sexta-feira, janeiro 02, 2009

Paradoxo da Liberdade


Nesse natal de 2008 quero escrever sobre liberdade seus meios para acontecer dentro da sociedade vigente onde vivemos, pois todos sabem cantigas e de onde vem o natal e toda a história. Para comemorarmos o nascimento do menino Jesus nada melhor pensarmos sobre a tão dita liberdade, a verdadeira liberdade que tanto buscamos ao longo dos séculos como se fosse uma coisa invisível e não uma realidade visível. Vou começar dizendo que o século XX foi o século de grandes mudanças de paradigma, tanto do âmbito cientifico com as bombas atômicas e as manipulações genéticas humanas, como comportamentais sociais que deram ao ser humano, outra visão do seu semelhante; isso é muito fácil de descobrir o porquê, pois tivemos duas guerras que uma “raça” humana se achava melhor do que as outras. O darwinismo (vem de Charles Darwin e sua teoria da evolução), deu aos que se achavam o “bons” uma desculpa que a “raça” ariana era melhor do que as outras e o povo alemão da época (será que acabou?) se portou como detentores do “genes sagrado”. Vale lembrar que a “raça” ariana desenvolveu alguns povos árabes também, como desenvolveu o povo da Índia e muitos lugares; essa teoria “fraca” de povo superior é coisa de Freud.

Bem, desenvolvendo minha linha de raciocínio, tivemos essas “guerrilhas” para vê quem era mais forte e dominar um “brinquedinho” chamado Planeta Terra. Isso mesmo, todos nós sabemos que o planeta é ou era dividido em “mundos” e ficamos com o terceiro, somos meros terceiro mundo (aqueles que conquistaram Monte Castelo sem esforços, que segundo o comandante desse batalhão, deveriam ensinar os outros). Isso mostra que o ser humano é egoísta, mesquinho, entre outras coisas, porque só sua opinião tem e pode prevalecer. Isso inclui a tão falada “liberdade” onde podemos ver vários derivados dela que fogem da realidade dos fatos e que realmente acontece, porque muitos teóricos se baseiam no existencialismo de Sartre. Mas Sartre não se baseou em vários setores que não são condenados a serem livres, porque a sua liberdade consiste em um paradoxo que a própria palavra se baseia, vai contrario a opinião da maioria.

A maioria pensam que liberdade é fazer o que quer, só que se fizemos o que queremos vamos interferir com as escolhas do outro, então virará uma “bagunça” generalizada, porque todos vão seguir o que querem seguir. Mas, acredito profundamente, que toda unanimidade é “burra” como bem disse Nelson Rodrigues (mas detesto seus livros), pois a diversidade de idéias faz a humanidade ter opiniões diversas (no meio acadêmico e popular do senso comum, há profundamente uma ditadura de opinião e crença). Então, se chegamos a essa conclusão, onde está essa liberdade? Por exemplo, eu e minha namorada somos pessoas com deficiência física, ela raramente pode fazer as coisas porque sua escolha depende da escolha dos outros; as escolhas em sua maioria dependem das dos outros, porque se essa escolha não agradar os outros, essa escolha não se concretizará. Não somos condenados a sermos livres porque somos condenados a liberdade do outrem, muito, porém que temos a escolha de lutar por essa escolha e liberdade. Ai sim podemos dizer que somos metade culpado e metade inocente, porque somos metade culpados em não lutar por nossa liberdade que pode ou não ser cômodo depender das escolhas alheias, ou sermos inocentes por não mandar nas escolhas alheias e o egoísmo humano prevalecer. Mas até onde podemos ser inocentes ou culpados?

Segundo a doutrina do direito, a inocência e a culpa, só acontece quando o sujeito foge da lei, que a essa, é regras que estabelecem uma convivência entre sociedade. Essas mesmas leis já estavam estabelecidas, segundo muitos pensadores políticos, quando o individuo nasceu; ou seja, é um contrato que assinamos para viver em sociedade. Todo culpado é um ente que “escolhe” ter a conduta de quebrar essa regra, ou outras leis, mas se somos culpados de não escolher então quebramos a lei da liberdade, que segundo nossa Constituição, todo individuo tem o direto de ir e vir (será?!).

Mas ai chegou ao Paradoxo da Liberdade, pois se o meu direito de me libertar é uma liberdade posso criar um meio de ideologia que poderá prender. Posso escolher meu caminho segundo o que penso, mas o que eu penso é só sujeito de que eu vivi, pois o que o outro vai conceber como liberdade o que ele viveu. Mas uma liberdade legitima só se dará quando respeitarmos a liberdade de outrem, ou seja, eu tenho todo o direito de ser um protestante e seguir essa doutrina religiosa, mas não devo força a ninguém a segui-la por direito legitimo de o outro não querer; o mesmo posso dizer se somos acometidos de uma deficiência física, terei que respeitar o outro de não querer fazer, mas o outro tem que respeitar de eu querer fazer também. A ordem social me parece muito estranha, porque o ser humano só quer fazer coisas que lhe darão prazer, a conveniência reina e com isso sempre haverá duvida se realmente somos seres sociais. Se somos culpados de conivência a desordem social, somos ao mesmo tempo, inocentes por não sermos responsáveis pelos nossos antepassados que começaram com essa desordem; se somos inocentes ou culpados, isso é uma questão complexa de muitas linhas e pensamentos, mas temos o direito legitimo de prevalecer nossa liberdade.

Como diz uma musica dos Garotos Podres (banda punk), “O Ocidente é um acidente”, ou em outra musica “… um país idiota cheio de moleque…”, ou seja, somos ainda acometidos de um acidente filosófico dentro do ocidente que levou o Brasil numa imaturidade tanto política como cultural. Nosso pensamento ocidental é um equivoco imenso, cheios de atitudes imaturas tanto políticas (guerras, exportações de armas, teorias equivocas, etc…) como atitudes ideológicas filosóficas (os “ismos”, a perfeição das “raças”, o ego acima de tudo). Lembrei de uma frase que cai bem no “ego” ocidental, David Bowie na musica “Ziggy Stardust” diz: “… fazendo amor com seu próprio ego”, isso que várias pessoas fazem com seus egos, faz amor com eles. Isso Freud iria ter um orgasmo, aliás, essa musica é totalmente freudiana. O ocidente é totalmente recalcado com seu cristianismo recalcado, em nenhum momento dentro de qualquer versículo do novo testamento, Jesus trás uma moral para os outros verem; ele diz que quem segue seus ensinamentos chegará ao céu mais rápido, mas em nenhum momento impôs nenhuma conduta, acreditava no aprendizado e no ensinamento mor de não fazer aos outros os que não queremos que nos façam. Você gostaria de ser preso ou ser restringido de fazer algo? Por que matar se não gostaríamos de morrer? Por que roubar se não gostaríamos de ser roubados? Por que nos proibir de ir e vir se não gostaríamos que nos proibissem? Mas ao contrario, o ocidente faz amor com seu próprio “Ego”.

Se o ocidente faz amor com seu próprio ego, o que fazemos com a ordem social que vigia em todas as camadas sociais? Aliás, não há em uma sociedade “tarada” pelo seu próprio ego, classes que são separadas e não dependa da outra, pois a classe operaria precisa trabalhar e a classe alta precisa de mão de obra. O que fazemos para resolver esse “paradoxo” da dita liberdade? Primeiro, tudo que o mundo tem de real posso duvidar, tudo que eu tenho de pensar é uma duvida que eu tenho e procuro saber, quando procuro saber posso exercer minha liberdade e como disse um dia Renato Russo: “…ser livre é coisa muito seria”. É, ele tem razão, liberdade não é você causar na balada, não é fazer sexo com todas as “minas”, ou os “caras” do bairro e dizer que é “moderninho”: causar na balada você está sustentando as várias industrias de bebida e fazer sexo como cachorro no cio é apenas seu lado animal aflorando. Ih! Dessa vez quem vai ter um orgasmo é Rousseau que dizia que todo homem na natureza era bom, mas a terrível sociedade fazia dele um “mostro”, igual o Medico e o Monstro que ao tomar a porção mágica tinha esse “piripaque”. Para sermos bons, como diria meu professor Voltaire, deveríamos ruminar entre as vaquinhas nos pastos da vida e esquecer está história de sociedade e progresso; culpa do progresso que exploramos a “tia da venda” que só ganha para sustentar os oitos filhos que teve, não tinham janta para comer faziam filhos para esquecer a fome.

No Brasil levaram muito a sério Rousseau, para sermos homens livres e extremamente bons, temos que ruminar como touros e se portar como animais. Porém, o filosofo dos adolescentes Nietzsche (sim, eles lêem uma frase do “coitado” e acham que são historiadores clássico dele), somos rebanhos por ter uma alma de rebanho, não temos cérebro, temos banha gordurosa cinzenta dentro da caixa craniana. Bom, talvez liberdade seja uma imagem virtual da coisa e não exista na real, não existe liberdade é uma falácia; talvez seja apenas um jogo de linguagem como diria Wittgenstein. Ter Freud um orgasmo ao ouvir “Ziggy Stradust” é um fato de liberdade, ele sentiu seu prazer ao ouvir a musica, quis “gozar” até o extremo. Não que eu concorde com tal ato um tanto “animalesco”, mas ele escolheu em ir ao inferno do que chegar ao paraíso, preferiu seu próprio complexo de Édipo do que o inconsciente coletivo que poderia explicar que tudo faz uma cadeia; temos medos que não são complexos que não pude substituir meu pai na cama da minha mãe, mas que tive em experiências diversas durante toda minha vida. Essas mesmas experiências rondam o “éter” que passa dentro da atmosfera terráquea, como um buraco branco que liga vários seres humanos em seus pensamentos. É absurdo? Não sei, talvez seja, talvez não, ainda desconhecemos muita coisa.

Ou então, segundo minha preferência pessoal, temos que ter um exame ontológico (ser como ser) para examinar nossa própria conduta diante de vários fatos. Heidegger descobriu a América? Não sei se ele descobriu a América, mas que ele examinou todo “tesão” que o ocidente tem do seu próprio “ego”, isso ele fez. O ser enquanto ser é depositário de várias condutas tanto do imaginário, quanto do intelectual e assim, tendo experiências diversas. O ente transita entre o emocional e o intelectual que faz uma busca o que vai ser regido de uma das duas, se for emocional, vamos ter um probleminha; pois dentro somente do emocional vamos ter muito mais impulso do que maneiras mais amena, como das maneiras racionais. Mas se vamos ser racionais demais, vamos ser frios demais para analisar as questões de nosso cotidiano, então vai ser outro problema sério, pois sendo frios demais não vamos pensar num coletivo. Eu pessoalmente, acredito no equilíbrio e esse equilíbrio só é alcançado dentro do “conhecer a ti mesmo”, ou seja, fazer um exame de consciência cada vez que for dormir para pesar na balança tudo que foi bom ou ruim, igual nos ensina Agostinho de Hipona. Essa conduta socrática de nos ater num exame de consciência para saber como somos e para quê serve o que sabemos, vai nos remeter a virtude ou para o egoísmo; em grande maioria as pessoas são egoístas porque ainda não admitem sua parcela de culpa, tudo bem que não devemos se ativer tão somente na culpa, mas a razão tem que se equilibrar com a emoção.

Por que então as pessoas se prendem no egoísmo? Porque fazem de suas vidas grandes ilusões, sempre com a desculpa que tem que cuidar do filho, que tem que cuidar da casa, que tem que cuidar disso ou daquilo; o ente deposita no outro seu bem viver, se atendo em questões que ainda não ocorrendo, sempre colocando o “tenho” como base de linguagem de obrigação. Ainda associado com o “que” dá a base interpretativa muito usada diante de alguma aparente obrigação, que aos olhos dos “outros”, uma aparente imagem; como no filme “Matrix” (onde nós mesmos fazemos as ilusões), somos arrematados a processos cognitivos que nosso cérebro mesmo faz, é o tão famoso “mundinho” que fazemos questão de “fabricar. Quando alguma pessoa brinca com nossos sentimentos, “achamos” que todas as pessoas vão fazer isso, e o que é pior, vamos depositar isso nos filhos também, pois criamos um mundo paralelo onde só nós temos acesso. Como no filme que mostra um menino entortando a colher e dizendo que ela não existe, nosso mundo psíquico também não, são criações de nossas milhares de experiências do cotidiano que pensamos ser verdade; mas tão somente são linguagens que usamos para nos referir a isto ou aquilo, como me referir no termo “tenho que”, que só determina que somos acometido de obrigação para a mascara social, “liberdade” tão somente seria um termo que inventamos para se referir a uma conduta de “escolhas” que podemos fazer por nós mesmos. Mas nem sempre podemos “escolher”, porque minha liberdade muitas vezes depende do outro, depende da conduta social. Daí surge a pergunta: somos realmente condenados a ser livres? Ou não passa de jogo de linguagem, ora político, ora ideológico?

Isso é fácil de investigar, tanto do lado político (governos populistas, governos totalitários) e ideológico (comunismo, nazismo, fascismo, todo “ismo”). O que leva o ser humano a restringir sua liberdade a favor de uma ideologia ou política, que nem sempre vai a favor da grande “massa”? Podemos escolher acreditar que a “colher” exista (realidade aparente), como não acreditar que ela (a colher) exista, são faces de uma mesma moeda. Os filósofos gregos pré-socráticos descobriram isso, Heráclito, por exemplo, acreditava que tudo no universo está em constante mudança e que “tudo flui”; assim, os contrários se atraem como tudo quente esfria, e assim, tudo que pode existir pode não existir, mera ilusão de ótica. A colher pode existir como não pode, tudo é uma mudança do devir, como a liberdade. Mas se uma hora somos libertos ou não, teríamos necessidade da “escolha” de querer liberdade ou não? Muitos teóricos políticos iriam dizer que pela ignorância que não podemos ter a real escolha, mas como venho escrevendo em muitos textos, não existe hoje ninguém com um radio e uma TV totalmente ignorante, nossa essência é sempre de aprendizado constante.

Aristóteles, o professor de Alexandre O Grande, dizia que a natureza humana era sempre saber, então, se nossa natureza é sempre buscar o conhecimento e dessa processar em sabedoria, vamos sempre procurar meios para obter esse conhecimento; levando essa a equação socrática que é: ciência=virtude=felicidade, ou seja, toda ciência se baseia em algum conhecimento (diferente do método cientifico que é empírico), ou seja, temos a ciência de algo que estuda esse algo, se é algo útil que levará ao “bem” (ao contrário de Freud e Rousseau que teriam um orgasmo, Nietzsche iria bater o pé e iria dizer que não existe o “bem”), assim sendo, levará o ser humano a virtude, porque assim é um hábito de fazer o “bem”. Para Sócrates, como disse acima, tinha em mente que a maioria das pessoas fazem o “bem” para ser “bonzinho” aos olhos dos outros e assim atender proveito próprio, o ser humano faz o “bem” para atender a si mesmo. Mas o “bem” real é a virtude que trás consigo a sabedoria, o conhecimento, o saber em sua plena essência, levando o ser humano a felicidade pura e constante. Nada melhor que um ser humano cheio de esclarecimento e feliz para atestar sua liberdade, mas liberdade verdadeira é liberdade sabida de todo seu ser.

Ousar saber (sapere aude) é o lema de todo esclarecimento que nos leva a se libertar, mas no mesmo modo que a “colher” pode não existir, a existência de um conceito (liberdade) pode não existir também, ser apenas uma ilusão. Uma livre “escolha” é apenas uma linear atributo a um movimento que temos que tomar diante o caminho que escolhemos seguir diante do meu livre-arbítrio, que embora pensamos ser liberdade, é apenas fatos correspondentes de um ato; a palavra “liberdade” é apenas o símbolo que usamos para definir a escolha que define o ato, desse ato vai surgir o fato. Assim, o filósofo Wittgenstein nos diz que o mundo é feito de fatos, que são apenas derivados de nossos atos e assim, o limite de nosso mundo é nosso pensamento, pois não há no mundo alguma coisa que definirmos se não está dentro dele. Nossa linguagem é apenas o limite da nossa definição e ousar ir além é enfrentar os limites da linguagem vigente, é ousar saber, é sair da minoridade mental, como diz Kant, filosofar é ousar dizer seu nome.

Com isso, concluímos que junto com o conhecimento está a ética (ethos), ou melhor, não existe a ética sem o conhecimento, porque com o conhecimento (esclarecimento) podemos escolher nossa conduta entre ética e anti- ética. Assim, com a conduta de sempre sermos úteis e “bons” chega a felicidade que é quase sinônimo de satisfação, ser feliz é está satisfeito com sua própria conduta. E com o conhecimento, a ética (que derivou do latim Virtu, que virou virtude), felicidade (satisfação) o ser humano chega à sabedoria (Sophia), que seria caracterizado como a luz de quem sai da caverna (ignorância) e com isso poderíamos fazer a escolha de fazer ou não. Mas daí veio um componente importante a prudência (prudentia/phronésis) onde podemos praticar a sabedoria sem nos perder na desordem das informações. Agora, há uma coisa que confundimos muito é prudência com polidez, uma pessoa polida é uma atitude falsa, hipócrita; muitos nazistas eram polidos, tinham classe, mas cometiam atrocidades imensas, poderiam tocar Bethoveen em seus recitais, mas matavam como “bárbaros”. A prudência é a forma que a sabedoria se encontra com a pratica, ou seja, devemos praticar com prudência tudo que aprendemos tudo que nossa alma necessita para o bem viver sem exageros e assim, desfrutar com maior apresso tudo que a vida nos oferece. Daí também entra a fidelidade que nada mais é do que a capacidade de sermos fieis naquilo que queremos em nossa vida, ou seja, devemos sempre ser fieis a lembranças do que somos (voltarei com isso em outro artigo). Por hora, demos satisfazer só o que compota nosso ser, sendo esse ser o que realmente somos como, por exemplo, ter fome e não se “empanturrar” de comer e sim, comer o que seu estomago agüenta, ou ao fazer amor apenas para satisfazer seu desejo sem exagero, sem ser um “ninfomaníaco” no meu modo de ver, com quem mais gosta. Estou meio epicurista? Não tanto, estou sendo mais aristotélico, porque não posso ter sabedoria prudente sem ter moderações de meus atos.

Ser sábio é conhecer a razão (ratio/logos), toda decisão é algo que pode ser ou não regido por nossas escolhas, mas alguns tomam decisões arbitrarias sem ao menos ver o ratio (razão) dos fatos. A lógica desses mesmos fatos faz deles a extensão de meu mundo, ou seja, meu mundo se limita ao que escolho dentro de meu conhecimento; e assim, moderar meus desejos e minhas vontades para um melhor viver, poderíamos e podemos ser felizes. Ser felizes é ter consigo a satisfação desses atos, sem atropelar a fidelidade do que somos, mas fazer com que pensamos ser certo, fazer com que nossos atos sejam úteis tanto para nós, quanto para as pessoas ao nosso redor, ai sim podemos ter certeza da liberdade. Se libertar é ter juntado a prudência o melhor meio para o fim, aliás, não podemos ser o fim de nossas escolhas, mas o meio que elas se processam. O termo: “a necessidade faz o ladrão” é falsa enquanto linguagem lógica, pois o predicado faz o sujeito que nesse caso o sujeito deveria fazer o predicado; a “necessidade” não faz porque o desejo (predicado) faz o ente (sujeito) em si, ou seja, o “ladrão” faz a “necessidade” conforme seu desejo em si mesmo. Ora, seria como se falássemos que a comida faz a fome, ou que a direção faz o motorista, pois como disse acima, somos o meio que processam as nossas escolhas, no caso a “necessidade” não faz nada, é apenas um desejo para satisfazer a vaidade e isso é imprudência; porque ser um ladrão para necessitar algo é elícito, errado enquanto ético, porque é além da necessidade ter um tênis é apenas vaidade e o sujeito (ladrão) não está sendo prudente quebrando a lei social. Entre o querer e o ter existe um lema totalmente ético junto a liberdade, pois há necessidades muito mais nobres, como uma vez conversando com uma pessoa ela me disse que a culpa de se ter “racha” (corrida de carros nas ruas) era culpa da industria que fazia carros mais potentes. Ora, pergunto agora: e o carros que foram feitos antes que são modificados para esse fim? A industria fez esses carros também para isso? Nesse caso como do ladrão é uma questão de conhecimento, ética e está satisfeito (feliz) consigo mesmo, porque temos que ter o conhecimento que aquilo é errado (que nos dois casos sabem sim), do sistema ético que foi exposto (educação) e está feliz consigo mesmo para correr esse risco (suicida em potencial).

Portanto, não podemos declarar com muito vigor que somos seres que temos liberdade (escolhas), porque essas depende das sombras (o mundo virtual da Matrix) para realizar, é apenas questão de interesse. A humanidade nesses tempos de informação, não diferencia ainda do tempo que não tinha esse tipo de informação que sou obrigado a aceitar e pensar sobre. Posso e devo duvidar e criticar tudo, fatos que sei que são somente interesses, são somente falácias, são somente filha de uma cultura imatura dentro de um grande país como o nosso, que além de nossos iniciadores portugueses, ainda esperamos um salvador. Reflete dentro da política que faz os seus “ladrões”, como na cultura que a chamada “minoria” é a “maioria”, reflete também em religiões que não deveriam refletir (como a protestante e a espírita), que lá fora tem outras concepções. O esclarecimento é a rede que devemos usar para a pesca, para pescar nosso próprio peixe e assim, fazendo um belo banquete onde cada um pode escolher o que mais deseja, sem depender e sem se iludir.