Um
dia o filosofo Aristóteles escreveu que o Estado era algo natural e
que o homem era um animal politico por natureza, essa é uma
definição lógico de um filosofo que viveu em um outro mundo e num
outro pensamento. Mas o interessante é que o pensamento dele faz jus
a natureza humana mesmo, seja onde for, fazemos politica e fazemos
dessa politica um grande motivo para lutar por uma vida mais ou menos razoável. Quando convencemos a pessoa que amamos a ficar no nosso
lado é uma politica, porque usamos a retórica do amor perfeito e da
satisfação que é ficar ao nosso lado, isso é uma democracia e
isso é o debate maduro (que algumas vezes por nossa cultura ser
infantilizada, homens matam mulheres e mulheres mutilam homens sem
sequer argumentar). Talvez é isso que precisa a politica do Brasil,
ter amadurecimento de podemos discutir as bases do problema
governamental e o porque esse problema apareceu e muito me espanta,
partidos esquerdistas menores ou grandes, não tenham em suas bases o
materialismo histórico marxista.
O
problema que o Brasil começa já como um território provisório,
porque iria ser explorado e não iria ser colonizado. Mas teve que
ser colonizado – de uma forma errada e provisória – por causa do
Pau-Brasil que aqui existia e era uma madeira muito cara para trazer
do oriente a Portugal e talvez, nem foi tanto por causa do tesouro
que só depois foi encontrado. Não temos uma raiz dentro do Brasil
para gostarmos do nosso país e não temos ainda a maturidade politica
para trazer à tona uma discussão ampla, pois os outros países tem esse dialogo e tem muito mais amor a sua pátria porque a maioria foi
forjada no meio da batalha, no meio de lutas incessantes. O Brasil foi
além de um território transitório, foi um território facil e já
havia suborno e ganancia com o qual se dominou o “gigante”. Mesmo Portugal não iria deixar seu território manchado pelo sangue que
seguindo Don Henrique o infante, guerrearam contra os territórios da
Espanha para ter seu próprio país, coisa conquistada é muito
melhor do que coisa dada fácil. Somos herdeiros da tradição portuguesa que até hoje espera seu Dom Sebastião o rei voltar das
cruzadas, mas ele morreu, mas sempre esperamos um “salvador da pátria”.
Então,
somos um povo marcado com essa “esperança” que um dia o Brasil
dará certo e todos os males que nasceram com ele como uma nação
independente – lógico que o nascimento do Brasil se deu no grito
de Dom Pedro nas margens do rio Ipiranga – sejam totalmente
sanados. Mas existem milhares de males que não podem ser
neutralizados por causa da onde crescente de discursos inuteis dentro
de um país já marcado com tanta ignorancia e tanta incultura, essa
fata de “amor” a patria e ainda a onde crescente dessa
“esperança” meio medieval, faz de nós um povo marcado em sermos
manipulados e não sabemos que lado ir. Todo brasileiro é averso a
regras, mas adora ditar elas ao outros. Não é uma coisa mais ou
menos da genetica, mas algo averso já em nossa cultura em seguir até
regras basicas de convivencia e nesse aspecto, vem os assaltos e os
assassinatos que nada mais são do que revolta de não ter aquilo –
igual o conto da maçã maior e menor – ou você fazer algo que
desagrade seu vizinho que é um direito dele não querer e obrigar a
escutar rojões no meio do dia e carros com o som alto. Existem
crianças dormindo, existem idosos repousando e existe vida além do
seu próprio EGO.
Os
ultimos acontecimentos reforçam minha tese que é a falta de amor a
patria e amor ao seu compatriota, faz com que as pessoas terem
aversão as classes sociais. Quando Karl Marx escreveu sua obra, isso
era muito mais evidente e muito mais nitido, porque no século XIX se
tinha muito mais exploração e não havia leis como hoje há, então
não é luta de classes e sim luta de quem vai ter a maçã grande. A
morte do cinegrafista da Band é totalmente uma depravação de uma
guerra politica hoje em todos os setores, como foi a ida para
Portugal de Dom Pedro, como foi a proclamação da Republica, como
foi a quebra do Estado Novo, como foi tomada do poder dos militares,
como foi o Impeachment do Collor e outras coisas mais. É nossa falta
de carinho pelo Brasil que levou aquele trabalhador como todos os
outros, a morrer no seu trabalho e ainda ficarem explorando a morte
de um pobre filho de sua pátria. Não leitor, não sou um reacionário a favor de um governo autoritário, eu sou a favor do termino da
“babaquice” de acharem conspirações onde não tem e é bem
claro nas fotos daquele homem morrendo com a cabeça toda aberta. Sou
uma pessoa com deficiência física numa cadeira de rodas escrevendo
num blog com dois diplomas nas costas, querendo um debate maduro e
sem “babaquice”.
Não
importa que os Black Bloc tenham ligações politicas partidárias –
como o deputado mesmo disse que mesmo sendo inimigos políticos, tem
respeito multou – o problema disso tudo é cultural, as retóricas
sempre são as mesmas como se vivêssemos ainda nos tempos da
escravidão e se você dissesse algo era chicoteado. Não somos mais chicoteados, não somos mais jogados na fogueira e nem vamos ser
comido pelos leões. Temos que ver também que o mundo é esse e
vivemos numa sociedade com leis e isso não podemos negar, pois se ultrapassarmos isso iremos sempre tirar do outro o livre arbítrio porque nos achamos sempre com a maçã menor. Sempre temos que fazer
o nosso caminho para chegarmos a maçã grande, não porque o outro
nos dará essa maçã, mas porque eu descobrir meu próprio caminho
para chegar até ela. O grande problema de nosso país é a cultura
de sempre darmos as maçãs pequenas e ficarmos com as grandes para
nós e quando recebemos as pequenas, sabemos que faríamos a mesma
coisa. Por definição, o ser humano não deixou algumas características primatas, e reage por imitação como todo mamífero.
O
filosofo Aristóteles assim dizia: “(…) quando apertado da lei e
da justiça, é o pior de todos; uma vez que a injustiça armada é a
mais perigosa, e ele é naturalmente equipado com os braços pode
usa-los com inteligencia e bondade, mas para também os piores
objetos (…) por isso que se o ser humano não for excelente, será
o mais perverso e selvagem dos animais, o mais repleto de luxuria e
de gula (…)” . Isso mostra que já na Grécia Antiga, os homens
já sabiam de sua natureza que é feita da cultura por excelência,
uma cultura que respeita o outrem e leva a bondade. Não a bondade
demagoga e cínica de uns, mas a bondade de se fazer valer da vontade
da ação de produzir ela, e seu material primordial é a cultura.
Mas que cultura temos? Uma cultura de animais inculturais? Temos uma
falta de cultura onde que o tem é taxado de chato, insuportável e
que não tem é o cara mais popular, o cara que fala a linguagem do
senso comum. Mas nem sempre isso molda carater e começa na escola
que o cara mais popular nem sempre é o educado, o que respeita, o
que faz sua própria vontade porque faz essa baderna toda escravo dos
outros, é só mais um escravo.
A
escravidão vem dos próprios conceitos que somos expostos por
condições muitas vezes, conflitantes e um pouco criticas. Não
somos um povo que temos uma critica logica que vai muito além dos
conceitos e ideologias que escondem nossos próprios pensamentos,
isso quando, sempre “bajulamos” pessoas que nada farão por nós
a não ser, nós mesmos. Não temos uma cultura de cuidarmos de si e
cuidarmos de nossas tarefas, sempre é culpa dos outros e o dever dos
outros. Como o filosofo Aristóteles mesmo disse, o mesmo braço pode
fazer algo bom para si e para os outros e o braço que pode até
fazer coisas menos nobre por falta de uma cultura de excelência, e a
nobreza de espirito independe de dinheiro ou status e sim, uma
educação com valores bons e que nada tem de fascista ou
reacionário. Quem não pensa como a maioria é expulso da discussão.
Enquanto
isso, enquanto damos margens para essas pessoas prejudicarem os
outros, vamos sendo cada vez mais por pessoas que não querem o bem,
sermos manipulados por ideias e ideologias deturbadas. Ai sim,
Sherehazades e Lobão, Lulas e outro, terão colunas em jornais, e
nós que escrevemos o certo, teremos um blog e olha lá.
Amauri Nolasco Sanches Junior – Publicitário, Técnico de Informática, filosofo e coordenador do movimento Irmandade da Pessoa com Deficiência