quarta-feira, setembro 17, 2008

O poder da força






É um tema muito rico e por isso me levou a escrever mais um texto sobre o poder da Força, o poder do intimo de cada ser humano que desenvolve um poder psíquico e espiritual de autocontrole. Todos sabem, ou a maioria das pessoas, que a essência do termo “A Força” vem da saga da Guerra nas Estrelas que ao mesmo tempo que mostra o estado galáctico republicano que é guardado pelos guerreiros jedis, que são guardiões do conhecimento da chamada Força descoberta a dez mil anos galácticos que é a essência e energia de cada ser e a saga da família Skywalker. 

Muito interessante o tema, pois se repararmos tem muito a ver com o budismo e o hinduísmo em sua essência. Os Jedis são uma casta de guerreiros que descobriram A Força e juraram proteger seus conhecimentos, visando a justiça, a bondade e a lealdade. Filósofos, guerreiros e profetas, usam o poder para garantir a sobrevivência da republica visando igualdade e bondade aos seres, sempre não deixando se levar ao lado negro da Força. A idéia é muito simples, A Força é uma só, os seres que vão usufruí-la que vai determinar para a bondade ou para os desejos baixos. Os Sisths são o lado oposto dos Jedis e defendem o uso da Força para dominar e subjugar os povos mais fracos, levando ao Império de escravidão e o domínio sobre toda a liberdade. Os jedis ensinam que não há nada além da Força e que tudo é mera ilusão, ódio leva ao desejo e desejo leva a vontade de vingar seu outrem ao seu ressentimento e atentar sobre ele;os sisths fazia isso sempre e sempre estavam no lado negro da força. 

Para exercer influencia sobre ela, dizia os jedis, tinha que nascer com um preparo energético único que levaria a dominação das técnicas de meditação, treinamento que nunca se encerra conselhos para quem precisa, sempre antes de tudo, ser honesto contigo mesmo e ser leal ao seu mestre. Poderíamos fazer uma grande ligação e isso George Lucas já disse, que os jedis tem uma ligação muito forte com o budismo e as religiões antigas que escondem mistérios muito fortes sobre a essência humana e sua energia cósmica. No hermetismo se diz que tudo que é encima é semelhante embaixo, ou seja, todo força do cosmo é igual tanto do planeta Terra quanto nos confins do espaço galáctico. Mas se você é um cristão invicto podemos ler que Jesus diz, nos evangelhos apócrifos é claro, que tudo que ele fazia todos os homens podem fazer e também o que o ser humano como filho de Deus são todos deuses; daí voltamos a Hermes Trimegisto quando diz que tudo que há em cima é semelhante o que há embaixo. Se somos filhos das forças cósmicas então, somos a força em sua essência, não há diferença da força divina com a força humana, existe uma força só.

O que seria o “maya” hindu afinal? A palavra “maya” e sânscrito quer dizer ilusão e para a filosofia vedana, que vem dos livros sagrados dos Vedas e que o budismo também tem certa influencia, tudo que vem dos conceitos humanos são meras fantasias criadas para nos dar um prazer ou felicidade aparente, mas que não existe como verdadeira essência dessa felicidade ou desse prazer. Por exemplo, eu achar que um tênis vai me trazer uma felicidade é verdade para mim naquele momento, mas, num futuro próximo ou não, aquele tênis poderá não existir mais ficando um vazio que ele deixou em meu ego (que tem o significado “eu” em grego), pois esse é o foco, o meu próprio “eu”. Outro exemplo pode ser dado no mundo virtual, muitas pessoas fazem sexo virtual ou namora virtualmente que é mera ilusão, aquilo vai preencher aquele momento, mas não vai preencher um momento real do toque, do carinho, do se importar em está em contato com pessoas, ser uma pessoa como outras; tudo no mundo humano mercadológico ou ideológico – religioso, são meros artifícios gramaticais para mostrar e pôr mais pessoas na ilusão do poder, para castrar o poder cósmico de cada um, porque se todos tiverem esse poder, ninguém se submetera mais.

Sakiamuni, o Buda Gautama, sugere que buscamos o equilíbrio e o equilíbrio é apenas o hoje que não pensara no amanha; o vazio tem que ser alcançado como uma porta de saída de desejos e medos desnecessários. Não importa o amanha, porque sabemos que nascemos, vivemos e vamos morrer, que existe as doenças e o sofrimento, mas tudo isso é devido a nossas escolhas; adoecemos porque temos o desequilíbrio em nós, a raiva de ferir outro ser vivo faz com que desencadeamos uma separação do TODO cósmico que nos rodeia  e o sofrimento devido ao desejo que é o desejo de uma mera ilusão. Não existe necessidade de um tênis novo se o meu ainda está em condições de uso, mas temos a ilusão que para ser aceito pela sociedade tenho que ter aquele tênis. Muitas pessoas acham estranho meu gosto pelos mantras, mas se fomos analisar direito, não difere muito das rezas e orações cristãs que são meros versos de louvor. Ora, o próprio Buda nos alerta para não acreditar só porque os outros disseram, mas acreditar porque é bom para nós. Mas muitas pessoas seguem ideologias e religiões porque os outros disseram que aquilo é bom, contrapondo ao malvado sistema, mas nada mais é do que mais um braço desse sistema mentiroso, ilusório. Isso remete a famosa frase do Mestre jedi Yoda que tudo é mera ilusão que só há a Força, ou seja, não importa em qual religião você acredita, nós somos parte de uma verdade maior.

Essa verdade maior é o ponto de partida para encontrarmos A Força em nossa essência, pois libertando de todos nossos desejos e medos, ela vem naturalmente em nós. Jesus disse que a verdade nos liberta de tudo que pensarmos ser importante, de tudo que achamos que seja a verdade e não é nada disso, são meras facetas de nossa mente para anestesiar nossa vida verdadeira. Por exemplo, posso ter uma cadeira motorizada que me locomove com um controle e não preciso empurrar a roda, mas essa cadeira não vai tirar minha deficiência, só vou utilizar para facilitar minha vida; ela não pertence a minha essência porque ela pode não existir mais, mas eu vou continuar vivendo com ou sem ela. As regras dentro do universo são claras, tudo que contrapõe o que somos, vai gerar algo que não suportara nossa verdade e vai gerar uma frustração atendo a raiva e ao ódio, remetendo ao lado animal humano de subjugar e retalhar o outrem. 

Isso se remete ao jedi Anakin Skywalker, tirado de seu planeta natal, sendo uns dos mais poderosos não se conteve a raiva e o apego. Primeiro, se separa de sua mãe que Anakin o a ama por ser a única pessoa que ela tem; mesmo o deixando ele ir, o mesmo se sente culpado de não estar perto dela para se despedir na hora da morte, ou seja, ele não tem fé pela Força verdadeiramente. Ele não teve fé em acreditar que sua mãe não sumiu verdadeiramente, mas mudou o estado dentro da Força, que apenas se mudou. Segundo, amou muito Padmé Amdala que é ao mesmo tempo princesa e senadora da republica galáctica, em seu sonho a viu morrer e pensou ou foi iludido que indo para o lado negro iria salva-la. Ela se desespera e ao ter os gêmeos falece.  Mas existe a profecia jedi que o mais poderoso vai equilibrar a Força neutralizando o lado negro e Anakin, como Darth Vader muito após ter instaurado o império Sisth, o imperador tenta matar seu filho  Luke e ele elimina defendendo – o. 

Aspectos importantes temos que analisarmos, pois tai a essência de um avatar genuíno. O primeiro aspecto é o apego a mãe, nossa origem, nossas ideologias e cultura que fazem nos iludir que ali que está a verdade; lembre-se que a mãe de Anakin só tinha ele para lutar, ou seja, seu único recurso ela libertar seu filho para ter algo melhor. O crescimento e o aprendizado nos remetem ao deixar algumas idéias de lado, porque muitas vezes, elas nos mostram muito mais a ilusão do que a verdade que nos acorda. Somos separados a idéia matriz da ilusão, a mãe de todo o sistema, nosso lado egoico do apego. Segundo aspecto é o apego no amor, ele deixou levar pelo medo, o apego pela mãe o fez ter medo de perder Padmé e a fúria que levou a se rebelar apenas fez isso se realizar; nossos medos se realizam, porque você está tão preocupado com ele que não confia em sua própria força, se remete e se deixa subjugar a fraqueza do momento. Dessa união nascem dois filhos, um homem (racional) e outra mulher (sentimental), contrabalanceado o novo sistema que o poder absolutista, ferrenho, único, dá lugar a liberdade da republica com o lado feminino do sentimento e o lado masculino do racional. Dessa união é destruída a ilusão do desejo, da raiva e dá lugar a união e a verdadeira Força fluir. 

O que seria essa liberdade? A verdade em sua essência, pois ao longo do processo de se tornar um iluminado, passamos pelo lado negro. Ninguém disse se Anakin iria destruir o lado negro da Força dentro dela, sendo um Sisth, mas teve que ser assim para ele encontrar dentro de si mesmo, o lado humano que foi neutralizado pelo apego e o ódio. Darth Vader nos mostra o lado humano do senso comum que culpa o outro pelos seus próprios erros, nossas escolhas e falhas dessas escolhas não são enxergadas, então o culpado sempre é o outro. Qual é a maior máxima existencialista dita por Sartre? Que sempre o inferno é dos outros, pois não podemos ver o que fazemos com nossos próprios erros e nossas escolhas e diz mais, o importante não é o que os outros fazem de nós, mas o que fazemos com o que os outros fazem de nós. Anakin pintou sua personalidade como os mestres jedis o pintavam, ele se submeteu ao sentimento que os outros achavam que tinha, mas foi ele que vestiu a “carapuça”. Muitos de nós, vestimos essa “carapuça”  e esquecemos que o importante é que sentimos o que queremos, mas muitas vezes, temos a ilusão de que temos liberdade verdadeira. Ai entramos no paradigma do poder de “Stars Wars”.

Temos a Republica de uma aliança galáctica entre muitas raças alienígenas que tem voz no senado, mas ao mesmo tempo, é fazedora de clones para lutar. Ainda existe uma casta fanática (os jedis), que não admite erros e não é qualquer ser que entra nesta casta, ou seja, nem todos podem manipular a força. Por outro lado, existe os separatistas Sisth que  prega o materialismo, a maioria são robôs e cyborgs, caracterizando que ninguém pode se opor ao chefe Palpatine. Eles não acreditam no bem comum, mas no bem imediato para si mesmo e o prazer e sentimentos do instinto. Parece que o sistema é único, é uma idéia ideológica que se estende graças a descoberta da Força, ou se vive o nada e não é refém dos desejos ou se sente e fica a mercê dos desejos. Todo desejo de se querer a verdade não é um modo de desejo que essa verdade seja aceita? Por que Anakin não pode sentir e desejar ficar com que se ama? Alguns ensinamentos são relativamente, sutilmente, impor que para ser felizes temos que tirar tudo de nosso coração, mas existem pessoas que são felizes com sentimentos. Vamos pensar assim, existe o ser que sente e raciocina, que sentimos por si mesmo; esse ser não pode ficar indiferente com o ambiente onde vive, meu amor pela minha namorada, por exemplo, não pode ficar indiferente a mim, sou obrigado a me ater a agradá-la sempre. Porem, não posso ficar apegado a ela, porque isso me dará uma imensa ansiedade para com um futuro que pode ou não acontecer; depende de mim e dela, pois o sentimento de apego, nos torna seres medrosos e animalescos.

Ai entra o equilíbrio de nosso ser em si mesmo, ou seja, o que Buda Sakiamuni ensina, não podemos não enxergar o que sentimos, mas também, não podemos ser escravos desses sentimentos. O outro não pode pertencer a nós, mas nosso intimo pertence e é nosso, e assim, neutralizando os medos e desejos, temos um sentimento mais elevado de compaixão. Nesse aspecto se consiste a busca da paz, porque não existe apego se existe segurança e confiança no outrem, da ligação sentimental um do outro. Só existe o espírito que nos faz viver e é a Força que os jedis dizem, não existe nada que nosso espírito não fabrique, se temos a vontade de se vingar em nossa vida só haverá vingança, se somos mesquinhos, na nossa vida só existira mesquinhez. Mas não que o chamado “Deus” quer e sim, porque procuramos esse sentimento nas pessoas e abrimos a caixa que Pandora abriu; todos os sentimentos que encontramos nos outros, não existe um equilíbrio em nós mesmos. O sistema fascista é fabrica de “robôs” que apenas obedecem a uma ideologia de um partido ou de uma pessoa, o republicano é uma fabrica de “clones” graças ao consumismo industrial que pensamos está liberto e os dois lutam entre si para ver quem tem razão; o foco de toda ideologia política e religiosa é a “razão” que uns dos significados é “motivo legitimo”, ou seja, tenho um motivo legitimo de oprimir o outro de acreditar na outra religião ou ideologia política. 

Rorty, filosofo pragmatista estudanense, diz que em primeiro lugar deve aparecer a liberdade porque com a liberdade a verdade vem naturalmente. Ora, isso é obvio, porque se tenho a liberdade de pensar e de agir vai se descobri a verdadeira essência daquele fato. Isso é o Amor ao Destino que Nietzsche diz: "Não querer nada de diferente do que é, nem no futuro, nem no passado, nem por toda a eternidade. Não só suportar o que é necessário, mas amá-lo". A verdade deve ser amada em sua essência, então todo “amor fati” é um amor em sua plenitude porque não deseja nada de diferente, ele não é nem apego no passado e nem apego ao futuro, mas suportar o que é necessário, apenas o que ele é em sua verdadeira essência per si. Esperar que acontecesse naturalmente, esperar que a outra pessoa faça a escolha, esperar que tudo melhore para que se tenha o que é necessário; a regra universal de se ter a paz é gerar o caos dentro de si, ficar no limbo por um tempo, assim sendo, manipular nosso próprio espírito. Foi o que saga nos mostrou, que apesar do poder de Anakin Skywalker, ser o maior de todos os jedis, ele se deixou manipular pelo apego tanto do passado, quanto ao futuro com duas perdas. 

O que acreditar então? Ai entra a vacuidade budista, pois não se deve, ou se recomenda não se ater, a nenhum sentimento de apego; pois se você se apega e acredita em algo, você toma partido daquilo que pode ter sido criado para dominar. Mas se você ficar neutro em todos os lados, tanto no modo ideológico político quanto o religioso filosófico, sua visão vai alcançar muito mais longe. Isso é mais que obvio Em todos os momentos de nossa vida.

Mas ai vai ao encontro também do caminho reto que faz nós seguirmos o que acreditamos categoricamente. Acreditou-se que temos que alcançar um patamar para chegar onde trará a felicidade, então devemos sempre lutar pelos nossos sonhos, alcançar nossa própria meta.  Só que tem algumas diferenças, pois existe o sonho concreto que pode ser alcançado e com um propósito e aqueles que sabemos serem ilusões que fazem entrar em nossas cabeças. Exemplos inúmeros têm todos os dias, como ter uma Ferrari ultimo tipo que sei que por muito que eu ganhe, não atinjo o dinheiro necessário; mas posso ter um belo e eficiente carro.  Devemos ter as coisas bem claras para não ser “atropelado” pelas desilusões, do discurso que muitos têm que rouba porque é um direito e não é verdade, apenas ele está iludido que aquilo trará a ele felicidade. O caminho reto é aquele que não se deve ferir o outro por causa de nossas próprias ilusões, nossas próprias frustrações de não realização destes.

A palavra reta é não difamar, não mentir, sempre usar as palavras como ferramentas para uma boa conduta. Segundo o filosofo Wittgenstein, as palavras são tipos de caracteres que usamos na linguagem, são meros objetos do acaso; uma mesa só é um objeto que fica na cozinha, mas entra como um substantivo simples para descrever ou me referi aquele objeto. Nada é verdadeiro, só é mero objetos de linguagem dentro de um mundo que criamos graças a essa linguagem e assim, quando contamos mentiras ou falamos “mal” de alguém, é o mundo que nos é criado como causa e efeito. Então, aquilo não serão a própria verdade e sim a inverdade, uma ilusão daquilo que chamamos verdade, quando cessamos isso, destruímos aquela visão falsa que temos para com o outro.  No filme fica claro quando os jedis falam o necessário, alias, um bom samurai fala pouco segundo a tradição e assim usa a palavra reta, pois se não se tem nada melhor a falar, então se cala, diz o próprio Wittgenstein. 

Graças a ter um pensamento reto e uma linguagem reta criamos um caráter verdadeiro de ater ao que é nobre, uma alma nobre não pensa ou fala para machucar o outro, dizer o que pensa sempre e somente o necessário. Vamos dar o exemplo, todo monge budista ou um mestre jedi (seria uma similaçao dos monges), só ensina ou se atem ao verdadeiro pensamento ou o que se é necessário naquele momento. O filosofo Wittgenstein diz que tudo que não se pode falar se costuma se calar, pois muitas brigas começam quando não controlamos o que falamos. Ser franco e direto não nos dá o direito de ofender e magoar outra pessoa, mas mostrar o caminho alternativo sem se ater a palavras injustas. 

Portanto, temos que traçar nossos objetivos sem nunca se apegar, mas não negar esses mesmos para não acontecer a escravidão dos meus conceitos. Seja num modo filólogo ou numa maneira existencialista, o ser humano tem em sua existência o poder da Força, o poder da escolha que é inato e é um direito de cada ser cósmico usá-la sempre.