terça-feira, dezembro 31, 2019

A ética dos covardes canalhas



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Amauri Nolasco Sanches Junior


Havia um post no Linkedin — uma rede social que se diz profissional, mas está cheia de autoajuda vagabunda — que mostrava uma matéria de um jornal (todos hipócrita e canalhas) que dizia que o ex-presidente Lula processaria o Dono da Havan por ter contratado um avião com uma faixa dizendo que ele era “cachaceiro”. Respondi que eu achava o Lula um canalha, mas, quem é o Véio da Havan nisso tudo? Vou explicar melhor. O Lula é um canalha porque tem um discurso cínico parecendo que nunca foi presidente, como se no seu governo não havia aumento de preços, como se ele tivesse arrumado o nordeste e tivesse melhorado o país. Não acho que o Lula é um comunista. Aliás, ele nem sabe o que seria o comunismo. Acho que ele quer o poder pelo poder, um psicopata que pensa que o país é o quintal do sindicato que sempre ficou lá.
Luciano Hang (vulgo Véio da Havan) é um empresário fantasiado que tenta fazer marketing da sua loja. Aliás, até hoje eu não sei o que a Havan vende, o porquê ela existe e o porquê tem uma Estatua da Liberdade na entrada. Mas, ele joga na polêmica e começa dizer coisas que não tem nem lógica, como jornalistas não darem sua opinião, ou que piso tatil não serve para nada. Por que jornalistas que dão opinião sobre o Lula ou a corja do PT vale e os que criticam o governo não? O Bolsonaro também erra e tem que apontar o erro, para talvez, ele repensar o caminho que tomou. Mas, ao que parece temos um petismo dentro da direita, um fanatismo chato que em vez de atrair as pessoas para uma discussão mais racional, atrai sempre os idiotas para uma discussão rasa e pobre o bastante para atrair os pseudos-filosofos. Ainda, esses intelectuais que tem livros na livraria custando quase cem reais e ficam pedindo ajuda, aproveitam para atrair seus holofotes para si mesmos.
Ao longo da minha vida, sempre vi aqui no Brasil uma ética seletiva que não pode envolver aquilo que eu acredito, aquilo que eu penso, ou aqueles de que gosto (como amigos e parentes). Também se gosta de rotular as coisas e relativizar aquilo que se acha importante variar. Como já li que Likedin é uma rede social profissional ou que o Facebook é coisa de qualquer um. Redes sociais são ferramentas virtuais para fazerem o que desejarem (com ética, claro), e quem faz ela é os usuários. Claro, que quem usa mais o Linkedin são profissionais que na maioria das vezes, postam autoajuda vagabunda para incentivar profissionais a não desistirem. Como se um meme possa fazer milagres. Sobre a relativização das coisas, nossa cultura é muito disso. Conservadores viram liberais, pentecostais viram judeus (pior ainda, judeus da idade media), rock vira samba, e todo tipo de porcaria se dissolve atrás do que se acredita.
Vou dar dois exemplos bastante emblemáticos. O primeiro exemplo foi um texto — pequeno por sinal — respondendo uma pergunta de um grupo sobre deficiência, que estava perguntando se havia cadeirante que viajava. Disse no meu perfil, que não gostava de viajar de avião porque não gostava de ficar sem comer ou ir ao banheiro, fico muito chato as raias de ser insuportável. Continuando, disse que não ia na casa dos meus parentes porque não eram casas adaptadas para entrar na minha cadeira de rodas. Pronto. Se montou uma atmosfera entre filosofia barata e relativismo explícito sobre inacessibilidade da cidade. Até mesmo, teve a mistica do degrau que tinhamos que superar. Será mesmo que há a mistica do degrau quando o dono da padaria não acessibiliza a padaria? Chegaram a dizer que meus parentes me amavam. Não duvido que eles me amam, mas, a questão é acessibilizar ou não acessibilizar sua própria casa para receber um cadeirante. A ética não pode ser seletiva, porque ou ela abrange tudo, ou aquilo não precisa ser seguido. A ética sempre informa o quanto estamos ou não, relaxados e relapsos a sociedade.
Outro exemplo foi um vídeo. Uma mulher queria saber da sua mãe biológica e entrou em contato e foi ver a mãe biologica, sendo que a mãe que pariu ela dizia no vídeo que não queria nenhum contato, não queria nada da sua filha que deu para a outra. Comentei que a mulher (a mãe que deu a filha) já tinha dito que não queria nada no contato no telefone, por que a filha foi lá? Terminei meu comentário dizendo que pai e mãe é quem cuida, o resto é só ideias românticas baratas. Ora, todos que estudam história sabem que esse amor filial romântico veio muito recentemente, que antigamente as pessoas não se importavam muito com a morte do seu filho (claro, que as vezes, tinham pessoas sensíveis que sentiam sim). A questão sempre vai girar no relativismo da ética de hoje, que escolhe a quem exigir. Por outro lado, a escravidão do dever kantiano faz as pessoas pensarem que a mulher deve amar sua filha e deveria aceitar ela de qualquer jeito (chega a ridículo de rogar pragas e até ter a arrogância de achar que manda nas decisões de Deus), mas, cada um ama aquilo que se tem empatia. Como disse um escritor (não me lembro quem) tudo que amamos, amamos sozinhos.

segunda-feira, dezembro 30, 2019

Por que pessoas com deficiência não podem namorar?







Amauri Nolasco Sanches Junior


Sempre quando eu vejo a pergunta do título, me vem a cabeça a pergunta clássica de todo grupo de deficientes (que chamo de guetos): “você namoraria uma pessoa com deficiência?”. Parece uma resposta óbvia, mas, tem muita coisa a ser analisada nessa pergunta. Se antigamente eramos comandados por preceitos religiosos, depois ideológicos, hoje somos comandados pelo marketing do bem. O marketing do bem sempre vai nos mostrar que a vida tem que ser mais saudável, que as pessoas devem sempre sorrir e que existe um propósito para tudo. Talvez, objetos tenham algum propósito, mas a vida é o que fazemos dela e, muitas vezes, erramos de não fazer o que queremos por causa do outro. Minha cadeira de roda tem mais propósitos do que uma pessoa que segue tendências, ou seja, se você quer um mundo melhor, você é um nada.
Voltamos a pergunta. Temos uma sociedade movida pela visão de custo e beneficio. Se você acredita que as pessoas amam seus filhos e querem o bem deles, você deve ser um idiota ou um mau-caráter. A maioria investe nos filhos para terem o retorno na velhice, quando os filhos (segundo a sociedade) deveria cuidar dos pais. E quando se tem um filho com deficiência? Será mesmo que essas pessoas pensarão igual? Afinal, os filhos são um investimento que não há um retorno cem por cento, mas, há uma tranquilidade mais tarde. Ai que está, desde muitos milênios se tem seres humanos com deficiência, mas, na antiguidade — mais ou menos, até a modernidade — eramos abandonados, mortos, desaparecíamos ou eramos trancados. Até hoje, crianças com deficiência são enterradas vivas dentro de aldeias indígenas. Claro que nem todos eram mortos, algumas pessoas com deficiência eram oráculos ou druidas, que remontam a visão mistica da deficiência dentro da sociedade. Sim, há uma visão mistica da deficiência. Essa visão, muitas vezes, atrapalha a vida das pessoas com deficiência. Muito antigamente, se considerava deficientes como pessoas misteriosas e muitas outras pessoas, tinham medo por causa desse mistério. Mesmo a ciência explicar as causas, há ainda essa mistica e o medo ancestral de nós.
Depois dessa explicação, imagina uma mulher apresentar um namorado de cadeiras de rodas para sua família. O pai, que tem a visão que o homem deve prover a casa, faz a pergunta clássica: o que ele pode oferecer para você? Ou até mesmo: que loucura é essa? Porque a sociedade tem a deficiência como um tomento para a pessoa , um sofrimento que deve ser dolorido para todos que se envolvem conosco. Mesmo que esse rapaz trabalhe, ganhe razoavelmente bem, nunca vai ser o bastante para a família da moça. Claro que há exceções. Mas a regra é essa. A luta é constante e deve ter bastante amor envolvido, porque quando começa a parecer as questões de ter filhos e ter uma casa só do casal, as coisas começam a ficar piores. Isso é quando a mulher ou o homem — dei o exemplo da mulher, porque sou homem e a maioria dos relatos são de homens — andam e tem um emprego. E quando há um casal de deficientes dentro da relação?
A questão da deficiência é a questão de todo ser humano que a sociedade não aceita como ser humano, ou por ignorância de não conviver conosco, ou por ser canalha o bastante para não perceber que é um nada. Uma pessoa que tem qualquer deficiência, é uma pessoa antes de tudo e deve ter seus direitos preservados junto com seus deveres. Por outro lado, o povo não é tão democrático como pensa os que idealizam uma democracia linda e um mundo melhor. Só dar uma casa, comida, saúde e tranquilidade, o povo vive nos piores regimes possíveis. O século vinte mostrou isso. Então, essa história que o povo ama a liberdade e é condicionado a achar que o outro ser humano não é humano, é mentira. Para uma grande maioria, pessoas com uma cadeira de rodas ou outro aparelho, são pessoas que atrapalham e tem que ser trancadas em um cantinho e só. Quem são essas pessoas que ficam no meio do caminho num shopping ou numa loja qualquer? O caso do Véio da Havan é o mesmo caso de agências de publicidade que não contratam, empresas que não se adéquam, o poder publico que não acessibiliza. Ainda, temos que provar que somos deficientes toda hora para o poder publico.
O amor entre deficientes na nossa sociedade que ainda acha que está na era vitoriana (num surto reacionário), é uma coisa bastante difícil de aceitar. Quando saia com minha noiva, por exemplo, sempre as pessoas perguntavam se eramos irmãos. Essa associação de coletivo (como deficiente namorar deficiente ou irmãos com deficiência), sempre foi formado como um gueto que frequentamos, ou o ideário que as pessoas iguais devem se relacionar. Isso um pouco é culpa das novelas idiotas da TV Globo que alimentam essa visão. Por outro lado, os deficientes alimentam esse tipo de imagem saindo em bando, ou até mesmo, participando de grupos do Facebook que só fala do tema deficiência. Eu sempre não gostei de ficar em grupos que o tema é deficiência, mesmo o porquê, deficientes acham que discussões são brigas.
A humanização da deficiência veio com a desumanização do sentimento. Se somos seres humanos, porque será que não temos sentimentos ou sexualidade? Exato. Vamos ser sincero, você acha que pessoas com deficiência são crianças eternas e não tem nenhum desejo sexual? Acho que quem acha isso são idiotas ou são canalhas o bastante de construir conceitos errados para alimentar seu próprio ego. Já vi homens com deficiência se aproveitarem dessas idiotices e se fazerem de alienados, bolinavam as moças e depois se escondiam atrás da mãe. Há canalhas em todos os lugares e eles se aproveitam dessas narrativas para se esconderem. Deficientes não são diferentes, são pessoas como qualquer ser humano e o caráter dependem dos valores que recebeu. Agora, deficientes sentem tesão, são homossexuais e fazem coisas que nem imaginam que possamos fazer, quanto mais se aceitar isso, melhor.
Na verdade, nossa sociedade tem uma imagem romântica de deficientes como seres indefesos e que não tem a menor ideia do que estão fazendo. Ainda, programas idiotas como o Teleton reforçam essa ideia de dependência de uma instituição ou uma causa que não existe, porque a inclusão são direitos humanos e devem ser cumpridos e pronto. Sendo assim, pessoas com deficiência são humanas e tem sentimentos e querem namorar, o problema que as pessoas têm medo. Costumo repetir o mestre Yoda sempre quando ame falam do medo, pois, o medo gera a raiva, a raiva gera o ódio e o ódio te leva o lado negro da força. A analogia da Força é óbvia, nosso campo vital sempre é aquilo que você é de verdade e quando você se encontra, você pode qualquer coisa. O próprio Yoda diz, ou você faz ou você não faz, não existe tentar. Por outro lado, a ideia do namoro sempre foi controversa aqui, porque ainda ficou aquela vontade de pedir o dote ainda. Ou será se o cadeirante for famoso e ter posses a família vai implicar? Como disse, tudo gira em torno do marketing do bem, o politicamente correto que escondem a canalhice alheia.
Tudo isso começa a gerar neuroses estranhas na família (principalmente, da mulher com deficiência), que acha aquilo bonitinho, porém, acham que as pessoas com deficiência não podem sofrer. Sofrer do que? O sofrimento pode ser silencioso lá no travesseiro antes de dormir, isso pode gerar um desejo de se matar, de não querer viver e assim, muitos desistem da sua vida. As neuroses são tão grandes, que acho importante inventarem personais psiquiatras para essa gente, porque chega as raias do absurdo de acharem que não transamos. Não deixar viajar. Não deixarem ficar sozinhos. Uma humanidade canalha para um mundo tão lindo.

sábado, dezembro 28, 2019

Sanctus Dominus — quem não tem pecado que atire o primeiro coquetel molotov





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As questões ideológicas e religiosas sempre foram muito mais complexas do que o senso comum sequer imagina. E quando a ideologia começa a se misturar com a religião, num português bem claro, só dará merda sempre. O ataque a sede do grupo de humor Porta dos Fundos mostra o quanto a juventude está perdida e sem rumo nenhum, porque você se apresentar como um fascista, mas discursar como um marxista raiz, é de uma imaturidade gigante. A questão é: qual moral devemos seguir sem ao menos, questionar a sua origem? Veja, não devemos confundir questionar com falar mal ou ser contra aquilo, apenas questionar se aquilo é realmente verdade ou mentira, se aquilo levara o ser humano ao conhecer a si mesmo ou apenas, é mais um discurso para dominar a massa. No limiar de tudo, todos esses deveres são marketing para assegurar a predominância de um discurso qualquer.
No caso da representação do Jesus gay do Porta dos Fundos, sempre constatamos que Jesus teve uma imagem mistica muito bem construída nesses dois mil anos de história do cristianismo. Talvez, essa construção da imagem dele enquanto ser que é a incorporação de Deus no mundo — como se Deus devesse se apropriar de um corpo para se fazer presente — seja um discurso sagrado dos milagres que ele teria feito, que lógico, fez dele uma figura mistica. Ora, o budismo (digo o budismo mesmo) não vê Buda como um deus e nem o Islã vê Maomé como deus, porque Deus seria algo muito maior e muito mais longe do que possamos definir em um ser só. Ai entra o romanismo dentro do cristianismo, pois, se algo deve ser adorado, esse algo deve ser transfigurado em uma imagem. Mesmo que várias pessoas tenham múltiplas explicações para isso, o cristianismo não difere dos cultos a deuses da antiguidade e talvez, sincronizou no culto de um homem crucificado, acusado de se titular rei de Israel e blasfemar contra o culto tanto de Roma, como dos judeus. Ou seja, apontou a hipocrisia dos sinédrios da época, em achar que o Templo de Salomão era algum tipo de comércio, que ao passar do tempo, todos ficam como comércio. Isso não quer dizer que eu ache que Jesus não existiu, as ordens morais que ele disse — se disse mesmo — são importantes para uma vida equilibrada e com sentido em ser. Afinal, quem não tem pecado que atire o primeiro coquetel molotov?
Segundo o novo testamento, Jesus participava de várias festas e comemorações, mostrando que ele era uma pessoa alegre e festiva. Ora, vamos ser sinceros com a fé cristã, mesmo que ele for Deus, ele iria se importar do que um bando de comediante diz dele? Mesmo se ele fosse homossexual, será que sua mensagem mudaria por isso? Claro que não. Racionalmente, podemos dizer que homens no tempo de Jesus (segundo a lei judaica) homens co 30 anos de idade, teriam de ser casados e, pelo grau de cultura que Jesus demonstra, talvez, ele teria que estudar no templo. Vários estudiosos já trabalham com a ideia que Jesus e José era escribas do templo, assim, poderiam circular no mesmo livremente. O que nos remete que Jesus deve ter sido casado — como Buda, Maomé ou Moisés e isso não invalidaria suas mensagens — isso reforça a hipótese, que Maria de Magdala teria sido esposa e discípula de Jesus. Porém, nos resta uma dúvida importante: por que o império romano como todo aquele poder acabando, ter aceitado cultuar um culto de um homem crucificado?
A cruz é um símbolo religioso muito antes da crucificação de Jesus, mesmo em Roma. Aliás, há um erro corriqueiro, que atribui festas incorporadas na religião cristã como deus antigos vindos de fora, mas, o que vimos e o que dizem vários pesquisadores, é que tudo ou a maioria que existe no cristianismo veio dos romanos. Todo o cristianismo é romano. Isso não resta dúvida, quando olhamos os anjos das igrejas e eles estão vestidos como centuriões romanos. Há muitas características que mostram todo o império romano na igreja romana cristã, além, claro, das filosofias gregas influenciando alguns pontos teológicos disso tudo. Muito pouco restou das falas e dos ensinamentos de Jesus, portanto, a figura mistica sempre dominou o que realmente o cristianismo deveria pregar como ensinamento do seu mestre. Portanto, o cristianismo não é o mesmo de seguidor de Jesus.
Ora, afinal, será mesmo que foi Jesus o ofendido ou o cristão se ofendeu? Será que a ofensa é a imagem que se construiu dentro do fanatismo? Tudo isso que eu escrevi não quer dizer que a mensagem de Jesus não seja importante, mas, que tenhamos sempre um filtro daquilo que é, verdadeiramente, sua mensagem e aquilo que não, não é sua mensagem.

quarta-feira, dezembro 25, 2019

Natal Bumbum



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Amauri Nolasco Sanches Junior




Uma das frases do filósofo Luiz Felipe Pondé é que deveríamos seguir religiões de mais de mil anos de tradição. Como eu gosto da doutrina espírita e leio bastante sobre, eu descordei dele por muito tempo. Como filósofo, o discordar de alguma ideia, não quer dizer que o outro é uma porcaria e tudo que ele diz é uma porcaria. Fui entender esse pensamento quando eu comecei a analisar certas coisas que acontecem dentro do natal e não só, mas outras questões éticas que trazem dentro de uma certa cultura. As pessoas ficaram barulhentas e sem graça ao ponto de postarem baladas, fumando narguilé e outras porcarias. Que aliás, o narguilé é uma tradição oriental — me parece, da Índia — que não deveria ser para fumar maconha ou ácidos, mas, água aromática. Estamos criando uma geração de bunda moles que nem sabem o que estão fazendo e acham que são sucesso na internet. Sem conteúdo, você não gera conteúdo e não adianta chorar.
A questão é grave e deveria entrar como saúde pública. Em um canal de YouTube que fala de vida cotidiana chamado Acidez Feminina, a Tati responde algumas duvidas de pessoas que só souberam aonde ir quando eram espermatozoide do pai. Ora, uma dessas cartas dizia que o marido da mulher que escreveu sempre escreve para sua mãe se vai viajar, se vai passear, se vai fazer alguma coisa porque sua mãe exige. Tati disse que a mulher deveria compreender esse tipo coisa e deveria deixar o homem, ser o bebe da mamãe o quanto ele quisesse. Primeiro, que o cara beira aos 38 anos de idade e deveria ter idade o suficiente para dizer a mãe que ela não precisa se preocupar. Segundo, além da nossa sociedade produzir homens bunda moles, bebezões que não sabem nem criar seus próprios filhos, idolatra a família e isso é muito ruim dentro de uma sociedade. Minha mãe sempre nos ensinou — eu e meus irmãos — que devemos amar as pessoas sem ficar “grudadas” nelas, como se fosse, um desapego. Eu que estou numa cadeira de rodas, com certas limitações, minha mãe me empurrou praticamente, para viajar sozinho com os amigos aos 16 anos de idade. Quando eu não queria ir, praticamente, ela dizia algo para que eu fosse. Seu último pedido antes de se for, foi para mim me cuidar e estou me cuidando. A grande lição da minha mãe é que você cria seus filhos para o mundo e não para você mesmo, seu egoismo só vai fazer você criar um belo de um bunda mole que não sabe nem pegar um copo de água sozinho. Gentileza é uma coisa, achar que mães chatas são intocaveis, é bem diferente.
O que tem a ver a Tati com o Pondé? O Pondé nos remetem a tradições milenares onde a formação das crianças eram feitas para melhorar e continuar essas tradições, mesmo o porquê, as crianças eram futuros cidadãos daquela polis. Não interessa o que uma mãe achava, a criança iria se submeter ao agoge espartano, muitas vezes, jovens eram mandados a estudar em outras partes do mundo. Na verdade, a esquerda e mais especificamente, a filósofa Marilena Chauí, não está errada, a família de hoje foi inventada pelo capitalismo. A estabilidade social precisava ser feita para reconstruir as nações logo após a segunda guerra mundial, então, inventaram a família de marca de margarina. Na essência, não existe felicidade plena sem antes nos desapegarmos a certas particularidades que não valem a pena continuar. O apego faz sofrer porque nada é permanente, como dizem, não há caixão duplo. A permanência nos coloca em imaginar que exista algo eterno, porém, mesmo que algo seja eterno ele não pode mudar? Será que existe essa eternidade que coisas ou seres são eternos? Mesmo eu lendo bastante coisa do espiritismo, para mim pelo menos, a eternidade evolui conforme o conhecimento que acumulamos e não acredito em castigo ou karma no sentido popular.
A Tati pensa igual todo mundo — mesmo que seu canal tenha um nome acidez feminina, onde remete que acidez é a desconstrução molecular de algo — onde a família é sagrada e não tem o que discuti. Ora, a questão familiar é uma questão social, uma questão que abrange o futuro humano e como disse, a família como conhecemos, é muito recente. Tanto é, que na era vitoriana, a moda era tirar foto de cadáveres como se eles tivessem vivos. Isso é uma amostra o quanto o desapego era frequente antes da família doriana. O mundo não era tão idealizado e os seres humanos, não criavam seus filhos para lacrarem. Não se criava os filhos para se apegarem a mãe e quando um parente morria, ficar até mesmo, com depressão. Aliás, se confundem tristeza profunda com depressão, que pode por ventura, atrapalhar quem realmente sofre com a doença.
Sabemos muito bem, que o filósofo alemão do final do século dezenove, Nietzsche, tinha razão em achar que a quebra dos verdadeiros valores iria produzir vários ressentidos. O cristianismo é a prova disso, pois, produziu vários ressentidos que destruíram várias tradições antigas por não entender aquilo. Achava que o poder tinha que te dar o pão e que finalmente, lá no paraíso, ele seria alguma coisa. Todo ressentido é um nada. Mesmo que Jesus tenha dito que tudo que ele fazia, todo mundo também pode fazer, mas, Jesus fazia no meio da multidão e ao ar livre, não em templos. Uma das passagens ele diz que se deveria desapegar de tudo e todos para segui-lo, pois, cada homem tem uma missão. Ser cristão não necessariamente, você é seguidor de Jesus. Muitas tradições cristãs vieram de outros povos e do império romano, filosofias diversas, e etc. Então, qual o significado de destruir aqueles que não seguem se a igreja universalizou Jesus ao ponto de colocar outros rituais lá dentro? Será mesmo que somos todos ateus?

segunda-feira, dezembro 23, 2019

Sérgio Moro não deveria ser politico





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Conversando com a mulher que faz limpeza aqui em casa, ela disse que o Moro não deveria ter ido para a politica. Na sua simplicidade de pessoas do povo disse o que o povo pensa, porque as pessoas não estão preocupados com ideologias ou que acontece em universidades. A maioria não sabe sequer quem foi Paulo Freire, pois, são coisas desnecessárias para a maioria das pessoas e deveriam ficar no escopo da biblioteca. O pensamento dela é muito simples, se o ministro Sérgio Moro tivesse ainda como juiz da Operação Lava Jato, talvez as questões sobre a corrupção tivessem ficado mais intensas e pouco politicas ao ponto de ter tantos retrocessos na Operação. Justiça para a maioria é o cumprimento da lei e ponto, o resto fica a cargo de politicas positivas que mostram um mundo cor de rosas cheios de animais fofinhos.
Desde o século 19, com a moral vitoriana ditando moda, descobrimos com Freud que, na verdade, somos uma sociedade demagoga e hipócrita. Eramos uma sociedade bastante reprimida no dever kantiano em sempre fazer certo para inspirar confiança ao outro, e isso, logicamente, teve reflexos na religião que do “deus” que queria só que suas criaturas obedecessem suas normas, teve que abrir mão para inspirar confiança. Deus hoje em dia, é o “deus” do dever e nele, sem dúvida nenhuma, se pode ter confiança plena. As pilastras da sociedade ocidental sempre foram pilastras greco-romanas, aqueles que seguravam o Parthenon ou os fóruns da vida grega e romana, que seguravam tetos de granizo. Já seguraram uma pedra de granizo? Já tentaram segurar uma mesa de granizo? Eram estruturas, completamente, pesadas e não caiam. No mesmo modo, os heróis gregos não eram diferentes de mim ou de você, ou seja, eram humanizados e não havia nada do dever kantiano de salvar as consciências do mundo.
Ora, herdamos a filosofia e a politica dos gregos, seu maior expoente foi Aristóteles. Há um erro bastante corriqueiro que é colocar a frase de Aristóteles como “animal politico”, mas, é um erro de tradução. Ele disse — ou seus alunos escreveram — “zoo politikon” que quer dizer, “animal social” porque esse “politikon” era um termo que era antonino de “idiotike”, ou seja, se o “idiotike” queria dizer uma pessoa egoísta que não pensava na polis num todo, o “politikon” era o cidadão que pensava e discutia sobre os problemas da polis. A democracia nasce exatamente desse intuito, cidadãos que queriam discuti os problemas da polis, mas, a moderna nos tirou esse direito para darmos uma espécie de carta de representação. O povo se distanciou do poder porque o império romano tirou isso da maioria, esqueceram que quem sustentava o império era a maioria. Ora, será mesmo que isso é uma democracia?
Na essência, Dona Ilda quer o que o povo sempre quis, produzir, não ser roubado (em todos os sentidos) e criar seus filhos com segurança e educação. A figura do Sérgio Moro não difere com a figura do ex-ministro do supremo, Joaquim Barbosa, ele só difere que não ter desistido em punir os corruptos, os que assaltam a nação todos os dias. Aliás, a corrupção vem do império romano, de tão vasto e poderoso, corrompeu quase o mundo ocidental inteiro. Herdamos isso também. Reinos medievais eram corrompidos para consolidar o poder em meios da igreja e a mesma, coroava aqueles que o Papa — a figura do imperador — achava melhor como rei e dizia que Deus designou ele para tal cargo. Cargo esse, que em reinos menores, eram colocados nos tronos os que continham o maior número de terras possíveis. Dai vem nossas capitanias hereditárias e os governadores eram aqueles que tinham a maior extensão de terras, que ainda hoje, assombra a democracia brasileira. Somos herdeiros de uma cultura Latina, de uma cultura medieval, de uma cultura que não se modernizou porque sempre se usou as tradições para dizer que somos conservadores. O problema é, não temos nenhuma tradição, temos um monte de retalhos de outras tradições que, na maioria das vezes, somos avessos.
Na verdade, temos muitas morais que não cabem em um mondo de hoje e o Brasil, por outro lado, se autossabota. Ou seja, quando as coisas estão cada vez melhores, se começa a piorar de repente. Ao que parece, o Brasil não quer se modernizar.

domingo, dezembro 22, 2019

Ética de chocolate bolsonarista-olavete



Foto: Reprodução
Crédito/Metrópoles


Por falta de repouso nossa civilização caminha para uma nova barbárie. Em nenhuma outra época os ativos, isto é, os inquietos, valeram tanto. Assim, pertence às correções necessárias a serem tomadas quanto ao caráter da humanidade fortalecer em grande medida o elemento contemplativo”.
(NIETSCHE, F. Humano, demasiado humano)




O filósofo coreano e professor de filosofia na Alemanha, Byung-Chul Han, diz em algum lugar no seu livro Sociedade do Cansaço que “A sociedade disciplinar ainda está dominada pelo não. Sua negatividade gera loucos e delinquentes. A sociedade do desempenho, ao contrário, produz depressivos e fracassados.”. Han argumenta que a sociedade disciplinar do filósofo Michel Foucault (1926-1984) deu lugar a sociedade do desempenho, pois, no lugar de disciplinar o indivíduo com regras, ele começa a colocar o indivíduo a descobrir a si mesmo. Há uma discussão na filosofia pós-moderna, que começa a questionar a humanidade nessa necessidade de ter exito, ser feliz, saber desfrutar o que se tem de melhor. Ninguém posta num Instagram o que tem de verdade, aliás, estamos numa sociedade que abomina a verdade. As verdades têm que caber na minha ideologia, na minha religião, naquilo que eu tenho que confiar como realidade.
Quando o filósofo grego Sócrates disse que só o conhecimento vai te levar até a verdade, ele está dizendo que com a verdade vai se chegar ao que o ser humano chama de felicidade. Mas, achamos que a felicidade é ter e não ser, porque o inconsciente coletivo já está impregnado em objetivos que não são deles e sim, do outro. Meu objetivo de ser bem-sucedido, não é meu e sim, o objetivo é do outro, porque eu trabalho para o outro, eu penso para o outro e não a mim mesmo. A felicidade socrática — uma quase felicidade metafísica — não tem a ver com qualquer objeto e objetivo fora de si mesmo, mas, tem a ver com o conhecer a si mesmo e saber que a felicidade e ser você mesmo e não colocar uma máscara social. A essência da bondade é descobrir sua própria natureza e não ser o que a sociedade te impõem como certo, uma normalidade do discurso em que temos que ter um herói para acabar com todos os problemas. Não vai. Cada um deveria ser cidadão o bastante e colocar uma solução viável para aquilo que atormenta a sociedade.
Ai que está, se os lulopetistas têm como herói a imagem do ex-presidente Lula, que corrompeu toda máquina estatal possível, o bolsonarista-olavete tem como herói o clã Bolsonaro. Se um montou um mundo ético que não conseguiu sustentar, o outro montou um mundo ético dentro da religião evangélica que graças ao seu filho mais velho, também não está conseguindo se sustentar. Ai entra os dois extremos de uma sociedade que ao mesmo tempo é disciplinar — ao ponto de achar melhor perder seus direitos civis em um regime Militar — e também, é uma sociedade do desempenho (ao ponto de esquecer a ética e as leis, para sustentar o desempenho do seu estabelecimento). E pasmem, existem pessoas (e não são ignorantes) que defendem que acessibilidade foi feito para corromper e ganhar com fiscalização. Mas uma dúvida se faz necessário: que fiscalização? Aonde podemos dizer que existe fiscalização de alguma coisa? Não há. E a ética fica seletiva graças a um tom ideológico que para uma parte antagônica não voltar ao poder, tem-se esconder as falhas do outro lado.
Ideologicamente, os bolsonaristas-olavetes estão bastante voltados dentro da direita, mas, também voltado ao cristianismo. Na minha cabeça, para você ser cristão, você deveria seguir Jesus. E para seguir Jesus tem que seguir seu amor e sua bondade verdadeira, assim, cairmos na bondade socrática platônica. A bondade socrática é a descoberta de si mesmo como uma verdade da sua própria natureza, Jesus diz que somos “deuses” e devemos se voltar para si mesmo e voltar a nossa própria natureza para amar a Deus sobre todas as coisas, ao próximo como a si mesmo. Mas, como amar o próximo verdadeiramente? Empatia. Se colocar no lugar do outro, imaginar como seria você naquela situação e Jesus sabe da natureza do nosso espirito, sabe na natureza do universo. Ele ser retratado como gay, como vigarista, como maconheiro não faz diferença, mas, a essência da sua mensagem que importa.
O que é uma ética além do caráter? Será que tem a ver com uma cultura que já veio corrompida? A seletividade dessa ética é muito mais do que cultural, ela tem a ver de precisar de ídolos e se agarrar nesses ídolos. Somos um povo agarrado na verdade, mas, não sabemos em que verdade acreditar porque se é avesso a cultura e ao estudo. Sempre se quer alimentar o nosso ego.

sábado, dezembro 21, 2019

Cadeirante com cara de Ursinho Puff e o Chapeleiro Maluco da Havan




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- Gatinho de Cheshire (...) Poderia me dizer, por favor, que caminho devo tomar para ir embora daqui?
- Isso depende muito de para onde quer ir - responder o Gato.
- Para mim, acho que tanto faz... - disse a menina.
- Nesse caso, qualquer caminho serve - afirmou o Gato.
- ... contanto que eu chegue a algum lugar - completou Alice, para se explicar melhor.
- Ah, mas com certeza você vai chegar, desde que caminhe bastante.
- Mas eu não quero me meter com gente louca - ressaltou Alice.
- Mas isso é impossível - disse o Gato. - Porque todo mundo é meio louco por aqui. Eu sou. Você também é.
- Como pode saber se sou louca ou não? - disse a menina.
- Mas só pode ser - explicou o Gato. - Ou não teria vindo parar aqui.
Alice achou que isso não provava nada. No entanto, continuou:
- E como você sabe que é louco?
- Para começo de conversa - disse o Gato - um cachorro não é louco. Concorda?
- É, acho que sim - disse Alice.
- Pois bem... - continuou o Gato. - Você sabe que um cachorro rosna quando está bravo e abana o rabo quando está feliz. Mas eu faço o contrário: eu rosno quando estou feliz e abano o rabo quando estou bravo. Portanto, eu sou louco.
(Alice No País das Maravilhas)
 CARROLL, L., Alice no País das Maravilhas, 1865.


Um dos livros de filosofia que mais gostei de ler foi Alice no País das Maravilhas de Lewis Carrol, que conta as aventuras de um mundo doido onde nada tinha lógica e os objetos eram, completamente, vivos e falantes. Na visão da Alice, todo aquele mundo não fazia sentido porque tinha aprendido que as coisas tinham uma ordem lógica, isso também, era pensado na ordem moral. Estava em tempos vitorianos — a moral vitoriana veio da rainha Vitoria, da família perfeita — e muita visão moral, que alguns casos ainda ficou, começa a ser questionada em todas as áreas. Visivelmente, Carrol faz duras críticas a essa educação vitoriana e começa a colocar um mundo que não existe lógica e nem princípios morais que pudessem quer questionados. Mas, o que seria uma moral de verdade? O que seria a própria realidade e a normalidade?
A maioria dos brasileiros idealizam a realidade a partir dos princípios que regem sua religião, rege sua ordem moral. Mas, que ordem moral poderíamos seguir? Mais ou menos, trezentos anos antes de cristo, o filósofo Sócrates já observava que as pessoas eram boas para agradar as outras pessoas, para se passarem de detectoras de conhecimento e sabedoria e a bondade em ajudar o próximo. Sócrates dizia que nada sabia, exatamente, para mostrar que ele com o vasto conhecimento que tinha da alma humana, não sabia de tudo e sabia que não sabia de tudo. O filósofo dizia que a verdadeira bondade é só alcançada quando adquirimos um certo conhecimento e esse conhecimento, faz com que vejamos uma bondade além das ordens morais que regem a sociedade. Platão, por ter uma carga não só da filosofia socrática, mas também, seguiu vários outros filósofos, seguiu nesse caminho do conhecimento e ignorância. Sua ideia da caverna nada mais é do que o conhecimento do homem que saiu dessa caverno e o resto, que continuou a ver as sombras. Mas, por que a maioria continua a querer ver as sombras? O simbologismo das sombras e bastante simples, pois, nem sempre o formato da sombra é do formato do objeto que é projetada a sombra. Podemos até mesmo, manipular o formato dessa sombra.
No livro — talvez, Carrol tenha lido Platão — Alice tinha tirado uma soneca e acordou com a irmã te chamando para tomar um lanche. A realidade é construída a partir daquilo que escondemos em nosso íntimo como valores morais, você pode ser consciente desses valores ou esses valores são ocultos na sua consciência. Sonhos, na maioria das vezes, são aquilo que está lá escondido no seu inconsciente e ninguém — nem mesmo você — sabe que aquilo existe. Aliás, Aristóteles sempre dizia que a ética se pratica e não, se teoriza. Então, quando se votou no Bolsonaro, eu tinha na minha cabeça, que votaram nele para as leis e para cumprir essas leis, mas, o que eu estou vendo é a mesma coisa que sempre eu vi. Um fanatismo exagerado e uma oposição burra e porca que não sabe, nem mesmo, argumentar. Por que Paulo Freire é um energúmeno? Por que é culpa do TV Escola o nosso desempenho escolar? Será que cultura é uma coisa ideológica? Enquanto o mundo se moderniza e se acessibiliza, o Brasil ainda quer viver em uma cultura do século dezenove hipócritas e que não tem nada a ver com o mundo de hoje. O Brasil quer ser um país atrasado.
Mas, sabe o melhor lugar para ver o atraso mental e o atraso do empregado vassalo? Linkedin. Só vejo autoajuda vagabunda e pessoas que acham que entendem de marketing, mas, não leram um Krotter sequer. Só fica lendo artigos de coachings vigaristas, palestras vagabundas e livros que nada trazem de conhecimento e nada vão trazer para uma empresa mais prospera. O Luciano Hang é péssimo de marketing, diz ter lido Olavo de Carvalho e acha que está fazendo uma boa causa trazendo o ursinho puff de cadeira de rodas para o seu vídeo. Um alienado ou um cúmplice? Eis o mistério.

sexta-feira, dezembro 20, 2019

Véio da Havan não gosta de deficientes









Nosso caráter é o resultado da nossa conduta.






Eu não ia falar nada, mas eu não gosto do jeito que esse “empresário” faz seu marketing. Para quem não sabe, além de ser técnico de informática e filósofo da educação, sou um publicitário como um publicitário, acho os vídeos do Luciano Hang — como marketing para a Havan — uma bosta. Soa, completamente, falso e não tem graça nenhuma. E essa análise não é uma análise ideológica não, uma análise, totalmente, técnica. Além dele chamar nós, pessoas com deficiência de doentes no Teleton, agora diz que acessibilidade é burocracia em Chapecó (SC). No vídeo, ele diz que o piso tátil da loja é muito feio e que não deixa sua loja arrumadinha.
Esse culto a ignorância que dura a 16 anos em que um presidente não abre um livro, não tem um curso acadêmico e que não está a parte dos acontecimentos de cada Estado, está causando muitos problemas para as minorias e acessibilidade. Todos nós sabemos que temos uma elite burra, só vê que financiam essa cultura porca que não tem expressividade nenhuma, e nunca na história do Brasil, tece qualquer início de intelectualidade. Nossas universidades formas mentecaptos que não sabem nem de filosofia, não sabem de história do Brasil — nem o rock escapa, pois, teve que uma banda sueca prestar homenagem aos pracinhas da segunda guerra mundial — não sabem escrever e no escopo dos seus funcionários, não sabem ler. Como vamos ter um Brasil descente se nem a elite sabe da história do nosso país? Lá fora, os empresários gostam do seu país, gostam da sua pátria e sempre criam ONGs para ajudar ou fazer trabalhos sociais, nossa cultura é mesquinha e hipócrita.
O Luciano Hang não está sozinho nessa, muitos empresários não querem nem obedecer à lei de cotas. Aquela PL que desobrigava os empresários e contratarem pessoas com deficiência, só é a choradeira dos empresários que acham que nós temos nosso diploma por piedade das universidades. As pessoas da região do Luciano Hang — no sul — a maioria acha que pessoas com deficiência devem ser trancadas nas APAEs, nas AACDs da vida e não estou brincando, vários grupos no Facebook não me fazem mentir. Estamos num país de uma cultura do século dezenove, que não se cabe mais e nem interessa ao país. Enquanto isso, vimos vídeos de bosta, e uma autoajuda vagabunda no Likendin de um empresariado burro é muito podre de marketing.


quinta-feira, dezembro 19, 2019

#BrasilReal : fábrica de falar merda chamada Brasil



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Um dos traços mais notáveis de nossa cultura é que se fale tanta merda.”

(Sobre Falar Merda, Harry Frankfurt)




O que é falar merda? Todos dizem que falar merda é dizer alguma coisa como uma asneira, mas, não é bem assim. Eu entendo que falar merda é falar aquilo que se acha que sabe, porém, não sabe e se pensa ainda saber. E isso não é um problema de agora — no século vinte e um — ele é um problema desde muitos milênios, quando o poder começa a falar merda para dominar e deixar o povo ignorante para falar muito mais merda ainda. Por que? Seria bastante interessante se ter a população na ignorância, para governar e ficar falando aquilo que não sabe. Como Sócrates detectou, que as pessoas achavam que estavam falando coisas que tinham sentido, mas, não tinha a menor lógica você acreditar naquilo. Sócrates percebeu que as pessoas não eram boas de verdade e indo mais além, as pessoas nem sabiam o que era bondade de verdade e só falavam merda.
Platão, que continuou de certa forma, o legado socrático, chegou a conclusão que opinião não é conhecimento. Falar merda não era sinônimo de conhecer alguma coisa, mesmo o porquê, quem fala merda não sabe nem a origem daquilo que está falando. Afinal, Platão viu seu mestre Sócrates sendo morto porque um poeta — se pagaram ele ou não, não interessa — começou a falar merda do filósofo e o povo, que deu razão ao poeta, deram razão a merda falada. Platão chegou a conclusão, que toda aquela merda que o poeta disse que o povo sempre acha que é verdade, são produto de uma essência que chamamos de verdade (arethe), mas, de meras ilusões que as pessoas acreditam e a merda é construída a partir de um chorume maior. Mesmo o porquê, sabemos que a instrução verdadeira não acontece em escolas públicas, mas, por conta própria. Tudo que aprendi ao longo da minha vida, não foi numa escola, foi em livros e pesquisas na internet. Que aliás, existem várias merdas que, por via de muitas dúvidas, devem ser pesquisadas as fontes.
Por que ninguém pesquisa a fonte? Porque a maioria das pessoas continuam ainda achando que sabem, pois, é muito mais cômodo achar verdades que foram prontas para seu conceitos. Nos desiludimos com certo politico, por exemplo, outros teóricos começam a falar merda colocando ideologias que não são dele, não fazem parte nem da ideologia partidária que defende. Mas, para a maioria, aquela verdade é confortável. Como se você fosse um fedelhinho e está confortável em um cobertor sendo acariciado pela mamãe que irá te proteger, mas, a vida não é aquele edredom cheiroso e quentinho, a vida é cobertor velho cheirando bosta das diarreias mentais que a maioria tem. A maioria acha que esse cheiro de bosta é culpa do outro, o outro quer te colocar nesse cobertor cheirando bosta. Mas, você cagou sua vida e não quer assumir. Você acha que sua vida é um talco cheiroso, mas, a sua vida é cheia de maria-fedida (bisorinho que deveria ser o nosso símbolo). A maria-fedida sempre entra no meu quarto e deixa cheiros horrorosos, do mesmo modo, quando entre uma ideia dentro de uma cabeça vazia.
Não estou dizendo que as pessoas não sabem de nada, mesmo o porquê, a capacidade cerebral de todo mundo — pelo menos, a parte racional — é igual. Como Platão disse, uma mera opinião é uma ideia muito rasa daquilo que se acha que sabe, mas, não sabe. Saber é você ler sobre, estudar sobre o assunto, e depois saber o que argumentar. Na verdade, a maioria das pessoas estão em um mundo ilusório e que pensar ser realidade, mas, estão numa ilusão, uma caverna que só existem sombras. Afinal, o que a realidade? Realidade é você estudar 20 anos e aprender o que os outros querem? Realidade é trabalhar para os outros sem questionar? O que é a realidade?