quarta-feira, fevereiro 12, 2014

Morte, democracia, e o direito de ter uma coluna de jornal?







Um dia o filosofo Aristóteles escreveu que o Estado era algo natural e que o homem era um animal politico por natureza, essa é uma definição lógico de um filosofo que viveu em um outro mundo e num outro pensamento. Mas o interessante é que o pensamento dele faz jus a natureza humana mesmo, seja onde for, fazemos politica e fazemos dessa politica um grande motivo para lutar por uma vida mais ou menos razoável. Quando convencemos a pessoa que amamos a ficar no nosso lado é uma politica, porque usamos a retórica do amor perfeito e da satisfação que é ficar ao nosso lado, isso é uma democracia e isso é o debate maduro (que algumas vezes por nossa cultura ser infantilizada, homens matam mulheres e mulheres mutilam homens sem sequer argumentar). Talvez é isso que precisa a politica do Brasil, ter amadurecimento de podemos discutir as bases do problema governamental e o porque esse problema apareceu e muito me espanta, partidos esquerdistas menores ou grandes, não tenham em suas bases o materialismo histórico marxista.

O problema que o Brasil começa já como um território provisório, porque iria ser explorado e não iria ser colonizado. Mas teve que ser colonizado – de uma forma errada e provisória – por causa do Pau-Brasil que aqui existia e era uma madeira muito cara para trazer do oriente a Portugal e talvez, nem foi tanto por causa do tesouro que só depois foi encontrado. Não temos uma raiz dentro do Brasil para gostarmos do nosso país e não temos ainda a maturidade politica para trazer à tona uma discussão ampla, pois os outros países tem esse dialogo e tem muito mais amor a sua pátria porque a maioria foi forjada no meio da batalha, no meio de lutas incessantes. O Brasil foi além de um território transitório, foi um território facil e já havia suborno e ganancia com o qual se dominou o “gigante”. Mesmo Portugal não iria deixar seu território manchado pelo sangue que seguindo Don Henrique o infante, guerrearam contra os territórios da Espanha para ter seu próprio país, coisa conquistada é muito melhor do que coisa dada fácil. Somos herdeiros da tradição portuguesa que até hoje espera seu Dom Sebastião o rei voltar das cruzadas, mas ele morreu, mas sempre esperamos um “salvador da pátria”.

Então, somos um povo marcado com essa “esperança” que um dia o Brasil dará certo e todos os males que nasceram com ele como uma nação independente – lógico que o nascimento do Brasil se deu no grito de Dom Pedro nas margens do rio Ipiranga – sejam totalmente sanados. Mas existem milhares de males que não podem ser neutralizados por causa da onde crescente de discursos inuteis dentro de um país já marcado com tanta ignorancia e tanta incultura, essa fata de “amor” a patria e ainda a onde crescente dessa “esperança” meio medieval, faz de nós um povo marcado em sermos manipulados e não sabemos que lado ir. Todo brasileiro é averso a regras, mas adora ditar elas ao outros. Não é uma coisa mais ou menos da genetica, mas algo averso já em nossa cultura em seguir até regras basicas de convivencia e nesse aspecto, vem os assaltos e os assassinatos que nada mais são do que revolta de não ter aquilo – igual o conto da maçã maior e menor – ou você fazer algo que desagrade seu vizinho que é um direito dele não querer e obrigar a escutar rojões no meio do dia e carros com o som alto. Existem crianças dormindo, existem idosos repousando e existe vida além do seu próprio EGO.

Os ultimos acontecimentos reforçam minha tese que é a falta de amor a patria e amor ao seu compatriota, faz com que as pessoas terem aversão as classes sociais. Quando Karl Marx escreveu sua obra, isso era muito mais evidente e muito mais nitido, porque no século XIX se tinha muito mais exploração e não havia leis como hoje há, então não é luta de classes e sim luta de quem vai ter a maçã grande. A morte do cinegrafista da Band é totalmente uma depravação de uma guerra politica hoje em todos os setores, como foi a ida para Portugal de Dom Pedro, como foi a proclamação da Republica, como foi a quebra do Estado Novo, como foi tomada do poder dos militares, como foi o Impeachment do Collor e outras coisas mais. É nossa falta de carinho pelo Brasil que levou aquele trabalhador como todos os outros, a morrer no seu trabalho e ainda ficarem explorando a morte de um pobre filho de sua pátria. Não leitor, não sou um reacionário a favor de um governo autoritário, eu sou a favor do termino da “babaquice” de acharem conspirações onde não tem e é bem claro nas fotos daquele homem morrendo com a cabeça toda aberta. Sou uma pessoa com deficiência física numa cadeira de rodas escrevendo num blog com dois diplomas nas costas, querendo um debate maduro e sem “babaquice”.

Não importa que os Black Bloc tenham ligações politicas partidárias – como o deputado mesmo disse que mesmo sendo inimigos políticos, tem respeito multou – o problema disso tudo é cultural, as retóricas sempre são as mesmas como se vivêssemos ainda nos tempos da escravidão e se você dissesse algo era chicoteado. Não somos mais chicoteados, não somos mais jogados na fogueira e nem vamos ser comido pelos leões. Temos que ver também que o mundo é esse e vivemos numa sociedade com leis e isso não podemos negar, pois se ultrapassarmos isso iremos sempre tirar do outro o livre arbítrio porque nos achamos sempre com a maçã menor. Sempre temos que fazer o nosso caminho para chegarmos a maçã grande, não porque o outro nos dará essa maçã, mas porque eu descobrir meu próprio caminho para chegar até ela. O grande problema de nosso país é a cultura de sempre darmos as maçãs pequenas e ficarmos com as grandes para nós e quando recebemos as pequenas, sabemos que faríamos a mesma coisa. Por definição, o ser humano não deixou algumas características primatas, e reage por imitação como todo mamífero.

O filosofo Aristóteles assim dizia: “(…) quando apertado da lei e da justiça, é o pior de todos; uma vez que a injustiça armada é a mais perigosa, e ele é naturalmente equipado com os braços pode usa-los com inteligencia e bondade, mas para também os piores objetos (…) por isso que se o ser humano não for excelente, será o mais perverso e selvagem dos animais, o mais repleto de luxuria e de gula (…)” . Isso mostra que já na Grécia Antiga, os homens já sabiam de sua natureza que é feita da cultura por excelência, uma cultura que respeita o outrem e leva a bondade. Não a bondade demagoga e cínica de uns, mas a bondade de se fazer valer da vontade da ação de produzir ela, e seu material primordial é a cultura. Mas que cultura temos? Uma cultura de animais inculturais? Temos uma falta de cultura onde que o tem é taxado de chato, insuportável e que não tem é o cara mais popular, o cara que fala a linguagem do senso comum. Mas nem sempre isso molda carater e começa na escola que o cara mais popular nem sempre é o educado, o que respeita, o que faz sua própria vontade porque faz essa baderna toda escravo dos outros, é só mais um escravo.

A escravidão vem dos próprios conceitos que somos expostos por condições muitas vezes, conflitantes e um pouco criticas. Não somos um povo que temos uma critica logica que vai muito além dos conceitos e ideologias que escondem nossos próprios pensamentos, isso quando, sempre “bajulamos” pessoas que nada farão por nós a não ser, nós mesmos. Não temos uma cultura de cuidarmos de si e cuidarmos de nossas tarefas, sempre é culpa dos outros e o dever dos outros. Como o filosofo Aristóteles mesmo disse, o mesmo braço pode fazer algo bom para si e para os outros e o braço que pode até fazer coisas menos nobre por falta de uma cultura de excelência, e a nobreza de espirito independe de dinheiro ou status e sim, uma educação com valores bons e que nada tem de fascista ou reacionário. Quem não pensa como a maioria é expulso da discussão.


Enquanto isso, enquanto damos margens para essas pessoas prejudicarem os outros, vamos sendo cada vez mais por pessoas que não querem o bem, sermos manipulados por ideias e ideologias deturbadas. Ai sim, Sherehazades e Lobão, Lulas e outro, terão colunas em jornais, e nós que escrevemos o certo, teremos um blog e olha lá. 

Amauri Nolasco Sanches Junior – Publicitário, Técnico de Informática, filosofo e coordenador do movimento Irmandade da Pessoa com Deficiência