” é buscar metafisicamente, respostas sobre tudo e sobre o porquê que tudo existe e o porque tudo apareceu.
Não à toa que que o primeiro ato de Deus, segundo a bíblia, foi formar a luz, pois com a luz a realidade se fez existência. Tudo que existe é fruto de um ato, e talvez, um ato de pensar e formar tudo que existe como um único meio de realizar a evolução e experimentar sensações que não conhecemos e algumas, conhecemos. O ato de pensar é um ato único dentro das inúmeras especies que vivem no nosso mundo, que o homem, pelo menos é o que sabemos até agora, tem como defesa e tem como forma de encontrar refugio dentro das inúmeras invenções tecnológicas ao longo de sua historia. Mas ao mesmo tempo, sempre questionou o motivo do próprio homem estar inserido no mundo e sempre, num ato totalmente filosófico, questionou as bases das explicações tão simplórias dentro da religião vigente. Ao mesmo tempo que o primeiro ato de Deus foi fazer a luz – até podemos colocar como um ato, talvez, até da formação de Lúcifer (aquele que porta a luz) – ao mesmo tempo condena Lúcifer por questioná-lo, e num segundo momento, de condenar o homem ao “pecado” de comer da arvore da sabedoria como se ele quisesse ser só ele a soberania de ser sábio. Mas Jesus Cristo esclarece – claro que nenhum cristão entendeu – que aquilo de Lúcifer e aquilo de Adão e a arvore do conhecimento, não existem e só foi uma artimanha para os “doutores da lei” acharem meios de dominação para com o povo. Só lemos os quatro evangelhos canônicos e os apócrifos. Poderia dar uma gama de exemplos, mas darei um só para o texto não ficar enorme. Quando ele fala “sai de mim satanás” ele está dizendo para sair o inimigo, aquele sentimento que pode atrair coisas que ainda não entendemos e pode, por ventura, alimentar o sentimento de submissão e devoção quase cega ou cega.
A filosofia não é a reversão dessa cegueira (está nos evangelhos que Jesus curava os cegos), mas os óculos que podem fazer o ser humano, enxergar um meio para reverter essa cegueira. Vocês acham que quem luta por ideologias são pessoas esclarecidas? Vocês acham que ficarem trancafiados em igrejas vão se esclarecer espiritualmente? Não vão. Primeiro que se iludem com a sensação de liberdade, de poder fazer o que se quer e pensar o que quiser, não é bem assim. Depois temos que pelo menos ter o dever ético de seguir aquilo verdadeiramente, porque se você segue o que te interessa para mim cheira a canalhice não muito diferente do que os políticos fazem em Brasília. E a filosofia vê isso de uma forma muito acima do que o pessoal está acostumado, porque a filosofia é o questionamento de tudo que o ser humano faz intelectualmente e não, achar que a filosofia deve seguir um ramo ideológico ou religioso. muitos problemas dentro do Brasil que estão interligados dentro da filosofia, porem, muitos desses problema são distorcidos e colocados em ideologias que só uma minoria tem acesso.
Não perguntamos o objetivo da filosofia, mas a filosofia de todos os objetivos que possamos ter dentro da sociedade humana. Vamos simplificar a explicação: o importante não é colocar a filosofia com um objetivo (objectivo) definido e com um significado – como se a “philosophia” tivesse um significado apenas – mas devemos analisar, para responder a pergunta, a intenção do filósofo (philosophós) que propõem a discussão ou a critica. A filosofia não é apenas uma amizade com a sabedoria, ela é o ato de chegar até ela (a sabedoria) e até voltar a analisar a própria filosofia no intuito de levar aquele que analisou ou colocou como objeto definido, num momento de desconstruir esse objeto. É como construir um objeto errado e depois que viu que estava errado, desconstruir aquilo para, talvez, acertar a construção desse objeto. Mas ainda podemos perguntar: existe um certo e um errado dentro da essência do pensamento ou na intencionalidade do ato de pensar? Não, porque não existe uma verdade absoluta. Não existe verdades únicas em nada, porque tudo muda e tudo se transforma em uma outra coisa e essa pergunta, pode e vai mudar a intenção de analise do ato de filosofar. No fenômeno de filosofar está o objetivo inserido no filosofar e o filosofar vai abrir a critica do ato ou pensamento analisado, fazendo com que a intenção do outro pensamento também vir a voga. Em essência, a filosofia não tem um objetivo porque existe uma sabedoria perene a ser alcançada que abrange todas as áreas e não tem essa que as coisas abstratas não podem ser pensadas, porque sim, podem.
Talvez o objetivo da filosofia é a ascensão do homem enquanto essência da energia primordial (que realizou o Big Bang), e que dado o momento, realizou a junção entre matéria e essa energia. Pode parecer mistico, mas sendo nós energia e a vida ser uma junção dessa fração de energia, não tomamo como mistico, algo real e único. Filosofia é isso.
Amauri Nolasco Sanches Junior, 39, escritor/filosofo autor de Liberdade e Deficiência e O Caminho
O Caminho e-book (aqui)
O Caminho livro físico (aqui)