sábado, novembro 01, 2008

DEFICIÊNCIA E PRECONCEITO



Vamos pensar no momento que estamos dentro de nosso país que não mudou muito dês de quando foi explorado, que alias, continua sendo. Mas vamos lá! Num país que pensa-se que uma pessoa que ganha mil reais por mês é de classe media não é de estranhar a distorção de tantas coisas que na sua importância, não deveriam ser distorcidas. Algumas remanescentes idéias ainda vigoram como classes especiais ou lugares que só abrigam a pessoa com deficiência como se ele ouve-se de ser acometido de uma doença grave, como aqui em São Paulo existem classes especiais da AACD e o estabelecimento estadual (dirigido pela esposa do governador Serra), Estação Especial da Lapa. Onde nada mais é do que depósitos de pessoas, e no caso da Estação Especial da Lapa, são tratados como crianças, mas o caso é um pouco mais grave.

Acabo de ler um artigo em um blog intitulado “APARTHEID CONTRA A PESSOA COM DEFICIÊNCIA” escrito por “Ana Paula Crosara de Resende”, que fala muito bem em uma Apartheid dentro da sociedade com a pessoa com deficiência. Para quem não sabe, Apartheid é uma palavra africana que quer dizer “vida separada” que foi usada pelo regime que os homens brancos detinham o poder e os povos restantes deveriam viver separados dos verdadeiros cidadãos na África do Sul. É o que a autora argumenta, podemos ter leis que regulamentam rampas e portas especiais, mas ao chegar uma pessoa com deficiência para usar ou a rampa ou a porta não existe e ninguém sabe onde enfiaram a chave. Ainda pior, sim caros será pior ler isto, igrejas que pregam a igualdade e as palavras de Jesus Cristo.

Com tudo isso ainda a própria sociedade ignorante e ignóbil, sim para votar num presidente deste só pode, ela mesma faz o papel de exclusão quando olham de cara feias quando um ônibus pára no ponto e demora; o carro de trás começa a buzinar com pressa e ainda ficam os “cochichos” do alem tipo “coitado! Não queria esta assim...”. Eu já ouvi de tudo nesta vida e sinceramente não dei a mínima, porque sei e a prova está no governo, o povo em sua maioria é ignorante. Mas não ignorante de conhecimento, existem mendigos sábios, o que digo é ignorante de entendimento, pois se podem ler milhares de livros e, no entanto, se você não entender o que esta escrito, é e sempre será um ignorante no assunto. Por isso que sempre falo, não existe intelectuais no Brasil, isso é uma afirmação falsa, existe pseudos-intelectuais que repetem o que outros sempre dizem como um bando de papagaios. Ainda pior, onde pensei que encontraria muita inteligência e conhecimento diversos, existe um dos maiores preconceitos que já vi o preconceito acadêmico; não só no que posso ou não fazer, mas eles excluem pessoas religiosas por não terem base cientifica, mas escreverei um artigo sobre isto em breve.

Eu como liderança de uns dos movimentos importante dentro do segmento, Fraternidade Cristã de Pessoa com Deficiência, ouvi muitas coisas e vi muitas coisas. Pessoas sendo acorrentadas por serem deficientes, por terem apenas seus corpos diferentes, que os próprios pais tiram seus filhos dentro da sociedade, tiram do convívio por serem iludidos com religiões medievais que não cabem mais no século vinte e um. Assim, muitos de nós somos excluídos pelos pais que no ápice de sua ignorância e do desespero, se agarram em medos e crenças infundadas. Não deixam seus filhos namorarem, não deixam seus filhos viverem por medo que eles sofram e, no entanto, sofrem com essa atitude. Não é uma forma incoerente de se viver e pensar? Não que não se tenha uma opinião, mas essas pessoas não têm opiniões próprias e vivem se preocupando o que os outros vão dizer, o que os outros vão pensar e para mim, isso não é vida.

Diante disso tudo tenho duas soluções: primeira solução seria fazer uma avaliação psicológica dos pais quando eles recebem a noticia, pois se esses ficarem desesperados diante disto tudo, pode internar que vão sub-proteger essa criança. Entrar numa neurose e conceber qualquer idéia religiosa como se aquela criatura seria castigo divino, ou seja, vai culpar o próprio filho de seus erros do passado; então haveria instituições que ficariam cuidando da pessoa com deficiência, mas como sei que estamos no Brasil e sei que tudo é distorcido, vamos repensar para onde mandaríamos essas pobres almas. Segunda solução seria leis mais rígidas diante desses casos, pois aqui as leis são brandas e até muito fracas diante dessas coisas, levando até quem sabe e num denuncia como cúmplice.

Mas não evoluímos tanto assim dos espartanos para cá, pois quem não sabe, os espartanos jogavam as crianças imperfeitas por não poderem guerrear e serem soldados e não só eles, muitas nações achavam que a imperfeição era castigo dos deuses e matavam seus imperfeitos. Hoje em dia, esses mesmos imperfeitos são escondidos, são acorrentados, trancados em seus quartos por não serem agradáveis ao olharem, por não ser agradável saber que nós temos excitação, que nós também temos fome e vontades. Muitos são como “cachorrinhos”, se dá comida, se dá roupas, e tudo fica bem e ele fica feliz no seu mundinho de faz de conta, mas é apenas mais uma caverna entre muitas outras.

Por que então nossos antepassados lutaram contra se aqui no Brasil ainda temos o preconceito velado? Por que nações morreram para lutar contra o nazismo se seu pensamento é a mais pura essência humana velada na hipocrisia cristã, um preconceito velado dentro do paternalismo cristão? Sabe o que a gestapo, policia nazi, fazia com pessoas como nós? Eles encontravam pessoas com deficiência e nem se davam o trabalho de levar para o campo de concentração, jogavam elas pela janela para terem uma morte digna como determinou o Firher. Só que não evoluímos além disso , nem podemos julgar eles, porque é muito fácil falar dos outros, mas sempre fazemos igual; não é que não se mata, que trancar não seja uma morte, sim o é, uma morte da essência humana que é o sentimento. Nós não podemos sentir nada, porque sentir é motivo de sofrimento, motivo de dar a pessoa com deficiência limitações que ela não pode enfrentar. Ótimo! Estamos ainda vivendo o século dezenove no Brasil, uma religiosidade ainda medieval, onde os senhores feudais limitam o pensar humano.