verdadeiro Funk
Eu
resolvi escrever esse texto para responde o texto do secretaria de
cultura de Itararé Murilo Creto que se diz professor de historia e
outras coisas, escreveu um um texto intitulado “metal sheherazade”
que defende o funk carioca e reduz o heavy metal melódico como esteticamente errado dentro do rock. Eu como um misero publicitário, técnico de informatica e filosofo e rockeiro, não poderia deixar
erros grotescos passar desapercebidos. O filosofo Nietzsche, que foi
tema em uma musica do novo álbum do Black Sabbath, dizia que o
socialismo junto com os “ismo” eram coisa de pessoas fracas,
porque precisavam se apoiar em míseros conceitos para sentirem a
vida. A democracia era algo injusto, porque o cara só recebia um
voto, você era representado por outras pessoas. Por que devemos ser
representados por outras pessoas se não somos crianças?
Deixa
eu explicar para o “molecão” que mesmo eu sendo um “puta” fã
do Guns in Roses eu tenho que admitir que na historia do rock nunca
teve uma banda mais ostentação do que eles. Axl Rose no auge da sua
carreira foi até incriminado de estupro, drogado e batia nas
mulheres com quem casava e então, foi uma péssima escolha para ser
o exemplo de rebeldia, tanto, que nas suas musicas faziam apologia ao
machismo, ao sexismo, as drogas, ao tabagismo e tudo que é mais
podre que uma banda possa ser. Mas muito espanta que um esquerdista
que é a favor da igualdade das mulheres, igualdade das minorias
possa ser a favor de musicas que tratam as mulheres como “femeas”
que somente são feitas para procriar. Numa democracia, até a Rachel
Sheherazade tem todo o direito de expressar ser contra a “expressão
cultural” que anda conquisando até a Globo.
E
daí que a Sheherazade gosta de Iron Maiden? E daí que ela postou
uma musica do Iron Maiden? O Bruce Dickison, vocalista e o principal
compositor da banda, é tambem professor de historia além de
milheres de coisas, leva em suas musicas a historia do mundo em
cultura. As bandas de heavy melódico também levam, porque se você
não sabe do passado não se pode contruir um futuro melhor, como
professor de historia e mestre em Ciências Humanas o Sr Murilo
deveria saber e como professor de historia deveria ler mais Karl
Marx. Deveria de saber que um cidadão com cultura respeita mais o
outro, que enxerga o passado como meio de aprender com os erros e
construir um futuro melhor para si e para o ambiente onde vive. Não
precisa ser mestre em ciencias humanas para saber que um ser humano
educado – sou a favor que educação começa em casa – é o
melhor cidadão que temos no mundo, e sinceramente, prefiro um filho
meu ouvir Iron Maiden do que Valesca Popozuda.
O
fato de James Brown chamar a si de “Sex Machine” não valida o
Funk Carioca como musica, como expressão de qualquer coisa. Enquanto
o Funk Carioca é bem explicido com letras nojentas, o Funk do James
Brown só faz um duplo sentido e não é explicito, não é explicito
(e olha que lá nos EUA, ele era preso toda hora). E já que o
“molecão” disse em contestar em rock, o que ele está defendendo
o senso comum e o gosto da maioria? O que faz um historiador e um
mestre em humanidades defender a barbarie como expressão da bagunça
e desordem cultural, civil e a baixeza de espirito? Como posso
concordar com uma musica que o “moleque” diz que é muito melhor
ser “vida loka” do que conquistar pelos seus próprios méritos?
Democracia se faz com opiniões, do contrario não é diferente do
fascismo, não é diferente do stalinismo e nem do catrismo ou
maoismo. Respeitar o gosto de uma pessoa não é ela se calar sobre o
que está errado e a reporter só deu a sua opinião o que está
errado, o funk carioca faz apologia ao sexo puro, sexo entre animais,
como se fossemos miseros primatas na selva e quando a femea ficasse
no cio, o macho mais forte copularia. Não somos animais, somos seres
racionais e sentimentais, o sentimento de amor não é uma prisão, é
a forma de reforçar que somos o que pensamos ser. Existe vida além
do sexo, existe vida além das coisas maiores da vida, se o rico pode
comprar uma mansão, podemos ser dignos em ter nossa casa, temos que
ter o que podemos ter e o mundo é assim, temos que viver na melhor
forma possível.
Antes
dos direitistas aplaudirem meu texto, não sou a favor de vocês,
porque com a religião cristã e com a moral com que se baseiam,
deixei de fazer muitas coisas. A moral da direita da perfeição não
me deu emprego, não me deu oportunidade de mostrar meu talento como
publicitário, então, foda-se a direita. Sou contra a “babaquice”
de alguns em querer enfiar até o talo coisas que não concordo,
coisas que não são certas, coisas que só numa cabeça “doente”
pode querer “achar” - porque nem ele tem certeza do que esta
dizendo – que uma musica, que quem passou a infancia numa periferia
como eu sabe, parece aquelas musiquinhas que cantavámos quando
criança, infatilidade virou cultura. Uma criança nem sabe o que
canta, um “moleque” de 17 anos sabe o que canta e aos 15 anos já
sabe o que quer. Então, não venham com “churumelas” de querer
dizer que Valesca Popozuda é cultura e é contestação da cultura
vigente de um sistema cruel e que não dá oportunidade a ninguém,
porque só faz apologia ao sexo, é uma musica sexista e pobre de
letra, o resto é conversa de socializar em teorias “doentes” e
sem propósito. Querer um mundo melhor não é ser “babaca” em
concordar com o que está errado, é mostrar o caminho certo e ponto.
Gosto
de Iron Maiden, gosto de Manowar, gosto de Metallica entre muitas
bandas e gosto do Lobão (apesar de não concordar com algumas
colocações dele em indeusar o Olavo de Carvalho) e o Roger do
Ultraje a Rigor. Por que não? As pessoas ainda não entenderam que
as outras pessoas podem e tem todo o direito de dar ou mudar de
opinião, mudar de opinião é a maior certeza de uma mente
consciente e livre de qualquer ideia incultural da humanidade. A
“ditadura” do politicamente correto é a maior ditadura que já
se teve, estamos amarrados em coisas que não concordamos, estamos
amarrados em coisas que não vamos contruir e sim destruir. Não
vamos contruir um ser humano melhor com o funk carioca, porque é a
imagem do ser humano regredido, a imagem do ser humano como meros
“animais” que não aprenderam ainda a respeitar o outro. Tenho
certeza que Nietzsche seria hoje a favor do rock, mas o rock
contestador que não faz a menor ideia de apologias imbecis que nada
tem a ver com o ser humano. Apenas humanos demasiados humanos e
termino com o prefacio do Anticristo:
“Este livro pertence aos homens mais raros. Talvez nenhum deles sequer esteja vivo. É possível que se encontrem entre aqueles que compreendem o meu “Zaratustra”: como eu poderia misturar−me àqueles aos quais se presta ouvidos atualmente? – Somente os dias vindouros me pertencem. Alguns homens nascem póstumos.
As condições sob as quais sou compreendido, sob as quais sou necessariamente compreendido - conheço−as muito bem. Para suportar minha seriedade, minha paixão, é necessário possuir uma integridade intelectual levada aos limites extremos. Estar acostumado a viver no cimo das montanhas – e ver a imundície política e o nacionalismo abaixo de si. Ter se tornado indiferente; nunca perguntar se a verdade será útil ou prejudicial... Possuir uma inclinação – nascida da força – para questões que ninguém possui coragem de enfrentar; ousadia para o proibido; predestinação para o labirinto. Uma experiência de sete solidões.
Ouvidos novos para música nova. Olhos novos para o mais distante. Uma consciência nova para verdades que até agora permaneceram mudas. E um desejo de economia em grande estilo – acumular sua força, seu entusiasmo... Auto−reverência, amor−próprio, absoluta liberdade para consigo...
Muito bem! Apenas esses são meus leitores, meus verdadeiros leitores, meus leitores predestinados: que importância tem o resto? – O resto é somente a humanidade. – É preciso tornar−se superior à humanidade em poder, em grandeza de alma – em desprezo...Friedrich Nietzsche”
Estou
nas montanhas, se isso é pertencer ao “Metal Sheherazade”, então
sou e não gosto de funk.
Amauri
Nolasco Sanches Junior – Publicitário, Técnico de Informática,
filosofo e coordenador do movimento Irmandade da Pessoa com
Deficiência