domingo, dezembro 14, 2008

Perguntas relevantes





Por que pagamos pelo mundo onde nascemos?

É uma pergunta muito interessante, põe muita coisa para nós pensarmos e que o mundo onde vivemos tem que ser pago, tudo é uma maneira de consumo. Mas isso não é culpa do outro, mas de nós mesmos diante de fatos e de desejos que pensamos ser para nossa felicidade. Essa pergunta foi feita numa palestra que vi no You Tube onde o palestrante diz ter recebido essa pergunta dos habitantes do sistema de Andrômeda, que eles fizeram essa pergunta por ver nós consumir coisas, ter que pagar para usufruir o que nasceu para nós mesmos. Eu nem vou entrar no mérito se é ou não é verdadeiro isso, como sempre digo, tem que ser analisado dentro do critério da razão, o logos grego. Mas também digo que onde há fumaça, pode ter fogo, são muitos relatos, mas não entrarei nesse mérito como eu disse.

Dentro dessa pergunta está a sociedade do século vinte, onde duas guerras devastadoras varreram a Europa, por interesses financeiros e de cunho da supremacia de nações. Mas o mais triste disso, é o fim de um regime que desejava a suprema condição de ser o mais de todas as nações européias, mesmo assim, duas ideologias se atacavam entre si e o medo pairou no ar. Muita coisa UfO, veio da Guerra Fria, porque muitas coisas que diziam ser objetos não identificados eram na verdade espiões tanto russos como norte-americanos. Mas como toda supremacia, vence aquela que tem mais competência de estabelecer e ganhou o capitalismo por essa “briguinha” está desgastada. Tudo é consumo, até mesmo o socialismo se fomos pensar, ou será que uma camiseta do Che Guevara ou uma bandeira não compramos? Até para se filiar nos partidos dito socialistas, é obrigatório pagar uma taxa todo mês, o Partido dos Trabalhadores que o diga.

Mas são apenas ideologias pobres de conceitos mais pobres ainda de um mundo ocidental que o que seguem uma coisa são malzinhos e o que seguem outras que são “bonzinhos”. Como agora, os terroristas radicais islâmicos são malzinhos o os yanques e a democracia da liberdade são os bonzinhos, pois a maneira de viver norte-americana é a ideal para uma vida melhor. Não estou falando que a culpa da pobreza humana seja só deles, mas será que o modelo deles é o padrão de governo e vida ideal? Mas também não se iludimos que a melhor maneira é a socialista, pois o senso comum é cruel e muito com aqueles que não seguem seus padrões comportamentais, sua cultura vigente e a idéia da globalização, seria se fosse séria, uma troca de experiências culturais isso não acontece. Ainda não estudamos com mente aberta, tanto o pensamento oriental como a política moral-cultural do oriente e do oriente – médio para analisarmos direito, porque eles querem guerra mortal contra o império ocidental, ou seja, Estados Unidos da América e tem mais, eles não são toda a América. Não queremos aprender com as culturas, nós ocidentais queremos impor a nossa como a verdade absoluta, não é verdade, como Nietzsche mesmo disse, não existem verdades absolutas nem fatos eternos. Então temos que avaliar o que é verdade que acreditamos, a busca dessa é um deus que idealizamos, pois para cada ideologia é uma verdade que vamos acreditar uma verdade que ficamos pensando, pensar é sempre ficarmos ciente que podemos existir.

Epicuro dizia que o ser humano se preocupa muito com os deuses e se preocupa menos com a vida aqui. Ora, os deuses estão lá pouco preocupados com o ser humano, pois para eles, o ser humano era reles animais que raciocinam. Os gregos não tinham a essência do Deus cristão, mas deuses que reverenciavam a custa de cada fenômeno, mas isso trazia uma angustia que virava ansiosidade e faziam muitos a uma situação desnecessária. Qual é seus deuses? O carro novo de dez prestações que você cuida como se fosse seu filho? Deixa de comprar algo necessário para você ou para sua família, indo a jogos de futebol ou gastando “rios” de dinheiro em rojões para comemoração? Não estou julgando ninguém absolutamente, estou dizendo que fazemos deuses desnecessários para engrandecer nossa vaidade, nossa vaidade é nosso maior deus. Isso nos deixa ansioso.

Quando pensamos num mundo que nascemos podemos ter a certeza que cada componente de nosso corpo faz parte da cadeia química do universo (do pó viemos e do pó voltamos), é a regra básica de toda estrutura química – biológica. Então para quê pagarmos por aquilo que compõem nosso corpo, nossa estrutura genética que por milhares de anos tem nos sustentado dentro do planeta? Se fomos criados ou evoluídos pouco importa, não faço a mínima idéia, mas nascemos aqui e vamos morrer aqui e essa é a regra do mundo, essa é a regra do universo e isso não vamos fugir; para o Criador ninguém é mais “bonitinho” ou mais “feinho”, todos são iguais perante o universo. Não estou falando também de pobreza ou riqueza, estou falando em sempre querer o melhor, querer a abundancia para si sempre.

Na verdade são apenas títulos que damos as pessoas, são como nós, nem mais e nem menos. Uma coisa que não esquecemos mais é o pensamento de Sartre que diz, não interessa o que as pessoas fazem de você, mas o que você faz o que fazem de você. O mesmo acontece conosco também, se darmos o poder para outra pessoa a outra pessoa vai acreditar que é poderosa, ela fez o que fazemos dela um ideal. O ideal dela vai ser nos comandar e cobrar por aquilo que temos direito e assim, vamos pagar por tudo porque damos poder a essas pessoas e elas vão se “achar” donas de nossas vidas; não que não devemos pagar nada, se um individuo trabalhou deve receber aquilo que trabalhou, mas é raciocinar o “porque” se paga por aquilo, porque não escolher outro de nosso gosto, são mistérios cheios de teorias. O ser humano tem veneração por mistérios e encher eles de lendas, mas as vezes o obvio é o mais provável e não estou falando de acreditar nos governos ou no noticiários, porque sabemos que muita coisa é manipulada sim, não podemos negar. Mas analisar o “porque” aconteceu isso é a base para um senso critico um senso que muitos dizem ser cartesiano, pois se analisa entre causas e efeitos que para mim tem certo relativismo.

Chegamos a duas teorias interessantes que é o materialismo histórico e o cartesianismo racional. O primeiro diz respeito a teoria de Karl Marx (1818 - 1883) e Friedrich Engels (1818-1883), tudo que possa ser relacionado dentro da sociedade e sua história, vem dos meios de produção que a “burguesia” sustenta dês dos tempos remotos e foi um pouco por ai que se deu a Teoria Critica ou Teoria da Comunicação que a Escola de Frankfurt vai elaborara (depois volto abordar), por hora vamos entrar mais nisso. Os senhores dos feudos suprimiam os vassalos, os egípcios suprimiam os trabalhadores hebraicos e por ai vai, tudo que aconteceu dentro da historia humana, vem do fato que temos que ter produção, o povão tem que produzir para termos tudo isso que enxergamos. Daí temos que ter ignorância para ter mais filhos e não pensar, não ter um senso critico das coisas, mesmo uma nação que não tem muito analfabetismo as escolas vão ensinar o que se interessa ensinar. Eu vou dar o meu exemplo, porque aprendi muita coisa sozinho do que em algumas instituições de ensino que “diz” ensinar, agora posso dizer com propriedade, a universidade “emburrece”. Tudo que eu sei quase esqueci por causa de informações que dizem ser cientificas, mas isso é uma outra historia, é mais um fato da industria cultural. Vamos agora ao cartesianismo que veio, quem não sabe, do filosofo francês Rene Descartes (1596-1650).

Descartes vai desenvolver um método cético para os céticos, ou seja, se temos que ser céticos com as coisas temos que ir ao estremo. Quando duvidamos temos que ter a certeza daquilo que duvidamos, se duvidamos a algo que nos ensinaram na religião temos que saber até da onde veio essa duvida, porque que existe aquele ensinamento e porque temos aquela idéia em nós inata. Se duvidamos a nossa duvida é para uma coisa existente, só podemos provar aquilo que podemos ver e tocar, mas quem prova que aquilo existe mesmo ou é algo que nossa mente produz, então se minha duvida é a duvida da duvida, então eu posso pensar e ver que eu tenho a capacidade de raciocínio. Descartes diz que somos “coisas pensantes” (res cogitans), porque temos a capacidade da duvida, se eu duvido eu logo vou pensar e se eu penso eu tenho a convicção que eu existo. O eu “existo” entra na “coisa extensa” (res extensa), sou uma extensão de o meu pensar, porque posso ver aquilo que eu vejo, mas eu duvido que aquilo exista. Sai daí a frase famosa dele “Cogito ergo sun”, ou em bom português, “penso, logo existo”, pois o meu pensar é a extensão do meu existir e faz nós a ter escolhas. Mas não foi por ai que Descartes pôs esse método, ele quis dar um “nó” nos céticos e tirou uma deles dizendo que se a minha duvida não pode ser provada, entre em existir e não existir prefiro o existir. Por quê? Porque já está inata em nossa mente a idéia da idéia daquilo que existe, pois o debate teológico nunca vai ter fim porque não podemos provar se o Criador existe ou não. Mas onde entra o cartesianismo dentro do nosso mundo?

Vamos até a Escola de Frankfurt onde com o manifesto intitulado "Teoria Tradicional e Teoria Crítica” de Max Horkheimer começa a uma critica a sociedade e pegando um pouco de cartesianismo e um pouco de materialismo histórico, para traçar um modelo que fizesse sentido o que seria aquela sociedade industrial. Dentro da Alemanha, o Instituto de Pesquisas Sociais, foi criado para estudar esse fenômeno social; Horkheimer e Adorno (existe mais nomes) começam a explorar o que faria o povo abrir mão de sua liberdade, para se deixar aprisionar por governos ou indústrias. Dentro do Nazismo e fascismo dentro da Europa, eles viram esse fenômeno de perto levando a essa duvida, o que levaria o ser humano abrir mão da sua liberdade. Como o Instituto era financiado por Judeus (sendo Max Horkheimer de família judia também), tiveram que sair da Alemanha nazista e se refugiar na America do norte, nos Estados Unidos. Lá viram outro fator também, a tão famosa Indústria Cultural que domina o homem com sua informação dentro dos meios de comunicação e mais, esse meio também seduz para o consumo de produtos e serviços. Seria uma “crise a razão” (critica ao Funcionalismo), superar isso, era ter a critica daquilo que é nos passado.

Dentro de uma filosofia dentro do moldes do século XX onde se estudou a finco a sociedade do consumo, a sociedade que entrou na era no “espetáculo” que tudo é um jogo de interesses. Guy Debord, demonstrou que a Teoria critica não era só uma “teoria”, mas era a regra de uma minoria dominar a maioria, que industrias e corporações hipnotizavam pela propaganda, mais do que isso que não tem no livro, os meios de comunicação são o quinto poder e vendem a imagem que querem. Muitas bandas ou cantores gravam um disco ou dois, porque são “pops” do momento, consumimos uma musica descartável e ruim que propaga o caos e o auto-desrespeito consigo mesmo. O funcionalismo é apenas uma área e não uma verdade, porque não se pode estudar e conceber, o ser humano quanto um todo porque cada individuo é uma regra, um ser. Daí pagamos pelo mundo que nascemos porque somos seres que damos aos outros o poder das nossas vidas, porque pensamos que aquela pessoa é mais “poderosa” que nós.
Sartre diria que somos metade vitima e metade culpados, porque ao mesmo tempo que somos seduzidos pelos produtos e por trabalhar, somos um culpados que mesmo sabendo disso não fazemos escolhas. Debord mostra que tantos meios de comunicação fazem da vida um espetáculo, que programas alienam que dão um ar de tudo esta bem, mas não está bem. Mas também, podem e devem dar informações boas, concretas. Não temos somente programas sensacionalistas, temos também canais culturais, mesmo que são fracos em termos de cultura de adquirir algum conhecimento, pois uso sempre a expressão “a TV tem controle remoto”, ou seja, podemos trocar de canal. São questões como essa que nos faz refletir sobre muitas coisas, como o porque comer coisas que nos fazem mal, ou beber coisas que nos destroem e ainda mais, negar nossa liberdade por ideais e ideologias que não são nossas e pagar por coisas que nasceram para nos alimentar. Não que essas coisas não devam ser pagas para quem teve o trabalho de cuidar, mas porque pagar alem do que valem como uma cebola por exemplo: que ela custa cada uma R$ 0,10 numa fera ou no próprio local, porque pagar por ela a R$ 1,00 num outro lugar? Só porque vem embalada preparada para o consumo, mas tem agrotóxico e são modificadas geneticamente, para crescer mais rápido e dar lucro mais rápido. Em minha opinião é uma questão de escolha, uma questão que mesmo que cômodo, são casos de idéias ilusórias e insignificantes.

Portanto, pagamos pelo mundo que nascemos por causa de nossas ilusões, nossas vaidades e nossas ansiedades. Nunca podemos fechar nenhuma porta para as possibilidades, para nossos sonhos e desejos, mas não vou dar aqui um “remédio” para o mal de cada um, pois é tarefa de cada um descobri isso. Todo conhecimento é um descobrimento por si só, assim falou Platão, assim falou Jesus, pois cada um possui a sua verdade e essa vai libertar de tudo que você não quer para sua vida. São escolhas a ser feitas, pagar mais ou menos, comer em lanchonetes ou comida saudáveis, ter hábitos bons e nobres, assim faremos tudo que realmente somos destinados a fazer e é plantar uma semente para o amanhã da humanidade.