Amauri
Nolasco Sanches Junior
Quem
estuda geopolítica — de verdade e não esse bando de palpiteiro —
que o termo jihad é um dever sagrado de todo islâmico defender o
islã o que acreditam ser infiéis. Todas as Guerras Santas que os
grupos mais radicais do islamismo se envolvem, tem o jihad como
fundamento dos seus ataques ou dos seus atos terroristas que
perpetuam no mundo (o 11 de setembro foi um exemplo bem claro). Toda
pessoa sensata sabe muito bem, que o fundamentalista daquilo que
acredita fundamenta sua crença dentro de bases daquilo que
interpreta ser a verdade. Mas, na maioria das vezes, ou são coisas
que são ensinadas como lavagem cerebral pelos chefes desses
religiões, ou por alguma dependência
afetiva que aquilo é seu conforto naquele momento. Muitas vezes,
porque não é uma regra, o fanático é aquele que não tem estudo o
bastante para analisar certas crenças ao olho da razão e sempre
acha que toda a realidade está ali, que todo mundo acredita naquilo
que eles acreditam.
A
censura do grupo de humor Porta dos Fundos deixa bem claro que Jesus
como um gay é imperdoável, que ele pode ser maconheiro, pode ser
malandro, pode ser o que for, mas, gay não. Sabemos que muitos são
muito mal resolvidos sexualmente, sabemos que outros aprontaram
horrores na sua juventude e não tolera ver um espelho daquilo que
fizeram. Obvio. Ora, o meu professor de publicidade dizia que o ser
humano não ver o que é obvio, porque não se enxerga o que está na
sua frente e você não está vendo. Ou seja, se alguém te faz uma
ofensa e não te agride ao ponto de te impedir de fazer algo ou te
defender, isso não é de maneira nenhuma, um ato de agressão a sua
religião. Eu poderia ser espírita e quantas pessoas evangélicas
dizem que o espiritismo é coisa do demônio? Pode ou não ofender,
mas, o evangélico tem todo o direito de achar que é do demônio,
porque assim aprendeu. Assim quer expressar. Não agredindo o
espirita, ninguém precisa repreender o evangélico. Do mesmo modo o
especial de natal dos Porta dos Fundos, eles não agrediram, eles
fizeram duras críticas não a Jesus — porque muitos vieram de
lares evangélicos — mas ao próprio cristianismo que se converteu
numa religião materialista e não espiritual.
Mas,
o que é ser espiritualizado? Não. Não é você escrever a hashtag
#namaste e nem saber o que significa (o seu significado é o meu deus
que está dentro de mim saúda o teu que está dentro de você), mas,
é você começar a se esquecer, dissolver o eu e se conectar com
ambiente. Não ache que o Eterno (não gosto do termo Deus, porque
ficou algo muito genérico
com o termo e começou a ficar bem banal), vai dar um carro, vai dar
coisas materiais. Para a verdadeira espiritualidade, a conexão com
ele vai muito além do
que ter um adesivo “Deus é paz”, ou “foi Deus que me deu” no
seu carro, é seguir o que está nos livros sagrados. O ótimo livro
espiritual dentro da bíblia — que raramente os pastores
pentecostais e neopentecostais lê em seus cultos — é o
Eclesiastes que vai fundo na alma. Diz (dizem que foi o rei Salomão
que escreveu), que no mundo tudo é vaidade, pois, todo mundo esquece
em ficar em silêncio e meditar sobre sua vida. A questão é essa:
o que fazemos na questão da nossa própria vaidade? Quando
você coloca o adesivo “foi Deus que me deu”, isso é uma
vaidade. Quis dizer que o Eterno se importou com você porque você é
cristão e assim, você é mais merecedor do que o outro e assim,
ganhou o carro. Isso é vaidade. Temos que ter humildade de torcer
pelo outro e nunca achar que somos os seres mais privilegiados do
universo.
O
pastor
Caio Fábio disse que acredita em um Jesus que não precisa ser
defendido, porque ele morreu na cruz carregando todos os pecados do
mundo. Uma reflexão interessante, mesmo o porquê, Jesus lutou
contra os fariseus da época, senhores da lei que a aplicava ao seu
bel prazer. Defendia nada o que era sagrado. Tanto é, que Jesus
expulsou os comerciantes do templo, dizendo que a casa do pai não é
comercio. Será que a religião que ele não pediu para fazerem em
nome dele, tenha também virado comercio? Será que a reforma de
Martinho Lutero tenha caído no ralo por causa do dinheiro? São
pontos para se refletir. Mesmo o porquê, quem não tenha pecado, que
jogue o primeiro coquetel molotov.