sábado, fevereiro 03, 2024

LULOPETISMO BOLSONARISTA E MBLISMO ANCAP - O TRIBALISMO POLARIZADO



 <<Tribalismo é um conceito no campo da antropologia que se refere a um fenômeno cultural pelo qual os indivíduos criam grupos ou organizações de natureza social com os quais se identificam e reafirmam como parte de algo maior.>>


(O que é tribalismo? Analisando esse fenômeno social)



Eu nunca gostei dessa história de ficar em algumas agremiações, mesmo porque, minha personalidade é forte. Sigo certos códigos de condutas, certas questões éticas e certas ideologias que acho importante. Por isso mesmo, não gosto de fanatismo político ou religioso (embora eu ache que o espiritismo e o budismo algo como doutrinas espirituais, junto com o yoga, claro), porque isso é uma limitação de uma transcendência da própria política. Ai, temos que fazer uma reflexão, o que seria política em sua essência. Por que? As pessoas, em sua maioria, colocam a política como algo dentro da moralidade (nem sempre é), dentro do benefício de si mesmo (o conhecido: política do seu portão). Um vem da religiosidade cristã (moralidade) onde a moral e os bons costumes reforçam uma base moralista do tradicionalismo. O movimento reacionário é tradicionalista porque idealiza um passado que nunca existiu, construindo um imaginário de memórias que não existem e nunca existirão. Partindo do princípio cristão - que tem como teologia, na sua maior parte, filosofias gregas - o reacionarismo vai colocar como prioridade a dita família, onde todos vivem em harmonia. Lembrando que a ideia de família como conhecemos é recente e tem a ver com o capitalismo. 

Já a política do “portão da minha casa” tem raízes de um individualismo que chega a questão de clã mesmo, ou seja, eu vou destinar toda minha luta por causa que o governo não arrumou minha calçada. O grande problema é que o governo (e o Estado como instituição nacional de administração) não pode governar para indivíduos, porque é a administração de uma nação inteira. a própria etimologia de política (politikós) tem a ver com a cidadania como um todo e preocupada com a sociedade. Isso, dentro da filosofia política, faz parte de um pensamento acima do escopo ideológico dentro de um pensamento além de partidos e movimentos. Mesmo porque, a tradição política - a moderna e contemporânea, claro - coloca o Brasil dentro de uma tradição liberal progressista e isso pode ser provado e lido dentro das milhares de pesquisas históricas (será que isso o MBL não gosta do jornalista Pedro Doria?). 

A questão é: porque se gosta tanto de agremiações como nossa cultura? Segundo alguns pesquisadores, têm a ver com a questão tribal da religião como aspecto de agremiar sujeitos a seguirem um propósito e muito mais aqui,  não ter uma autocrítica sempre dizendo: “isso não é hora da critica”. Em um modo geral - é bastante característico - o brasileiro não gosta da crítica, porque acha que não devemos criticar os “deuses” por causa da luta do livramento do mal. Mas o que é o mal? O outro enquanto indivíduo que impede de eu fazer o ato de heroísmo em combater aquele mal, supostamente,  está contaminando. E, também, tem a ver de universalizar aquilo que penso como algo bom e belo. Ser um ser político - transcendendo até Aristóteles - tem a ver com o ceticismo,  ou seja, desconfiar em discursos políticos, populistas e que trará benefícios a curto prazo. Isso tem a ver com a tribalização da política. 

Ora, isso prova como - de algum modo - Foucault teria razão com a teoria da Microfísica do Poder. Ou seja, a ideia de Marx que haveria um mecanismo ideológico que vinha do poder político estatal, faria com que vários preconceitos sejam espalhados e a grande maioria, não perceba a realidade, não faz sentido. Esse discurso vinha de algo muito mais social dentro de guetos (aqui movimentos) que espalharia o discurso e espalharia dentro da cultura. O nazismo, por exemplo, não teria inventado vários preconceitos que usaram contra o que achavam a escória da sociedade. Os judeus eram hostilizados desde a idade média e endossados pelos burgueses que não queriam concorrência. O antissemitismo que se originou em uma guerra comercial, teve o seu ápice no holocausto nazifascista. Não diferente foi outras nações exterminando e difamando para reafirmar suas posições dentro do discurso predominante. Vimos isso em todas as esferas da história humana, como uma difamação aquilo que se origina dentro de um discurso de eu contra o outro. 

Daí se chega entre direita e esquerda, que, grosso modo, só eram divisões de espectros diferentes de opiniões dentro da revolução francesa. Só isso. Isso, também, tem a ver com o real e o ideal. Uma coisa é você querer acreditar em algo - acreditar tem origem no crer - outra coisa, é a realidade real da sociedade onde você vive e isso, só resolve quando você transcende a política do “meu portão”.  Como disse Nietzsche: “ Há mais ídolos do que realidades no mundo”. As ideologias políticas e todas as crenças sao, em sua essência, ídolos que não cabem mais dentro da realidade porque viraram “muletas metafisicas”. São ideias. Contornos de um pensamento contingente que pode ou não acontecer. E, igual a religião, a política ficou cheia dessas “muletas metafísicas” para alcançarem o poder que, mesmo ele, se tornou outra muleta.


quinta-feira, fevereiro 01, 2024

Escravos da TV

 



<<Outro grave defeito que vejo no mundo é a televisão e como ela tem sido usada. É certo que a tv exerce uma

influência poderosa na mente das pessoas. Enquanto permitirmos que a tv seja usada para ganho e

entretenimento perderemos a oportunidade de instruir a humanidade da maneira mais eficaz que já imaginei.>>

(O Livro: Do que o mundo precisa) 




Comprei do meu colega Douglas Martins Vilela um livro que ele escreveu e dei meu primeiro parecer no messenger do Facebook. Uma delas é que não tem como um livro não ter capítulo - mesmo o porque, um leitor não vai ler em um dia só - porque além de separar por tópicos, ainda dará um descanso para o leitor. Depois temos outras questões que abordaremos nesse texto que é: existe filosofia no Brasil? Poderemos dizer que transcendendo o Paradigma Uspiano (da USP) onde uma cultura só pode filosofar se produziu ou analisou obras filosóficas e aí perguntamos: qual o critério? A Universidade de São Paulo, no núcleo de Filosofia, está há 70 anos estudando as obras de grandes filósofos, mas, pode ter criado vários especialistas e não filósofos. Por que? Por que ao escrever essas linhas do livro do meu colega, eu não posso se dominar filósofo como os nossos grandes “mestres” do passado?

Não acredito que o parágrafo do Douglas acima - que qualquer filósofo contemporâneo poderia usar como análise de uma cultura mais recente brasileira - não é diferente de um Foucault ou um Adorno da cultura norte-americana, por exemplo. Daí vem a crítica mais que sensata dos dias de hoje: temos pensadores que podem fazer uma crítica a nossa cultura sem se prender ao outro? Será que Sócrates e Platão se prenderam em outros filósofos? Sabemos que Platão - além de Sócrates - teve contato com os pitagóricos e de Parmênides. Mas, sempre (pelo menos na sua maturidade) fez uma filosofia autoral. Parece que existem várias críticas de vários erros  que ao longo dessa linha, tem acabado inibindo a produção filosófica brasileira. 

Como toda invenção, a TV foi idealizada para levar a educação a várias pessoas e de um modo mais eficaz, sendo até cogitada, como uma escola portátil. Parece que, como os governos tinham o monopólio e as TVs teriam que pedir autorização para operar (a conhecida concessão) foi usada, descaradamente, para agradar os “amigos do rei”. No Brasil como um país estratégico militarmente e que fornece a maior parte da comida mundial, sempre não tivemos “permissão” de ter uma educação de qualidade e sempre a televisão foi usada como forma de alienar. O que meu colega diz como <<Outro grave defeito que vejo no mundo é a televisão e como ela tem sido usada.>> tem muito a ver com o modo onde ela se encaixa dentro do que o povo sempre aceita. Enquanto na França, por exemplo, tinha debates de grandes pensadores, ou nos Estados Unidos grandes talk shows (que o Jô Soares vai trazer para o Brasil), aqui só tinha novela, futebol, humor e programa para vender brinquedos transvestidos de programas infantis. 

Fora programas como Silvio Santos, Chacrinha etc, faziam o “gosto” brasileiro como um mundo paralelo onde faziam o papel de analgesicos (remedio de dor) para vidas que, num contexto medievalista, não teriam novidades. A questão é: o que agregaria tudo isso? O emburrecimento faria parte da cultura escravagista brasileira onde pobre não precisaria estudar? Será que nesse contexto, a USP não caiu no erro de acreditar que não tínhamos nenhuma obra filosófica? A questão é que, por causa da nossa mania do jeitinho e a questão da corrupção, todas as opções de não crescimento e não educação são válidas. O carnaval sempre foi putaria, por que o regime militar tolerou? Grana. Jogos, contrabando, putaria e desprezo por tudo que é belo e bom, sempre foi o lema em uma nação onde a ignorância é preponderante. A meu ver, chamaria de um medievalismo moderno. Mesmo porque, nas periferias as igrejas caça níqueis tomavam por alienação uma parcela ignorante e que era fácil de manipular. Tudo era do “mundo”, ou tudo era o demônio. Ora, com poderosos a solta por aí, o demônio iria aparecer em uma igreja em uma periferia qualquer? 

Como diria Kant, não se ensina filosofia e sim, o filosofar. Douglas filosofa sobre sua realidade porque sua realidade foi construída no momento agora, não no século dezoito ou no séculos atrás, não faz sentido nenhum. Então, o ato de filosofar é um ato livre e não pode ser alvo de regulação


terça-feira, janeiro 30, 2024

Libras em show gera discussões na web




 "Favor prefeitura, retirem essa mulher traduzindo a linguagem de surdo mudos bem na nossa cara????? Pelo amor de Deus tá ferrando o show. Não há surdos e mudos suficientes na cidade pra Ela aparecer em todos tel?es!! Sem noção, sem necessidade e ela atrapalha sim, pq ocupa 1/3 do telao", escreveu a médica sobre o recurso de acessibilidade durante o show da banda Jota Quest neste domingo, 28, em Santos, no litoral de São Paulo. A apresentação na praia do Gonzaga celebrou o aniversário da cidade, que completou 478 anos no último dia 26.” 

(Blog: Viver Sem Limites)



Uma médica reclamou do tradutor de libras em um show já errou em gostar de Jota Quest, pois, uma pessoa que tem o conhecimento universitário ouvi “extremamente fácil”, não aprendeu nada na universidade. Nesse ponto, concordo com Platão, o conhecimento são degraus até a verdade e ao bem que cada um tem dentro das suas capacidades de aprender, assimilar e ter mais apurado gosto de o que é bom e belo. Nada de moralismo, porque algo pode ser erótico e belo, falar dos desejos íntimos e não ser volúvel. Tem várias formas de não ser nojento e escroto (quase voltando às nossas origens primitivas) de falar de forma alegre e sabia. O preconceito nasce da escrotice e da ignorância, e nesse caso, não acredito que uma médica seja ignorante. 

Ter o gosto mais seletivo (sem a massificação como o professor fã de Joelma) é ter a capacidade de escolher o que gosta sem a mídia e sem a grande maioria tende a impor, como tocar nas rádios sem parar (como se, supostamente, essas músicas devessem viralizarem). Isso mostra a facilidade que a maioria do nosso povo pode ser manipulada por causa do seu romantismo de um amor familiar, que na maioria das vezes, não acontece. Das inúmeras idealizações de um passado que nunca existiu. De uma nação que fracassou na educação universitária, pois, se existem universitários preconceituosos, que conhecimentos essas universidades estão oferecendo de curso? Ou não gosta daquilo que faz, só é médica por causa do pai e da mãe que não teve nenhuma coragem de ser o que obrigou a ser. Conheci um médico que era ótimo administrador - queria ser administrador - mas, o pai queria que ele fosse médico e foi um péssimo médico. O brasileiro sempre teve afinidade com o fascismo. Pensa: “ah, estou pagando, você vai ser o que eu quiser” e aí, o resultado é desastroso, uma péssima médica e uma péssima cidadã. Mas, são só hipóteses. 

O ser humano usa as universidades como “trampolim” de profissão e, na maioria das vezes, nem gostam do que fazem porque são pressionados a escolherem no mundo capitalista e imediatista. Daí não podem ter nenhum comportamento universitário se não se identificam com aquilo que cursam, são só escravos de um sistema automatizado que você tem que escolher o curso de prestígio. Por que eu vou deixar de gostar de reality show se eu não sou mais do que ninguém? Por outro lado, ser um universitário faz repensarmos nosso papel na sociedade, um papel de tratar doenças (no caso dos médicos) e seguir o juramento de Hipócrates. Ou seja, aqueles que nasceram com deficiência ou se tornaram deficientes ao longo da vida.  Mais ainda, os universitários seguem leis e sabem a importância de se ter um tradutor de libras (mesmo no show do Jota Quest) para pessoas surdas (não surdo-mudo como ela disse). 

E tem um outro fator: o paradigma uspiano. O paradigma uspiano - que tem a ver com a questão da filosofia, mas a meu ver, tem a ver com a questão universitária de um modo geral - sempre pregou que não poderemos ser estudados porque os grandes sábios eram os escritores e pensadores europeus (ainda são eurocentristas). Ou seja, um trabalho universitário, tem que ser (quase) uma cópia de um escritor renomado europeu, porque não “somos dignos” de pensar e chegarmos às nossas próprias conclusões. Por que se deve se comportar como um universitário se eu não posso ter um pensamento crítico? 

Por não ter um pensamento crítico, os universitários brasileiros não deixam de ser mais um na multidão e não deixam seus preconceitos. Seria a “síndrome de vira-lata” do Nelson Rodrigues, que ele mesmo dizia ser “uma vaidade às avessas”. A meu ver, pode ser uma simples birrinha por causa das mudanças pelo mundo afora. Porém, uma pergunta fica no ar: se todo preconceito e discriminação é crime, por que ela não foi presa? 

É sério, se fosse alguém que dissesse algo racista, algo homofônico, algo de uma chancela mais radical, uma hora dessas essa médica estava em todos os jornais em todo o país. Mas, foi contra pessoas com deficiência (não surdo-mudo, vale lembrar que é surdo apenas) e deve ser tolerado, deve ser amenizado. Afinal, não podemos namorar em paz, não podemos trabalhar (porque temos uma lei de cotas vagabunda), não podemos casar. Porque se tem um pensamento medievo religioso hipócrita, afinal, é só uma médica expressando sua opinião, briga de irmãos que acomete em assédio moral, bricadeirinha de motorista que acontece o assédio sexual. Imposições de família culminam em ataques de ansiedade, acomete a uma doença qualquer psicológica. 

. O nosso problema maior é um segmento inócuo e sem nenhuma vontade de mudar, só se faz vídeo sobre capacitismo iguais a papagaios velhos.


domingo, janeiro 28, 2024

Por que brasileiro não gosta de filosofia?

 



em um grupo de filosofia: “A religião no Brasil é supervalorizada, mas a filosofia, praticamente inexistente e totalmente ignorada pela maioria.”



Essa pergunta tem muito a ver com a questão do outro texto que eu escrevi e, ao mesmo tempo, tem a ver com algo muito mais profundo. Por que? Porque a religião em si, tem a ver com fundamentações teológicas muito mais profundas do que as besteiras que os pastores de esquina ensinam. Sabemos - como disse em um outro texto - que somos moldados pela tradição católica (na verdade, nós latinos, temos a ver com a cultura greco-romana) e por isso, a religião tende a ser devotada. Temos um protestantismo catolico. Temos um espiritismo catolico. Temos a Umbanda, que tem raízes católicas e espíritas e religiões de matrizes africanas. E mesmo assim, a grande maioria segue sem ao menos, estudar seus fundamentos e origens. 

Resta-nos uma análise muito mais inusitada do que as demais: por que, de um modo geral, não se gosta de raciocinar? Bem, não se gosta de raciocinar no Brasil porque somos uma nação que não tem paciência para o planejamento. Casas caem, pontes racham etc, porque sempre há uma pressa e há um “esquema”. A praga da “vantagem” está no nosso vocabulário institucionalizado por causa de uma propaganda de cigarro dos anos 70: a lei de Gerson. Brasileiro tem que gostar da vantagem, pois, ter vantagem naquilo requer malandragem. Mas, e a ética nesse ínterim? A meu ver, a ética só ficou nos adocicados posts do Linkedin, porque ninguém (empresário ou não) respeita as leis que não concordam. Nosso capitalismo da década de 20 do século passado, mostra como o Brasil está atrasado e quer “pagar uma de moderninho”. Gostaríamos muito de sermos anglo-saxões, mas somos latinos. 

Latino não seria nenhum problema, já que os alunos portugueses leem Descartes desde a quinta-série, ou que, aqui nas américas do lado latino,  Lima (capital do Peru) se teve a primeira universidade da América do Sul. Ou, na França (que tem, sim, raízes latinas) saíram inúmeros filósofos, Espanha, Itália e Portugal, igualmente. A Itália (Roma ficava na região do Lácio) foi palco de um império e depois, a criação de uma igreja (ekklesias que poderíamos traduzir como “comunidade”), mas, com heranças inúmeras do mundo grego, foi palco de inúmeros filósofos (mesmo que nada de original tenha sido feito lá). Mesmo dentro da igreja romana, muitos pensamentos filosóficos eram aproveitados como base dentro da teologia, principalmente, em Santo Agostinho e Santo Tomás de Aquino. Ora, quando o Brasil foi colonizado, se colonizou com os jesuítas (Companhia de Jesus que foi fundada pelo basco Inácio de Loyola) e que se fundamentava com a cartilha de Santo Tomás de Aquino, ou seja, o Brasil teria condições de se gostar da filosofia. 

Muitas vezes acho (por não ter certeza), que nessa procura da sua identidade (já que nossos ancestrais esperavam ficar ricos para voltarem para a Europa) acabou construindo um pensamento onde a teoria e a intelectualidade não tem vez. Somos uma sociedade mística. Sendo uma sociedade mística construída em ideais ditos cristaos (com enormes ressalvas com a putaria, com as traições e violências inúmeras). Por outro lado, a maioria das religiões (materialistas) tem matriz na mesquinhez e na vantagem, ou seja, eu sou digno de receber alguma coisa só por ser cristão. Frases como “Jesus me deu”, ou “recebi isso por merecer” demonstra a “vantagem” de ser cristão e poder receber algo de Deus. Por outro lado, o medo que puseram ao raciocínio e leitura (além da espiritualidade) demonstra o quanto somos uma sociedade imediatista. 

Tinha amigos que tinham pais e mães portugueses que diziam que ler após comer ou durante a refeição faria mal, ou que se você ler muito ficaria “louco”.  Ou seja, a leitura não é uma coisa boa, é uma coisa que se você fizer em determinado período, lhe causará mal. Isso demonstra a ignorância e a falta de incentivo de uma boa leitura no café da manhã (muitos homens de negócio leem os jornais cedo no café e nunca ficam mal). Sempre discursos são construídos dentro de certos pensamentos e interesses e reforçados em milhares de obras, seja qual veículo for.  Nossa sociedade comprovaria a questão de Kant a resposta o que é o iluminismo, a grande maioria não quer sair da minoridade porque sao acomodados e tendem a serem vitimistas. Como diria Sartre, o inferno sempre é o outro. 

A resposta à questão “por que se supervaloriza a religião e não a filosofia?” Tem muito a ver com nossa capacidade de entender que viemos de uma sociedade escravagista. Para que o pobre precisa estudar? Por outro lado - voltando à questão do medievo do começo do texto - mesmo nessas sociedades escravagistas como a nossa antigamente, foram construídas a partir de um pensamento medievo. Por que os aldeões precisam estudar? Isso de não estudar, alias, vai ser usado muito por pessoas que não querem ou não tem interesse. E também, se tem a imagem do filósofo como um ser inútil e que só vive pensando. Será mesmo? Será que o filósofo não serve para nada? Ou todas as matérias que usamos - inclusive teologia - não foram construídas a partir de filósofos?