terça-feira, agosto 12, 2014

“Animus”











Há mistérios que nunca serão desfeitos senão por muita insistência do ser humano e sua capacidade mental e curiosa. No blog da Laura Botelho (aqui) – pesquisadora e palestrante sobre assuntos metafísicos – na postagem do dia 24 de julho, nos mostra a sua opinião sobre o filme italiano “6 giorni sella Terra” a tradução ficaria “6 dias sobre a Terra” porque foi 6 dias que um extraterrestre tomou o corpo de uma herdeira de uma família condessa metade humana e metade extraterrestre por muitos séculos. São coisas para refletimos e causa alguns questionamentos quando a ufologia séria – a séria não descarta uma vinda extraterrestre para manipulação humana e essa manipulação ser um conflito também no meio espiritual – que não foram respondidas e será difícil respondê-las precisamente. Eu sou cético nas questões que dizem que existe um governo secreto que quer controlar a humanidade, pois ainda estamos lhe dando com aspectos dualistas de bem e de mau como a cultura e as religiões tratam. O que acredito que há sim questões que não podemos descartar e nem desprezar, como se deveríamos dar crédito sem um certo ceticismo. 

O nome do artigo não é a toa, “animus” vem do latim e quer dizer “alma pura” e tem a ver um pouco com o filme, pois o pesquisador dizia que essas abduções são por casa de alma (anima) humana e seu desenvolvimento. Acontece que não é diferente quando lemos as escrituras cristãs quando dizem que Lúcifer (Satanás para alguns que quer dizer inimigo), quer provar que ele estava certo e que a raça humana é um erro, sendo que Deus e seus anjos, criaram o homem a sua semelhança. Nas interpretações modernas – sendo muitos séculos e com a descoberta, uma meia comprovação, que evoluímos de outro animal como os primatas – dizem que Satã sempre condenou que o Criador (como se fosse uma energia) desse alma a macacos. Os ufólogos dizem que é uma analogia a essas pesquisas e que na verdade, tanto anjos, quanto demônios, são duas raças alienígenas diferentes. Há muito para e pensar e refletir sobre o caso, pois se irmos muito mais a fundo – isso envolve até a Kaballa – ha mistérios sobre nossa origem que intrigam ainda os maiores biólogos que estudam a área genética. Por que perdemos pelos? Por que razão somos a única especie que consegue falar? São perguntas sem ainda nenhuma resposta. Mas temos uma pista quando alguns pesquisadores encontraram o genes alienígena, o único genes que existe só na raça humana e em nenhum outro animal. Não somos os únicos, claro, a ter consciência, pesquisas mostram que as Orcas e os Golfinhos também provem de uma certa consciência. Se é um mito ou não, o fato é que mesmo essas especies terem consciência, somos os únicos a falar. 

Papagaio tem uma certa memoria para poder imitar certos sons e certas falas, além de ter o formato da língua para poder fazer isso. Mas o ser humano expressa o que ele sente e pensa, sem imitar (se imita é porque foi condicionado para tal sobre o viés dos valores e costumes) e sem fazer o que o outro faz, tem o poder de errar e aprender com esse erro. Isso de repente, despertou o interesses em certas “forças” que não sabemos de onde vem e o porque vem, mas há mistérios que ainda não desvendamos. Na verdade quem se apega muito no “cientificismo” (uma crença fanática pela ciência empírica), são pessoas não incrédula de alguma crença e tem como a ciência como argumento, e sim, tem medo dessas mesmas “forças” que misteriosamente existem nesta realidade ou em outra realidade (uso realidade para me referi as muitas dimensões). Depois que Albert Einstein nos disse que tudo é energia – confirmando alguns pensamentos da filosofia oriental – a física não foi a mesma e poderíamos até que nossa realidade não passa de vibração dessa própria realidade. Para falar da realidade teremos fazer a seguinte pergunta: o que é a realidade? Sera que tudo que vimos é a realidade de fato? Não sabemos e os cientistas que fecham essa questão é porque tendem ao medo de ir muito mais além, não se atualizam e tem medo de pesquisar essa realidade onde nenhum homem esteve. 

Acredito muito no pensamento de Fredrich Nietzsche que diz não haver fatos eternos e nem verdades absolutas, inspirado na filosofia heraclitiana, onde tudo flui e nada permanece no mesmo estado, as verdades e os fatos mudam conforme nossas escolhas. Não é porque existe essas “forças” que o ser humano haverá de não poder escolher o caminho que quiser, nós temos o que hoje fazemos. Não sejamos tão radicais e colocar o pensamento existencialista de Sartre em questão, a existência sem a essência seria como se nós se torna-se maquinas e não teríamos consciência de nossos atos; a existência não procede a essência, ela convive totalmente a essência do ser humano. Sem a alma (anima) não teríamos a capacidade de escolher e nem de progredir em seres conscientes que somos, a essência faz parte da nossa consciência da percepção do ambiente e a percepção de nossa existência, como Descartes disse no seu “cogito”. A mente é muito além do que a razão, a razão (logos) é apenas o ponto onde devemos fazer a reflexão dessas escolhas, mas a mente é muito mais do que mero fato concreto. Buda descobriu isso e disse que tudo está da mente e isso é real, todos os sentimentos possíveis estão na mente. A razão pode nos dar uma ideia que 3+2 é = a 5, mas esquece que 5 também é 2 e meio + 2 e meio que torna a logica mais ou menos, relativa como Einstein mesmo previu em sua teoria. Nada no universo tem uma arquitetura e nem uma determinação, mas também nada vem do nada, tudo vem de uma origem e essa origem é desconhecida ainda. O filosofo da linguagem Wittgenstein, disse que o que não sabemos não podemos dizer, ou seja, o ser humano não pode dizer termos que não pode expressar, tudo tem um termo e tudo se expressa. 

Mas o mesmo filosofo dizia que fazemos o mundo conforme a nossa linguagem e essa linguagem é construída a partir do que podemos expressar. Deus, por exemplo, já existe como termo e se tentam negá-lo, é porque a sua existência já consiste em determinado lugar dentro do coletivo. Não é diferente quando pegamos a teoria platônica do “mundo das ideias”, porque tudo é mera copia daquilo que está originalmente nesse mundo, porque todas as ideias circulam no “éter” e nesse “éter” pode inspirar alguém. Só que não existe só isso nas coisas e sim nos termos, termos esses que o próprios Wittgenstein disse que eram um incógnita dentro da própria filosofia, e que, o mundo não é feitos de coisas e sim de fatos. Agora fica fácil entender que se o mundo num modo linguístico dos termos não é feito de coisas – talvez objetos que damos os nomes – e sim fatos, esses mesmos fatos não são eternos e esses objetos mudam de nomes e o tempo continua relativo. Ou seja, todo termo muda conforme os valores e os costumes envolvidos e esses termos tem o mesmo viés de comunicar o que a pessoa vê. Talvez assim, Platão tenha colocado o “Mundo das Ideias” - essa ideia foi tirada de Parmênides (doxa) como o único caminho do ser humano ao conhecimento e esse conhecimento era essencial para a felicidade (eudaimonia), junto com com a o pensamento socrático da imortalidade da alma e como alcançarmos a virtude com atos corretos que seculos mais tarde, o cristianismo iria se apropriar – como se fosse dimensões diferentes onde vinham as ideias que inventamos os objetos, ou talvez ainda, tenha sido uma maneira de explicar onde vinham os termos apenas. Então quando lemos termos bíblicos ou termos antigos como “Carruagem de Fogo” ou outros, são termos que são usados naquela época onde não se entendiam que existiam motores a propulsão e talvez seres que tivessem uma tecnologia avançada, poderiam ter ela e atravessar o universo e vim pesquisar nosso planeta. O ser humano quer fazer isso, seres conscientes tendem a serem curiosos para aprender e registrar o que aprenderam, faz parte da nossa natureza constante. 

Linguagens e visões, fazem parte da natureza do mundo que fabricamos com termos, termos esses que podem ser modificados. Por isso que muitos pensamentos orientais – primeiramente a filosofia hindu – vão nos dizer que tudo é mera ilusão (maya), porque toda a realidade conhecida é feita dos termos (nomes) que damos a elas. Esses termos são construídos dentro dos valores que predominam na cultura da época – como as linguagens bíblicas e dos muitos livros sagrados que só são linguagens herméticas por causa das inúmeras perseguições – então, tudo muda graças a essas inúmeras linguagens e termos. Por que Aristóteles era a favor da escravidão, por exemplo? Por que sua época era comum ter escravos das nações que iam sendo conquistadas? Então, conceitos e respostas mudam conforme suas premissas, conforme suas ideias.

Quando dissemos e estudamos mitos – há um erro muito grande quando colocamos a filosofia (amor a sabedoria) como destruidora de mitos, porque ela não destrói nada e sim analisa esses mitos – vamos verificar que os mitos tem as características do que queremos expressar. Mas antes disso, muito importante, vamos analisar dentro da ótica psicológica (psique = alma) o que se define um mito. Quando o doutor Freud separou os três itens que controlam nossa mente, usou alguns mitos para descrever o que acontece como o mito de Édipo pelo amor da própria mãe – em querer matar o pai para ficar soberano – e assim se fez o rumo. Além disso, o medico austríaco, separou três bases para se estuda a consciência que é o ego, id e o superego. O ego é o que mostramos aos outros, é a tão aclamada “mascara”, que torna o que somos e fica entre as regras do superego e os desejos do id, então, somos sempre um conflito dentro de nós e isso nos faz seres humano. Só que a parte que disse é a parte material, humana e corporal, mas existe muito mais além que nos fez evoluir e sempre retornar a Terra, nossa alma, nosso espirito que nada mais é, aquilo que somos e é isso que deixa intrigado esses seres que querem descobrir onde está essa essência.

Amauri Nolasco Sanches Junior