sábado, outubro 04, 2008

Trabalho com o senso comum



Hoje tive um sonho que na noite anterior (pois fiz uma pergunta para o Criador), 22 de setembro, que me deixou muito calmo perante o que sou e o meu papel em uns dos núcleos de um movimento que cuida da luta das pessoas com deficiência. Primeiro me vi dentro de um avião onde não era bem um avião comum, mas parecia uma sala de convenções toda branca que voava e todos estavam de branco, havia muitas crianças dentro desse avião (ou sala, como queiram), e eu me via numa cadeira de rodas. Eu ia entrar numa sala onde havia pintura e modelagem, recebi um código para entrar nessa sala, mas ela num tinha algum acesso e não passava no degrau, tinha que empurrar algumas estantes para eu entrar. Bem, Lá dentro tinha muitas crianças pintando e modelando, quando olhei para o lado vi nosso presidente olhando e no segundo momento, vi ele dançando e seu rosto mudando de forma.

Era uma pergunta simples que foi respondida simplesmente, ou seja, temos que ver que cada figura de um sonho é uma imagem refletida que o seu inconsciente faz do que pensamos ou agimos. Como podemos ver a imagem do avião? Muitas pessoas ficam no simbolismo junguiano, mas não posso deixar de salientar que cada ser humano é um ser, um individuo, portanto não podemos padronizar um simbolismo. Mas geralmente, um avião é um transporte rápido de grandes distancias que transporta grandes quantidades, nesse especificamente, estava uma sala de convenções muito grande e com uma coluna. Para quê uma coluna segurando um teto numa sala dentro de um avião? Temos que ter esta sustentação dentro de um transporte que pode balançar e cair, então essa coluna sustenta a sala que é a parte social, simplesmente, o avião (provavelmente o rumo que tomei) deve ser sustentado. Tudo branco, inclusive a coluna, então o rumo que tomei deve ser sustentado pela harmonia em todas as áreas sociais. Bem, tinha uma senha para entrar na sala e com características gregas, pois gosto de filosofia e pode ser (não tenho certeza), uma palavra que traduz meus conhecimentos ou uma senha para entrar neles. Tive que ter ajuda a entrar nessa sala, pois havia obstáculos que me impediam. Um degrau impossibilitava minha entrada junto a estante que estava na frente, tenho que ter ajuda para transpor os obstáculos que me levara para lá, para onde esta onde se modela e onde se pinta as imagens. Crianças têm muito a ver com futuro das coisas, futuro de algo que podemos mudar para melhor no futuro.

Não há em toda história da humanidade registrada, um rei ou governante que realmente tenha um caráter de líder, passou por esse conflito e chegou a conclusão que deveriam lutar pelos seus cidadãos. Lembro do filme sobre os 300 Espartanos que o rei Leônidas liderou sozinho junto ao estreito de Termópilas contra os persas, onde conseguiu matar alguns homens e repeliu outros; teve que deixar tudo para parar a invasão persa e salvar sua terra. Hoje sabemos que é uma forma romântica de contar a historia, mas é interessante que ele teve que tomar uma decisão até mesmo contra a religião vigente, ser contra e deixar até mesmo seu amor. Mas será que ser um líder é deixar todo seu sentimento e sua fé de lado? Bom, penso hoje  e sempre pensei, que temos que fortalecer primeiro nós para ajudarmos a quem necessita que esse tipo de herói é logicamente, uma imagem que fazemos do cara que se “sacrifica” por outros. Claro, que pode existi como foi Leônidas, que teve que ser Rei e general numa batalha que lutou pela Grécia (eram estados separados). Talvez mostre sobre ideais e valores que temos que buscar, sempre acreditando que a luta vale a pena.

Quando falamos de ideais não estamos falando de tradicionalismo hipócrita, pois o que atrasa uma nação é parar o pensamento no passado e não enxergar o futuro. Não temos de maneira nenhuma ter que ficar presos no futuro também, então ficamos no equilíbrio de viver o presente, que alias, única certeza que temos. Mas a sociedade cristã, que se diz ter fé nas coisas e nas pessoas, fica presa no passado sempre temendo o futuro e isso atrapalha o presente e trás a dor e a insegurança. Por exemplo, pessoas como eu que contem certa deficiência, as pessoas ainda tem uma visão que nós temos limitações e não podemos certas coisas, somos assexuados e outras balelas. O mundo ocidental, um pouco do oriental também, se apegou um pouco na beleza física como foco de vigor; os gregos davam valor ao porte físico “belo” que predominavam na antiguidade clássica, tanto é, que muitos defeituosos e sem vigor e uma saúde perfeita eram descartados ou deixados em cestos ao relento para morrer. No filme isso é muito bem mostrado, pois Esparta era uma cidade/estado que era guerreira, então não tinha lugar para defeituosos. Éramos mortos jogados em abismos sem remorso, sem piedade. Hoje temos muito mais direitos, porque mesmo achando que não somos capazes de fazer muitas coisas, nos matar seria um ato de desumanização (acorrentar e prender também, mas uma cultura de “ignorante” isso é regra e não exceção). Aprendi que ser uma liderança é muito mais do que conhecer, é saber usar o que lhe conhece e usar corretamente, pois há a diferença de pratica e teoria muito grande. Mas é um assunto para outro momento, o que quero agora é falar sobre ser humano e seu senso comum.

Como vi no filme, o rei Leônidas teve que quebrar tradições graças ao misticismo ancestral, então, teve que ir sozinho com sua guarda pessoal para essa guerra. Pois eram tempo da Carneia e Esparta não podia ir lutar e defender e ajudar Atenas. Assim, ele negou o misticismo e foi defender o que acreditava e deixou os outros falarem sem negar alguma fé, mas os cidadãos e irmãos espartanos eram mais importantes. Temos que às vezes negar o misticismo para dar valor a pessoa humana, a própria fé supre ao misticismo que hoje, junto com a industrialização, “coisificação” do ser humano; a existência fica a cargo de algo superficial e ilusório de tradições que só dominaram o ser humano e sua própria idéia da criação, porque a fé não esta numa imagem de argila, mas em seu próprio coração. Ser líder, liderar pessoas, é acima de tudo enxergar um bem maior do que misticismo e tradições dominantes, de ver políticas e idéias filosóficas são muitas vezes, distorcidos por interesses escusos. Podem corromper religiões, mas se temos a fé verdadeira, não se pode corromper, pois o Criador não quer altares e sim, um ser humano feliz.

Tais concepções me assustam porque as pessoas se prendem em crenças e esquecem de pessoas, o mais importante não é a parte externa, mas a parte interna. Foi isso que mostrou o filme, a historia humana nos mostrou que a religião e a política sempre se corromperam e tanto uma como a outra, não se preocuparam com as pessoas. Tanto fazia se ia morrer milhões ou iriam ser escravos, eles vendiam seus súditos para o bem de seus bolsos, para o bem material. Nesses tempos de coordenação, aprendi que mesmo não concordando com alguns aspectos da tradição do movimento tenho que respeitar a vontade da maioria e muitas situações “engolir sapos” enormes! Sinto que amadureço a cada dia, tanto nesse aspecto, como no aspecto pessoal, no meu namoro, na minha família.  Você aprende a se conhecer e traçar seu limite dentro de cada área da sua vida e isso que se faz um bom líder, um que se preocupa muito mais com pessoas do que ideologias e místicas religiosas sem fundamento.

Já dizia o grande pensador Rambo em seu segundo filme: “numa guerra você tem que viver a guerra…”. Ora, se você segue algo tem que viver esse “algo”, se você acredita então você tem que acreditar nessa crença, se você vive um namoro tem que viver a essência desse namoro. Até mesmo dentro do movimento, algumas pessoas dizem que na teoria é muito bonita, mas na prática as pessoas são o que elas são. O que seria pratica? O movimento não é “pratica”? O que estou fazendo então tendo o maior trabalho de arrumar todo mês uma reunião se as pessoas não deixam o maldito senso comum? Daí vem o pensamento que essas pessoas não querem deixar o “senso comum” por causa da acomodação de não sair da rotina que estão acostumadas, de achar que suas “crenças” populares cheias de preconceitos e outras coisas mais, estão certas. Tradicionalismo me lembra coisas antigas, idéias antigas, mas não vamos matar uma idéia rápido demais; é um processo demorado, é um processo que demorara muito, pois temos que ter o respeito necessário sim, mas temos que ter um certo equilíbrio, como dizem, nem muito ao mar nem muito a terra.

Então como fazer para trabalhar no senso comum cheio de preconceitos e tudo mais de mal? Eu acredito que as pessoas não são o que elas são, elas foram moldadas para o bem de poucos, tanto na religião quanto na política. Enquanto não deixarem o senso comum de lado, enquanto não deixarem seus preconceitos, não vai fazer com que as pessoas assumam suas próprias ações. As escolhas são nossas e essas escolhas que Jesus nos ensinou com a parábola da arvore dos frutos, que aliás, muitos desses mestres nos ensinaram que só recebemos o que damos.

Penso que minha idéia de unidade seja igual as falanges espartanas, pois o amigo sempre erguer o escudo para defender o companheiro da esquerda. Se um não consegue, a falange se despedaça como uma muralha que um tijolo não foi posto direito, então dessa forma era imbatível. O que acontece onde eu coordeno? A falange se despedaça muito fácil por interesses diversos, por motivos pessoais que muitos cultivam por ser muito mais cômodo a eles. Mas para manter a unidade é essencial ter em mente os desígnios daquilo que chamamos de ideal, de motivo para tal união.