quinta-feira, dezembro 17, 2015

#olavotemrazão- a morte da filosofia enquanto pensamento



Bustos de Platão (direita), Sócrates (centro) e Aristóteles (Esquerda) 



Quando ganhei meu primeiro livro de filosofia realmente me encantei, pois quando eu li o julgamento de Sócrates de Atenas, escrito pelos seus discípulos Platão e Xenofonte, vi um contexto muito mais profundo do que podemos pensar. As bases do conhecimento humano se deram dentro da filosofia e isso não se pode negar, pois dentro da filosofia se fez a teologia, se fez a politica, se fez o pensamento e a investigação cientifica, mesmo que alguns neguem. Mas o pensamento filosófico depende muito da cultura que ele está inserido e nunca ao contrário, porque se fosse assim, novos pensamentos ressurgiriam a todo momento. Platão e Aristóteles, por exemplo, defendiam a escravidão e a inferioridade da mulher como uma coisa natural, tanto é, que os gregos helênicos tinham prazer com jovens e não com as mulheres que achavam que foram feitas só para procriar e o escravo, haveria raças humanas superiores que naturalmente, subjugavam as inferiores. Hoje temos uma filosofia mais voltada a ética enquanto o homem ser ou não um ser social que não mais vê o ser humano como um ser que pensa e sente, mas um ser que apenas pensa como idealizou Descartes e que o ser humano comprou a ideia – considero esse o primeiro ato da industria cultural – para melhor adaptar a suas mazelas interesseiras hipócritas. O ato cartesiano foi um ato burro e de extrema insanidade.
O humanismo iluminista errou em colocar o homem como um ser que pensa porque colocaram o ser humano como um ser que não sente, e hoje em dia, os políticos e as industrias trabalham nesse patamar de colocar o ser humano como um ser apenas pensante. Apenas houve um momento de breve alivio quando aparece a criticas de Kant colocando o homem como um ser moral, um ser que poderia de fato tomar os rumos de sua vida como ele mesmo objetivasse. Mas no século dezenove tomamos um novo golpe, Karl Marx disse que o homem como ser que trabalha é apenas um ser que pensa e como ser que pensa, é alienado pelo dono da fabrica para não questionar e fazer seu serviço como um ser obediente e servil. Mas será que Marx fez a pergunta objetiva que o homem como um conjunto de subjetividade que dentro do seu âmago existe o senso moral e ético, não escolheria isso para sustentar os que necessitam ou que se submetem? Fica a historia que somos sempre vitimas e nunca somos seres que fazemos escolhas para melhor vivemos – como um ponto de sobrevivência – para nosso próprio conforto, foi isso que Kant colocou, o homem não está alienado porque é enganado para melhor trabalhar e ser servil. Graças a filosofia cartesiana que o homem é um ser mecânico e não um ser moral e ético – como um ser que pensa e também sente e faz suas próprias escolhas – ele não pode sair de sua linha de vida, como um ser bom (a bondade como um ser submetido a ser dócil) e o mau (que sai da linha serviçal e dócil como deve ser). Até mesmo Marx teve a sutileza de ser escravo de sua época e colocar a liberdade como um bem material e não é bem assim, a liberdade não é racional como dizem os cartesianos e nem uma coisificação do consumo, mas um bem da alma enquanto a sua percepção e subjetividade, um bem sutil que é um estado do ser enquanto vontade. Talvez, como Kant nos aponta, a liberdade seja uma escolha enquanto movida no ponto moral ou simplesmente, a moral seja uma das escolhas movida pela vontade potencializada em liberdade de romper as correntes ideológicas do ser enquanto ser que sente e pensa. Materialismo também falhou e só nos resta o niilismo que sobrou desse lixo moral e insano que o século XX, transformou em duas guerras mundiais.
Como vimos em muitas manifestações no meio filosófico aqui no Brasil – infelizmente temos professores de filosofia e pseudos filósofos e não filósofos na essência do termo – que tem duas correntes (ou pensam ter), entre o marxismo light que prega que todos tem o direito de ter tudo – mesmo não trabalhando ou fazendo uma atividade decente – e os liberais que defendem que todos devem ter liberdade, dês que tenhamos uma índole dócil, ame os animais e sejam uma especie de seres angelicais para o bem e prosperidade. E tem o PSDB que não sabe que rumo tomar, pois vão conforme estará seus interesses, prega a liberdade, mas quando criticamos sua politica nos bloqueiam no Facebook das suas secretarias, senta a porrada em alunos, senta porrada nos professores e se fazem de santinho. As mazelas filosóficas chegam ao ponto de pessoas que se declaram nietzschianas, tomarem a posição de esquerda e fazer um discurso rotulador (chamar as pessoas de fascistas) ou uma posição ressentida abaixo da dignidade humana. Talvez por só ter professores de filosofia, que repetem tudo que já foi dito, chegamos ao ponto dessas pessoas acharem que somos alunos e não ouvintes, não pessoas com o potencial de sim de indagar aquele pensamento e criamos uma especie de área protetora que essas pessoas não podem serem contrariadas, que essas pessoas estão com a verdade. Ora, nem Jesus nos disse a verdade – afinal ela esta dentro de nós mesmo – como algo concreto que podemos ver, imagina um professor de filosofia que só repete o que os filósofos disseram? Dai, não chega ser chamado de fascista, ser chamado de burro, ser chamado de neófito, ainda temos que ver a decadência filosófica quando um astrólogo ser chamado de filósofo e ainda por cima, de professor.
O iluminismo vai colocar o homem como um ser que raciocina – um ser que pensa – e não vai olhar um conjunto de regras que fizeram do ser humano, o único animal que tem afeto e desejos também. Por que disse que herdamos o iluminismo? Porque não somos sentimentais, só olhar que se preocupamos mais nas coisas do que no outro, porque não vimos o outro como algo que podemos ter afeto. Não se preocupamos de ser traídos, se preocupamos com o dinheiro que gastamos com o outro, por isso, muitos homens vão negar a paternidade, muitos homens e mulheres, vão negar o amor como compromisso serio. Tudo gira em torno do dinheiro e em ter e não, ser alguém e tem que ser num modo fácil, num modo que não tenhamos trabalho. Por isso que criou-se a regra de todo jovem querer ser servidor publico, porque estabilidade, proteção e não se precisa de muito esforço para ganham tanto dinheiro. Ora, se criou também muita coisa que não existe, como que brasileiro é gentil, brasileiro é educado, brasileiro tem o espirito de igualdade e sabemos que não é verdade, sempre raciocinamos demais os sentimentos e nossas ações e até mesmo, transmitimos nas nossas próprias crenças essa raciocinação em demasia. Deus como construtor do universo precisou não ter vontade e sim, raciocinar para criar o mundo e ser o governador (se não o supremo rei do universo) para deixar-nos viver nesse paraíso, acabamos de destruí-lo com esse materialismo desmedido e o sentimento de que não somos dignos dele. Você não está preocupado com o direito do outro que tem deficiência pegar o ônibus, você esta preocupado em chegar atrasado no seu compromisso. Você não está preocupado com o idoso que está de pé e pode desenvolver uma trombose e perder as pernas, mas está preocupado na sua própria comodidade. Não se está preocupado se aquele ou aquele outro ser ou não corrupto, está preocupado com quanto que ele deu para seu bem estar e sua própria comodidade. A cordialidade do brasileiro é uma mentira, ele é bonzinho para tirar vantagem da situação.
O problema não é os pontos filosóficos do Olavo de Carvalho, o problema é dar enfase nos pontos de sua filosofia como se fossem grande coisa e não são. Chamar o PT (Partido dos Trabalhadores) de comunista é uma ofensa até mesmo a Karl Marx que nunca ofendeu ninguém, porque ele (Olavo) sabe muito bem – usa esse discurso de boteco de periferia – que nunca na historia da humanidade se teve um governo comunista, nem na URSS. Já que ele se coloca na alcunha de professor de filosofia – não acho que um filósofo tenha que ter diploma – deveria saber que dois ponto a ser esclarecidos: primeiro que socialismo não é o mesmo que comunismo, já que socialismo é uma ditadura antes de implantar o comunismo em uma nação (que na maioria das vezes não passou disso); o comunismo não é uma igualdade para baixo e sim, uma retirada da mais valia que é o trabalhador poder comprar o que produz, sendo assim, a igualdade justa onde os povos tenha dignidade. Claro que muito coisa imbecil que Marx escreveu como a matança de dez por cento da população e a eliminação daqueles que não pode produzir – como idosos, deficientes, pessoas que não querem estudar e etc...que o nazismo e o socialismo stalinista fez com primazia – mas dizer que aquilo que existiu é comunismo é uma brutalidade e uma desonestidade intelectual imensa.
O ponto principal do olavismo é o ponto cartesiano do espirito maligno (o comunismo) e o espirito benigno (o liberalismo) como se toda a esquerda fosse comunista e toda direita seja liberal. Os democratas dos Estados Unidos são comunistas? Existe uma enorme diferença entre populismo trabalhista e o comunismo, que logicamente com a educação que temos, não se sabe e nunca se soube. De quem é a culpa disso tudo? Será que um sujeito que diz que não existe petróleo, que não há provas que a Terra é redonda, que o Barack Obama não é norte-americano merece crédito? Isso não cheira a marketing para vender livros? Nem tudo é o poder, pois o ser humano como ser racional é um ser que pode fazer escolhas e nem sempre o poder tem tanto o poder de convencer essa decisão. Há muito mais questões por trás de todo esquema, do que a redução do esquema de tratar o debate uma decisão ideológica como se o bem fosse a direita (que o tradicionais adoram achar que são donos de uma moral que não tem) e a esquerda e o mal (como se toda a esquerda é comunista e stalinista) e não é, porque ainda insistimos que o Brasil não pode se modernizar. O olavismo é um reflexo mais do que claro que a humanidade evolui na tecnologia, mas não evolui na moral e aqui, nem um e nem o outro.
Amauri Nolasco Sanches Junior, 39, escritor e filósofo.



51bm8HoZ-6L._SX321_BO1,204,203,200_



O Caminho e-book (aqui) 

O Caminho livro físico (aqui) 

segunda-feira, dezembro 14, 2015

Um momento na vida












Vendo a minha Suculenta que peguei para criar, eu vi que ela dará flores e essas flores são as mais lindas mudanças que uma planta pode passar. Com as flores elas podem fecundar outras plantas fazendo com que sua especie se multiplique e que tenha, talvez graças a evolução, seus genes perpetuado. Umas das inúmeras teorias do Dr Richard Dawkins é que num dado momento da evolução, quando a vida era apenas uma celular, os genes deram uma “sacada” espetacular, se as células se juntassem, elas iriam ter muito mais alimento. Então, os genes começaram juntar e criar seres complexos pluricelulares e cada sistema de uma especie viva, concorre um com o outro para seu próprio gene sobreviver. Por isso que essa teoria do Sr Dawkins vai se chamar “gene egoísta” e tem até um livro interessante (o único dele). Pode ser que nosso gene seja um sistema complexo e até de alguma maneira, egoísta, mas temos que pensar que a celular sem o instinto e sem a consciência não pode sobreviver ou perceber que podem viver juntas, não existe percepção para uma só célula. Qual o intuito de uma célula perceber que com mais células ao seu redor, mais alimento teria, mas também, muito mais energia seria gasta?
As mudanças dentro da realidade não podem ser reduzidas ao mero acaso e acharem que apenas são genes ou moléculas conscientes – se analisarmos bem, não são diferentes das crenças metafisicas das religiões – que se juntaram por milhares de motivos, e não existe uma consciência atrás disso tudo. Mas que essas mudanças são a vontade e a necessidade dentro do meio que se vive, porque se não acontece as mudanças, nunca iremos alcançar uma melhor evolução. Como o homem, um ser fraco, um ser que “male male” mata uma barata, tem possibilidade de vencer a evolução? Como em milhares de anos, os insetos sobreviveram a fauna do nosso planeta? Mas também nem acredito no “designer inteligente” que acredita que por trás de tudo, havia um projeto e isso vai contra até, a religião judaico-cristã. Ora, sendo Deus onisciente, como poderia ter um projeto daquilo que ele teria consciência de construir? Então, se não células conscientes que se juntam como uma comunidade, se não existe uma grande projeto dentro do nosso universo, o que se deu essa variedade de sistemas, de elementos, de vidas complexas ou não, dentro do nosso universo? Mesmo que o gene mais forte pudesse achar meios de encontrar e se juntar com outros genes do mesmo porte e fortes como ele, esse processo seria impossível da forma que foi teorizado como se a célula olhassem para outras – que seria como se olhássemos para um outro ser a milhares de anos luz da Terra – e querer juntar essa “força” dentro de um bem comum. A célula tem vontade? A célula pode decidir?
Vamos voltar as mudanças. Tudo muda porque cada experiência consciente, são diferentes e são subjetivas. Pois o que evolui não é o meio biológico e sim, o fluido vital que anima esse corpo biológico, que alguns chamam de espíritos, chamam de alma, eu chamo da “força vital”. O que seria essa “força vital” que poderia diferenciar de tudo que já foi escrito? Vamos começar no começo, já que os religiosos fervorosos preferem a bíblia como referencia que nesse caso, não está tão longe da verdade (já que a bíblia é um livro hermético). A primeira pergunta que nos vem é: o que seria o sopro que Deus soprou dentro das narinas de Adão? Alguns vão dizer que é a alma, outros vão dizer que haverá conexão com o espirito, mas se irmos muito mais a fundo na questão vamos chegar a “imagem e semelhança” que está dentro da bíblia. Só que não podemos ler o evangelho como um manual cientifico, pois se lemos ele como um manual de ciência não acharemos nada, vamos colocar o evangelho onde ele nunca deveria ter saído, no campo moral. Sim. O “Haja luz” não é o big bang, mas a tomada de consciência da existência de todo o universo quando decaímos para viver essa experiência dentro de uma outra realidade. Talvez, essa lenda dos anjos decaídos tenha a ver com nossas tenras lembranças de eras longínquas. Ou a lembrança de dimensões que eramos muito mais conscientes daquilo que poderíamos fazer, não é à toa que o mestre Jesus nos disse que tudo que ele fazia poderíamos fazer se colocássemos a fé em tudo que desejamos e ainda mais, que Hermes Trimegisto (três vezes grande), vai nos dizer que tudo que está em cima está ligado em baixo, tudo que está em baixo está ligado em cima. No evangelho também Jesus diz que tudo que ligar em baixo sera ligado em cima e tudo que desligar em baixo será desligado em cima, pois tem a ver com o poder de construir dimensões que só o pensamento pode construir. Se você imaginar que não é um nada e não serve para nada, claro que sua vida começa a dar errado porque você já se colocou dentro desse universo e é essa a sua realidade. Por que será que as seitas dominadoras querem que a maioria achem que não é nada?
Dai podemos pensar que também, continuando a questão do “Haja luz”, dizer que Deus com sua onisciência (consciência em sua e no universo contigo na própria ciência construindo em si uma percepção além do que é), previu e sabia que havendo luz, haveria a realidade no qual conhecemos. Porém não pode adentrar no tempo porque não poderia ser temporal porque é atemporal – por isso no sétimo dia descansou, pois essa tarefa delegou a quem poderia entrar dentro no tempo e sofresse o envelhecimento inevitável – e assim, talvez, começassem os seres viventes a nascerem e a morrerem. Mas nós podemos perguntar: quem fez esses seres viventes se Deus sendo atemporal e onisciente não poderia adentrar o tempo? vários escritos além da bíblia (evangelho), que vai no encontro desses seres como anjos, como espíritos iluminados, mas prefiro chamar de seres especiais que simplesmente, sentindo a vibração de um outro universo nascer vieram pelo amor nos formar como parte de uma criação de milhares de dimensões e universos. Muito interessante é uma teoria de uma seita da nova era chamada Amosofia, que diz que os universos se criam como cada casal evolui e compreende a dinâmica e forma, como a idealização dos dois (como um conjunto do mesmo amor), um universo conforme vibram. Nesse momento começamos a aprender o porque dissemos que toda a criação foi feita a partir do amor, porque o amor que uni tudo que existe e é a única explicação. Ou não podemos dizer que o amor pode unir até substancias que deram origem a vida? Pode ser até um processo químico, como toda a realidade para se manifestar deve ser por meio de processos químicos e a mecânica da física. Porem existe algo além que criou a primeira vida e a partir dai, houve um sistema complexo, dentro do nosso universo, que padronizou a forma humanoide e que isso, gerou um padrão para seres de inteligência e conscientes.
Voltamos a “força vital” como a única maneira de acabar com o mito de um Deus engenheiro que desenhou, que projetou todo um desenho produzindo a realidade. Quando vejo minha Suculenta produzir flores, sua especie moldou o que o ambiente te proporcionou, ou seja, as flores são o que levou muitas especies a perpetuar seus genes. Sua necessidade moldou sua forma e acrescentou o que chamo de “vontade da vida”, ou seja, a potencialização do ser de querer sempre fugir da morte e a eliminação dos seus genes. Existe a “força vital” consciente e a “força vital” não consciente, mas que vem de cada sistema dentro do próprio planeta que ela se desenvolve. No Livro dos Espíritos, editado por Allan Kardec e ditado pelos espíritos, diz que já existia germes que poderiam potencializar a vida como conhecemos, ou seja, já havia essa “força vital” em sua natureza primal, sua natureza de uma força inerente a vontade, mas existe graças o “haja luz”. Como, num modo racional de analise, uma célula (um ser unicelular) pode unir com outras células e formar os primeiros seres pluricelulares? Como explicar a explosão Cambriana num modo do sr Dawkins se o genes são egoístas, não haveria tantas variedades de seres? Hoje já se trabalha com a hipótese, isso pode ser pesquisado por qualquer um dentro do Google, que a vida é muito mais antiga que nosso sistema solar e podemos até arriscar, que todo o evangelho do Gêneses (a parte do primeiro homem e a primeira mulher) seja algo muito mais cósmico, no sentido do nosso universo – talvez num modo mitológico, Moisés deu pistas da vida além do que conhecemos – e esse casal, como a primeira forma de vida talvez, decaiu em forma de matéria e se afastou de Deus e da criação e se aprisionou na forma só biológica. simbolismos muito claros dentro do Gênesis, como arvore (simboliza a vida), como serpente (simboliza a malicia e traição, ao mesmo tempo, sabedoria), como a fruta do conhecimento (a fruta é aquilo que entra no corpo e é absorvida para fortalecer), como pecado (trair a divindade), como o Jardim do Eden (o paraíso que se perpetua em harmonia). E todas os livros e conhecimentos sagrados tem esse caos que chegaria a harmonia, sendo esse conceito, algo universal.
Zeus (o deus rei dos gregos) fez o homem das cinzas dos Titãs, Odin fez o homem de dois troncos de arvores, não muito diferente dos Gênesis, o homem veio do pó e voltará ao pó (a arvore simboliza o que a Terra trás na sua essência). E se, como acreditava as religiões maias e hindus, um sol morre para dar vida a outro sol? Se somos parte de uma outra civilização que morreu com uma super nova? Se os deuses forem essa civilização que morreu para nós, num sistema renovador, viéssemos para aprimorar essa “força vital”? São questões que não estão longe de serem respondidas porque a ciência não transcende e nem enxerga que o positivismo de Comte e o instrumentalismo de Bacon, não pode mais ser referencia de pesquisas que precisamos estar muito mais longe do que vamos. Dai comentem erros graves dentro do que chamamos falacias e não tera validade. O que faria ter uma hora para outra, as células terem consciência que juntas iriam ter mais probabilidade de sobrevivência? A vida é um estudo complexo demais para ter certezas prontas, porque as certezas prontas não merecem ser ouvidas.

 Amauri Nolasco Saches Junior, 39, escritor e filósofo  









51bm8HoZ-6L._SX321_BO1,204,203,200_

O Caminho e-book (aqui) 

O Caminho livro físico (aqui) 

quarta-feira, dezembro 09, 2015

A banalização do Brasil.




Quando pensamos em cultura logo pensamos em gostos refinados e o que realmente gostamos, mas não é o que acontece com a cultura de massa. Um jovem hoje, em sua maioria, não sabe o que é um Beethoven ou quem foi Machado de Assis porque resolvemos encarar a industria cultural como se fosse uma verdade, mas não é. Se criou jovens que não pensam e fizemos mais uma vez, a “macaquice” de imitar os norte-americanos criando um bando de “Hannah Montana” que mexem a cabeça, que se expressam como se fosse um eterno teatro. O fetiche cultural – onde a massa consome porque todos consomem e não pelo gosto – tendem a sempre seguir aqueles que não darão conhecimento, mas aquilo que é banal, aquilo que não presta como artimanha para vender e não para ensinar. Era o tempo que os escritores queriam expressar seus pensamentos e não, achar que o mundo é um eterno Big Bang Theory. Como disse, sempre fazemos essa “macaquice” de imitar o que não tem que ser imitado, só pertence a industria cultural.
No Brasil sempre banalizamos a cultura de qualquer cultura e qualquer meio, pois a mídia sempre divulgou o que interessava. Por que a “molecada” sempre ouve funk pancadão? Por que a maioria das pessoas ouvem sertanejo (como se fosse sertanejo mesmo)? Porque não é que caiu no gosto popular, mas é o que a maioria ouve e se a maioria ouve como só há esse tipo de musica tocando em radio, ele se torna a única verdade que predomina aqui na nossa cultura e que forma o fetiche daquilo ouvido. Fetiche é aquilo que encanta como um feitiço, um objeto que te coloca diante do que nos hipnotiza ao ponto de não perceber aquilo que você está consumindo. O funk pancadão, por exemplo, usará a mulher como forma de objeto sexual e mesmo assim, as mulheres e as meninas vão escutar como forma de libertação da mulher. Mas a partir do momento que você dança para um bando de “barbado” dentro de um baile quase ou nua, você está sendo escrava desses homens em saciar seu desejo primal da sexualidade. De forma somente instintiva o homem vai copular em uma mulher, porque ali só restará a forma primitiva de sacia sua vontade diante de uma fêmea que só estará se oferecendo o seu corpo. Claro que existe liberdade, afinal o seu corpo é sua propriedade, mas usar o discurso que a maioria defende para ouvir o pancadão, não me convence. Então, tudo que sai desse discurso hipócrita que é uma cultura (uma cultura popular que a industria cultural usou para alienar a massa), se torna uma atitude fascista, uma atitude daqueles que querem o golpe militar e que não gosta de pobres. O empobrecimento cultural sempre foi uma forma eficiente dês do surgimento do ESTADO como a única forma de o ser humano viver em comunidade.
A decadência cultural começa quando colocamos certas maneiras de agir como maneiras que a maioria pensa ou agi, eu não quero ouvi funk pancadão não porque acho imoral e tal, mas não ouço porque é a decadência do ser humano como um ser cultural e racional. Mas o funk pancadão é filho do axé dos anos 90, quando num lapso de genialidade – de forma Global de ser – se lançaram varias musicas de duplo sentido. O funk pancadão é bem mais implícito. Isso chegou dentro da literatura e essa literatura fica igualmente pobre e muito preocupa porque começa na escola, pois a escola ensina muito mais a cultura massiva do que a cultura de fato humano. Se fomos numa livraria e ficarmos observando, quem despertara o interesse dos jovens? Herry Potter, Jogos Vorazes, O Hobbit, Senhor dos Anéis ou A Guerra do Fogo e do Gelo (citando os mais famosos)? Não. Fico bobo de ver que o primeiro livro visto é a biografia do Luan Santana – que acaba sendo mais ou menos igual da biografia do Justin Bieber, nasci, morreu meu hamster e fiz sucesso – ou de outro ícone da nossa cultura decadente, pobre de conteúdo, amarga em ignorância e em desprezo a obras realmente, que trás algo para sua vida. O que um livro de paginas e paginas dizendo o que você fala em vídeos do YouTube vai me trazer em conhecimento? O que o mundo vai ser grato pela asneira que você disse? Onde podemos adquirir conhecimento num livro que não existe nada para ler a não ser, opiniões e frases fabricadas? Nada que está lá é realmente o que o autor quis escrever.
O cume da decadência é quando você lê que uma youtubeer – o que é mesmo isso? – vender milhões de livros sem ao menos divulgar o livro, sem ao menos ter conteúdo. Não falando para desprezar o trabalho da pessoa, mas mostrar como as pessoas são manipuladas pelo marketing e pelo fetiche daquilo, como se aquilo irá trazer alguma felicidade e não vai trazer nenhuma felicidade, só vai trazer desprezo pela sua livre escolha. Talvez esse é o grande mal das pessoas aqui, elas compram ou consomem porque o outro o faz, se o outro não fizer, ele não tem a capacidade de encarar e arriscar. O mundo precisa de pessoas de atitude, lá fora as pessoas compram coisas novas para incentivar variedades, aqui não, sempre as pessoas compram o que as outras compram, votam o que as outras votam, seguem a religião do que a maioria segue e não bancam a iniciativa. Eu, por exemplo, descobri muito banda legal, fuçando o youtube, muita banda legal deixando rolar a playlist da Rdio, porque isso vai fazer você diferenciar sua vida e vai te dar uma personalidade e não ser um fantoche da mídia. Não adianta achar que a Rede Globo é manipuladora e que as novelas não ajudam para esclarecer e ficar numa cultura de senso comum, ouve sertanejo, ouve um pagode pobre, ouve funk pancadão e ostentação (que é pior do que o pancadão que manipula o jovem a ir ao crime por causa de bens materiais), tem ideologias que só usam você para ficar no poder, que a youtubeer que diz amar, nem ao menos te conhece. A vida do ser humano fica vazia quando não tem personalidade.
Para sermos um povo independente, um povo com educação e uma cultura, primeiramente, temos que deixar de ser um povo que vê sempre vantagem em tudo, sempre ser passivo e ter opinião, não porque o outro te instruiu, mas porque o mundo é feito de povos de personalidade, de decisão e não manipulados. Viramos uma piada porque aceitamos a piada, porque aceitamos sempre rir e nunca refletir e ficamos numa cultura inútil e pobre. A ideia do Rivotril na água aqui, pode ser real sim, não é possível tanta passividade.

 Amauri Nolasco Sanches Junior, 39, publicitário e escritor/filosofo. 



51bm8HoZ-6L._SX321_BO1,204,203,200_
O Caminho e-book (aqui) 
O Caminho livro físico (aqui) 

sexta-feira, dezembro 04, 2015

Somos todos fascistas?

                     




Virou moda chamar o outro de fascista não porque não concorda com a politica da esquerda – diga-se de passagem, burra – mas porque o outro xingou sem ao menos saber quem foi Mussolini. Eu ficaria com vergonha de tal gesto, mesmo o porque quem realmente sabe a vida e obra de Benito Mussolini pode concluir que ele era socialista, de não saber o que o termo quer dizer ou porque os fascistas usaram o tal termo. Fascismo vem de fascio que queria dizer algo do tipo “federação” ou “aliança” que designa algo como uma união ou aliança para todos os italianos. O problema é que para o Duce (comandante) conseguir essa “aliança” ou “federação” – mesmo o porque a Italia não era uma nação unificada e era só um monte de ducados – teve que haver muitas mortes e até mesmo, se não me engano, os mesmos planos nazistas eram o plano fascista. Viu como é bom dá uma remexida de onde vem o termo?
Acontece que a esquerda – a burra chamada de esquerdismo – adorou esse grande argumento para refutar a ideia e o ato de dar o impeachment na presidente Dilma Vana Rousseff (PT-MG), como se todos que quisessem esse impeachment fosse algo como ditador ou um bando de fascistas, sendo que, nem todo mundo o é. Se vimos o significado sem olhar o que o Mussolini fez – matar aqueles que se opunham a sua aliança – não é muito longe de querer uma Federação e nem querer honestidade na politica. Embora eu não acredite que se tenha tanta importância ter uma federacao e nem mesmo, a honestidade é um ponto forte dentro da nossa cultura, etimologicamente, o fascismo como uma aliança entre os cidadãos para querer uma moralização politica não está muito longe de ser uma vontade real. Claro, mesmo a democracia tendo uma certa falha, ele merece ser defendida como uma forma mais ou menos justa de governo, mas essa generalização que todos que querem uma moralização governamental ser chamado de fascista, acho eu, uma boa dose que nem sempre o titulo de professor é um titulo de uma pessoa que analisa aquilo que está dizendo ou escrevendo. O mais engraçado, que muitos dizem gostar de Nietzsche, chamam o outro de fascista dando um rotulo a aquele comportamento que acha ser um “golpismo” que só, como diz a constituição, é legitmo como um ato de cidadânia. Não acho que quem fará o serviço é um emaculado do espirito santo – logo Eduardo Cunha? – mas não acho que esse sentimento seja um ato puro de fascismo a moda mussoliriana (nossa, existe isso?). Isso reduz o debate ao mero bate boca.
Eu me dou no direito de não ser nem da direita, nem da esquerda e nem do PSDB (que é um caso a parte da politica hora democrática, hora liberal), porque não vejo quem apoia um pensamento além daquilo que é humano, daquilo que faz o ser humano um escravo, deva apoiar esse tipo de “ismo”. Estar acima dos valores humanos não é negar valores, mas criticar e saber o porque desses valores para poder entender a humanidade e toda a sua historia. Nunca Nietzsche colocou a Vontade da Potência como uma arma contra raças e credos, mas a vontade de potencializar aquilo que é verdadeiro dentro do humano como um valor além do homem, além daquilo que ele se tornou por apoiar valores menores. Nietzsche criou uma ponte entre o que é puro – arrisco até uma transcendencia dessa pureza – que o homem tem em seu espirito, e o verdadeiro e único valor que o homem tem na vida, que é a vontade de seguir ao encontro do fim e nesse seguir (caminho), tudo pode mudar como um rio que nunca é a mesma água. Na verdade, Nietzsche nunca deixou de ser um seguidor de Jesus e sempre valorizou esse grande pensamento jesuistico: “eu sou o caminho, a verdade e a vida”, entendendo que para trilhar esse caminho temos que entender essa verdade e entendendo essa verdade, passamos a ter a vida na sua liberdade. A religião cristã – que ai sim Nietzsche vai deixar – se apegou a valores menores porque se aparegou mais na quantidade de fieis do que a verdadeira mensagem de Jesus e ai sim, ele vai criticar Sócrates e Platão que também, na visão de Nietzsche, se apegam a esses valores menores de salvar almas e não dar a elas uma maneira de se salvarem. Aliás, isso de arrecadar fieis é um ponto muito definido do apóstolo Paulo (Saulo) e que também, vai sofrer duras criticas de Nietzsche. Então, quem gosta e ler com prazer Nietzsche deveria parar de chamar as pesssoas de fascistas, porque mesmo que você esteja defendendo a democracia ou sei lá o que se passa na sua cabeça, isso é um valor menor dentro de uma cultura ocidental que deu “cagada” (no sentido do ultra errado).
Já pensou o que o “bigodudo” iria falar para uma pessoa dessas? Iria rir e dizer: “Você leu mesmo o prefacio do Anticristo?”. Ainda tem mais, sempre tem, Nietzsche não valoriza a cultura clássica grega como a amante de corpos, mas ele exalta a certeza do grego clássico, como um ser que valoriza a sua humanidade e a cultura de mostrar que eram acima do bem e do mal. Para o grego clássico, aliás, não existia bem ou mal como conhecemos, isso é uma invenção socrática platônica. O grego helênico acreditava que a natureza humana já era condicionada ao bem e ao mal – por Zeus fazer o ser humano das cinzas dos Titãs (olha o pó de novo) – não precisava saber porque sua natureza era assim. Os deuses não eram além do ser humano, pois eram criação de algo muito maior do que eles, então, eram criação daquilo que forjou do caos a harmonia. Para Nietzsche todo “ismo”, ciência, religião e toda cultura do ressentimento ocidental – pois através de Schopenhauer conheceu o budismo e achou o budismo nobre por não esperar nenhuma redenção no futuro que o homem deve ficar no presente – era que trouxe males que nas eras classicas não existiam e nunca deveriam ser criadas. A moral cristã é a moral do ressentimento daqueles que não sabem olhar para si mesmo, uma moral que até mesmo os ateus o a seguem. Quer provas disso? O “acreditar” dele que algo não existe é o mesmo de quem acredita que existe, e essa polaridade, se apega a valores menores.
Não é à toa que Nietzsche vai dizer “o evangelho morreu na cruz”, porque a essência dos ensinamentos de Jesus, verdadeiramente, morreu com ele na cruz e quem vai ensinar, são pessoas que não entenderam ou nem ao menos, conviveram com ele que no caso, se referia a Paulo. A grosso modo, é uma doutrina de ressentidos que as duas pilastras mestras – Paulo e Pedro e ainda, Platão – tiveram sua doutrina com a raiva (assim o ódio por aquilo que é humano), de ver seu mestre (Sócrates e Jesus) morrerem injustamente e doutrinaram o que é pior na humanidade, aceitar aquele que te domina. Não é assim todo discurso do poder? Existe o bem (tudo aquilo é aceito) e o mal (tudo aquilo que não é aceito) que não passa de dois lados da mesma força mestra, girando a alienação e a dominação. Os valores menores, valores que desceram no amago do mundano, do que é fraco, do que é rastajante. Nietzsche achava que tudo que os valores humanos são fracos, são no minimo um ser que rasteja e que não enobrece o espirito, então, quando quem ler ele diz que quem discorda do governo de esquerda (o PT não é mais esquerda), de fascista, deveria rasgar seus livros de Nietzsche e ler Ziraldo que é a figura central do ressentimento.
Não vejo a esquerda somente socialista (o PV e o PSDB é centro esquerda alá americanismo) e nem vejo o fanatismo ideológico diferente do fanatismo religioso, ambos se alimentam do mesmo alimento, são alimentados pelo medo e pela insegurança. Dai o segredo de se ler e entender Nietzsche, pois o medo faz o homem acreditar que forças de fora (externas) lhe protegem e darão tudo que precisamos, mas não é bem assim, e sim, a vontade potencializada no ato quando neutralizamos o medo e a insegurança e criamos o homem além do homem, ou seja, o homem com a nobreza de um guerreiro que sabe que caminho trilhar. Não importa quem está no governo, não importa quem estará “fodendo” você de impostos e tal, mas a minha decisão de aceitar ou não isso. Não porque o “Palmito” (uma parodia do Bolsomito) disse ou o “astrologo” determinou, mas o que realmente tenho como opinião ao questionar tudo isso. Isso sim é o além homem de Nietzsche, isso sim é aquilo que não me mata me fortalece, isso sim é a morte de “deus”. A verdadeira dividade (Deus) é encontrada dentro de você, a verdade de Jesus é isso, pois o caminho transcendente é muito além disso que chamamos de politica ou religião. Isso para mim é um grande “pinico” que está mais do que cheio e precisa ser limpo, mas quem dará a grande desgarga nisso tudo? Até mesmo o Facebook virou um “pinico” onde há vários dejetos e que cansa, cansa tanto que prefiro ler um livro, pois lá só há o que um grande “pinico” tem. Os leitores de Nietzsche são mais do que isso, vão além desses pobres e ressentidos valores. O resto? O resto é apenas a humanidade.

 Amauri Nolasco Sanches Junior, 39, escritor/filosofo além de publicitário e TI
51bm8HoZ-6L._SX321_BO1,204,203,200_
O Caminho e-book (aqui) 
O Caminho livro físico (aqui) 




domingo, novembro 22, 2015

Qual o objetivo da filosofia?





Essa é uma pergunta muito estranha para um grupo de filosofia, porque primeiro se um objetivo tem que ter um objeto que a consciência coloca como um objetivo daquilo que se objeta. E depois, a filosofia não pode ser um objeto porque a essência do termo filosofia é grego, ou seja, é a junção de “philia” (um amor de amizade, amigo) com o termo “sophia” (sabedoria), e assim, não meios de ser um objeto porque não tem um objetivo explicito aqui. Por que? Porque a “philosophia” é uma sensação de se aproximar a sabedoria além do senso comum, dos pensamentos que dominam o ser humano e pode sim, levar ao homem ao questionamento certo para o momento certo. O mais importante do que isso é que sim, a essência de ser um “philosophós” é buscar metafisicamente, respostas sobre tudo e sobre o porquê que tudo existe e o porque tudo apareceu.
Não à toa que que o primeiro ato de Deus, segundo a bíblia, foi formar a luz, pois com a luz a realidade se fez existência. Tudo que existe é fruto de um ato, e talvez, um ato de pensar e formar tudo que existe como um único meio de realizar a evolução e experimentar sensações que não conhecemos e algumas, conhecemos. O ato de pensar é um ato único dentro das inúmeras especies que vivem no nosso mundo, que o homem, pelo menos é o que sabemos até agora, tem como defesa e tem como forma de encontrar refugio dentro das inúmeras invenções tecnológicas ao longo de sua historia. Mas ao mesmo tempo, sempre questionou o motivo do próprio homem estar inserido no mundo e sempre, num ato totalmente filosófico, questionou as bases das explicações tão simplórias dentro da religião vigente. Ao mesmo tempo que o primeiro ato de Deus foi fazer a luz – até podemos colocar como um ato, talvez, até da formação de Lúcifer (aquele que porta a luz) – ao mesmo tempo condena Lúcifer por questioná-lo, e num segundo momento, de condenar o homem ao “pecado” de comer da arvore da sabedoria como se ele quisesse ser só ele a soberania de ser sábio. Mas Jesus Cristo esclarece – claro que nenhum cristão entendeu – que aquilo de Lúcifer e aquilo de Adão e a arvore do conhecimento, não existem e só foi uma artimanha para os “doutores da lei” acharem meios de dominação para com o povo. Só lemos os quatro evangelhos canônicos e os apócrifos. Poderia dar uma gama de exemplos, mas darei um só para o texto não ficar enorme. Quando ele fala “sai de mim satanás” ele está dizendo para sair o inimigo, aquele sentimento que pode atrair coisas que ainda não entendemos e pode, por ventura, alimentar o sentimento de submissão e devoção quase cega ou cega.
A filosofia não é a reversão dessa cegueira (está nos evangelhos que Jesus curava os cegos), mas os óculos que podem fazer o ser humano, enxergar um meio para reverter essa cegueira. Vocês acham que quem luta por ideologias são pessoas esclarecidas? Vocês acham que ficarem trancafiados em igrejas vão se esclarecer espiritualmente? Não vão. Primeiro que se iludem com a sensação de liberdade, de poder fazer o que se quer e pensar o que quiser, não é bem assim. Depois temos que pelo menos ter o dever ético de seguir aquilo verdadeiramente, porque se você segue o que te interessa para mim cheira a canalhice não muito diferente do que os políticos fazem em Brasília. E a filosofia vê isso de uma forma muito acima do que o pessoal está acostumado, porque a filosofia é o questionamento de tudo que o ser humano faz intelectualmente e não, achar que a filosofia deve seguir um ramo ideológico ou religioso. muitos problemas dentro do Brasil que estão interligados dentro da filosofia, porem, muitos desses problema são distorcidos e colocados em ideologias que só uma minoria tem acesso.
Não perguntamos o objetivo da filosofia, mas a filosofia de todos os objetivos que possamos ter dentro da sociedade humana. Vamos simplificar a explicação: o importante não é colocar a filosofia com um objetivo (objectivo) definido e com um significado – como se a “philosophia” tivesse um significado apenas – mas devemos analisar, para responder a pergunta, a intenção do filósofo (philosophós) que propõem a discussão ou a critica. A filosofia não é apenas uma amizade com a sabedoria, ela é o ato de chegar até ela (a sabedoria) e até voltar a analisar a própria filosofia no intuito de levar aquele que analisou ou colocou como objeto definido, num momento de desconstruir esse objeto. É como construir um objeto errado e depois que viu que estava errado, desconstruir aquilo para, talvez, acertar a construção desse objeto. Mas ainda podemos perguntar: existe um certo e um errado dentro da essência do pensamento ou na intencionalidade do ato de pensar? Não, porque não existe uma verdade absoluta. Não existe verdades únicas em nada, porque tudo muda e tudo se transforma em uma outra coisa e essa pergunta, pode e vai mudar a intenção de analise do ato de filosofar. No fenômeno de filosofar está o objetivo inserido no filosofar e o filosofar vai abrir a critica do ato ou pensamento analisado, fazendo com que a intenção do outro pensamento também vir a voga. Em essência, a filosofia não tem um objetivo porque existe uma sabedoria perene a ser alcançada que abrange todas as áreas e não tem essa que as coisas abstratas não podem ser pensadas, porque sim, podem.
Talvez o objetivo da filosofia é a ascensão do homem enquanto essência da energia primordial (que realizou o Big Bang), e que dado o momento, realizou a junção entre matéria e essa energia. Pode parecer mistico, mas sendo nós energia e a vida ser uma junção dessa fração de energia, não tomamo como mistico, algo real e único. Filosofia é isso.
Amauri Nolasco Sanches Junior, 39, escritor/filosofo autor de Liberdade e Deficiência e O Caminho
O Caminho e-book (aqui)
O Caminho livro físico (aqui)

sábado, novembro 21, 2015

A ciência e sua crença sobre a “seleção natural”







Antes mesmo que um babaca ateu militante (que chamamos de neoateu), possa chamar meu artigo de anticiência, vou esclarecer que no mesmo modo que não confio num sacerdote trancado numa igreja, eu não confio num cientista trancado num laboratório. Sim. Concordo com Nietzsche que o ocidente criou uma cultura ressentida e esqueceu dos verdadeiros valores que construíram a sociedade grega, com seu esplendor e seu orgulho de serem seres humanos criados para serem seres humanos e não, peças de um xadrez cósmico. Não pensem que só a religião faz isso e sim, todos os conhecimentos do mundo, inclusive, o conhecimento que é levado a massa que é muito mais do que possamos imaginar. Claro que o grego – que chamamos de cultura clássica – tinha a crença que os deuses o manipulavam, mas não tinham o pensamento que os deuses eram seres a parte do ser humano.
Voltamos a seleção natural, pois vou explicar o mais facilmente, o que seria. A seleção natural é apenas o meio escolhendo o que mais facilmente, se encaixa dentro dos padrões do ambiente e que mais pode sobreviver dentro de um ecossistema. Acontece que o pessoal – pelo menos quem escreveu alguns textos que li sobre – não entendeu o que Charles Darwin quis dizer no que se diz respeito a seleção natural. A coisa é bem simples, em dado momento uma especie por mudar de ambiente ou por ter uma nova determinada situação, muda sua tática de sobrevivência, ou seja, ela vão variar as raças para melhor adaptar a especie. O homem, por exemplo, não evoluiu diretamente do macaco, mas é um derivado do mesmo animal que deu origem de todos os animais da especie símia (que não é só macaco, mas saguis, micos e etc). Ou seja, o homem é um meio de sobrevivência para a própria especie simia que o único indivíduo deu origem.
Num artigo que li o escritor estava relatando que o professor de biológica dele teria dito que era mais fácil alinhar palitos do que construir uma girafa. Dai se faz a pergunta: a evolução se deu por acaso ou simplesmente, um meio dela acontecer como os engenheiros de software constrói os jogos de videogame? Vamos dar um exemplo simples – adoro dar exemplos que estudei a exaustão – onde podemos ver que a evolução não pode ser encarada como um conjunto aleatório. Um programador constrói um software com o algoritmo (linhas de código logicas que são feitas dentro do copilador que o computador transforma em código binário), e esse código não é um código alienatório que se cria sozinho, pois mesmo que quiséssemos, muitos desses códigos não se escrevem sozinhos. Mesmo se um dia nós, seres humanos, inventarmos a inteligência artificial, não vamos fazer o cérebro artificial fazer com que os código apareçam como se fossem aleatórios. O problema começa quando se acha que moléculas se combinaram num processo dimensional (após o Big Bang), como se fosse jogar letras por auto e ao cair, forme frases certinhas, isso tem a probabilidade de 1 em 1 milhão de acontecer. Mas é lógico que um neoateu vai dizer: “Ah, mas apareceu vida nessa probabilidade e tudo que existe conforme se confirma”. Ok. E dai? Quer dizer que um universo – entre bilhões de universos – são apenas confirmações de probabilidade que por um acaso acontece? Modo de vida, consciência de entender tudo, inteligência para construir tecnologia, só é probabilidades confirmadas?
Essa historia da seleção natural está muito mal contada, porque não confirmação que existem mudanças para melhor sobrevivência e não se confirma a forma que ela foi teorizada. Uma galinha não se defende, não tem um tamanho que possamos dizer que pode colocar medo, não voa, mas aguentou milhões de anos muito bem, obrigado. Como se explica tais coisas? Não me venham me falar que a galinha corre, que por mais que corra, a galinha não conseguiria achar meios de escapar dos predadores. Não como evitar tais questionamentos, porque não como evitar que lacunas enormes tanto na evolução, quanto na seleção. Entre outras coisas, até o asteroide que dizem ter exterminado os dinossauros, existem coisas muito estranhas. Por que outros animais não foram exterminados? Por que existem animais que vivem até hoje? Questionar também faz parte da ciência e todo conhecimento humano, o esclarecimento e não, a desinformação como vimos em alguns blogs de ciência. É muito engraçado darem tanta trela para o biólogo Richard Dawkins para pautar coisas que nem ele estudou – como em seus livros que sempre chamam os religiosos de idiotas, como se ele, que acredita da não existência de um Criador, não fosse um religioso – porque ele não tem moral nenhuma para falar de religiões que matam, de falar que seria imoral uma mãe ter um filho com síndrome de down. Quem é ele para falar isso? Será que realmente os europeus erradicaram a ideia nazista da eutanásia para pessoas deficientes? Então, como podemos falar de evolução humana, se nos esquecemos que primeiro estamos no século XXI e não mais no iluminismo, segundo, que algumas ideias pré-históricas de proteção aos clãs, ou até mesmo, um nacionalismo medieval, sempre fica em evidencia? Temos que transcender algumas ideias para entendê-las, porque senão, são ideias inúteis que não tem razão de ser.

 Amauri Nolasco Sanches Junior, 39, escritor/filosofo que escreveu Liberdade e Deficiência e O Caminho
Adquira o seu O Caminho

O Caminho e-book (aqui)
O Caminho livro físico (aqui) 

terça-feira, novembro 17, 2015

Pseudopensadores – o perigo de alastrar falsas verdades.






No mundo inteiro existem pseudopensadores, mas no Brasil que não existe uma escola (instituto de ensino) verdadeiro, pode causar sérios danos a sociedade e ao debate serio politico ou de outro cunho. Não tem o porquê de enxergarmos o comunismo como um perigo eminente, não temos que enxergar que o mundo está em crise, porque a imprensa adora alastrar essas “abobrinhas” para vender jornais e esses pseudopensadores, adoram alastrar meias verdades para vender os seus livros. Simples assim. Tudo rodeia uma especie de “mosca” no meio do “lixo” para ver quem come a maior parte desse “lixo” e se sentir satisfeito com isso. O comunismo hoje não existe, o terrorismo mundial é fruto exclusivo da invasão do Iraque e o assassinato de Sadam Hussem e o Brasil está lamentando tantas tragedias porque primeiro, tem um péssimo gosto ideológico e só vota em “bandido” e ainda “safado”; segundo, porque à anos os governos construíram coisas novas, mas não reformaram ou cuidaram das antigas (isso vale ao império, ao ESTADO novo, ao militarismo, só muda a mosca) e está, claro, tudo caindo e tudo bagunçado. Não é ideologias e religiões vão salvar o Brasil, mas uma consciência grande em perceber que o país não é só o seu umbigo ou o seu quintal de sua casa alugada.
Está muito claro, pelo menos para mim, que tudo que a humanidade plantou nesses séculos a fora (e não adianta tirar o teu da reta porque sim, você tem culpa também), ela está colhendo da pior maneira possível e isso vai refletir dentro do que o pais ou o mundo, como uma nova reflexão do caminho que a humanidade está tomando. Qual religião evita, verdadeiramente, o conflito ou a guerra? Qual ideologia sócio politica que fez com que a humanidade tenha-se um meio mais justo? Não. Porque a muito tempo as ideologias e as religiões saíram do designo que elas foram fundadas e passaram a atender interesses diversos por ai. Sabemos o que se passa dentro das salas fechadas? Sabemos quais os acordos de tudo isso? Não temos liberdade de nada, isso é bem claro dentro de uma ótica mais geral, porque se entende como liberdade, pessoas fazendo sempre o que querem (claro, sem ferir a individualidade e integridade dos outros membros da sociedade), porque a liberdade é uma questão de escolhas definidas e não meias escolhas. Não se ama pela metade. Não comemos pela metade. Não fazemos amor pelo metade. Isso são pensamentos de pessoas limitadas em seus próprios conceitos e nada fará elas mudarem de ideia.
Aonde nasce a ilusão? Aonde nasce a realidade? Não sabemos. Porque, as vezes, podemos estar acreditando em algo e só está acontecendo dentro do que fizemos dentro do que idealizamos sobre o mundo. Como o pseudopensador, o “velho xarope”, que se intitula professor (sem magistério), se intitula filósofo e só é formado em um curso de astrologia por correspondência – assim dizem os biógrafos – ainda achar que estamos a beira de um Estado Comunista. O problema que o comunismo em si, nunca foi levado realmente a cabo, mas sim o socialismo que é, a grosso modo, uma ditadura antes do regime comunista que não passou disso em todas as tentativas. Por que? Não importa quem esteja lá, qual ideologia comande, o ESTADO seduz qualquer um que esteja no meio de todo poder possível. Não importa o “ismo”, mas a responsabilidade nem sempre é entendida. Mas que não estamos num regime comunista porque nunca existiu um regime comunista, existiram talvez, tentativas socialistas de colocar as teorias marxistas em vigor. Colocaram em vigor? As teorias que interessavam – mesmo os regimes chamados de extrema direita que nada são de ideologias hibridas entre o conservadorismo e o socialismo que deram um “monstro” – mesmo o porque, ninguém quer largar tão fácil o poder de governar uma nação inteira.
Nações vivem por causa de pessoas, pois não são pedras, não são animais (nós somos derivados da evolução, mas existem sutis diferenças), são pessoas que sentem, pensam, e tem desejos como todo mundo. Um pensador que não faz essa distinção, que  trata a questão como se tivesse tratando de um rebanho de gado, ele não é um pensador e sim, um pseudo (falso, que mostra uma coisa não verdadeira), porque não faz o caminho histórico da coisa e não analisa nada além daquilo que seus conceitos são formados. E para começar, já que o povo acredita tanto nesses pseudopensadores, um filósofo tem que ir muito além daquilo que ele mesmo acredita, pois ele tem que analisar num alto de uma montanha, como dizia Nietzsche. Para mim, um cara que tem um discurso vitimista, não analisa nem o que ele fala e muito menos, tem as faculdades mentais em juízo, não pode ser considerado nem um filósofo e muito menos um pensador. Como iremos acreditar em um sujeito que diz que não existe petróleo? Que não existe provas que a Terra é redonda? Marca de um pensador, não é ele sair por ai dizendo que foi vitima da resistência ao regime militar – coisa que ele entrou e sabia dos riscos que estava correndo quando fez isso –, ou ficar falando mal do partido que nos governa, pois nenhum governo pensará em você, nenhum dirigente religioso quer sua autonomia espiritual, estamos falando em poder.
Somos criados dês de muito novo a não pensar, porque quem pensa muito teoriza demais e não é verdade. Se você ouve a noticia tem que pensar sobre a noticia, porque ao invés de ter o conhecimento, você só tera a informação e é isso que muitas vezes, o que o poder quer. Por que houve os ataques no World Trade Center? Por que os terrorismo cresceu tanto e o porque existe agora o Estado Islâmico? Por que as redes de TV dão mais enfase a isso do que as barragens que romperam? Tem que pensar e não achar que as coisas são fáceis assim de serem analisadas, pois não são, são apenas uma pontinha do iceberg que pode sim, afundar o grande Titânic.



 Amauri Nolasco Sanches Junior, 39, publicitário, TI e escritor/filosofo.  

domingo, novembro 15, 2015

Não somos tão vitimas








"Metade vítimas, metade cúmplices, como todo mundo" J-P. Sartre


Quem entendeu a frase de Sartre, talvez entendeu o nome do meu texto. Sim. Somos metade vitima e metade cúmplice como todo mundo, porque compactuamos com o que está ai. Não é protestando – principalmente protestos hippies que nada adiantam – e nem negando o que se faz para colaborar ou com o progresso do nosso país, ou o atraso dele e isso é muito evidente. Não é dando coisas, bolsas infinitas, que vamos sair da miséria e isso não é meritocracia e sim, uma maneira sustentável para se viver e o único “remédio” é perceber a manipulação do poder. Não vou votar porque não acho necessário, porque sempre o poder publico não faz o que tem que fazer, não cuida o que é para cuidar, não me agrada os programas políticos (difícil ter algum partido que tenha um programa tanto para deficientes, quanto para o quem o elegeu), não concordo com as ideias da maioria do nosso povo. Para quê votar se não te agrada nem mesmo, a cara da maioria desses políticos que estão ai? O problema não é a politica em si, já que somos animais políticos.
O termo politico vem do grego “politikos” que era um termo para designar os cidadãos da polis (os que eram livres). Da mesma família vem polidez que é, num grosso modo, uma pessoa que tem boa educação, civilidade, delicadeza e urbanidade. A ironia disso tudo é que na historia humana, nem sempre ser polido significou ser ético ou provido de alguma moral, pois se pode ter uma boa educação, ler os melhores livros, mas não ter noção de se colocar no lugar do outro enquanto ser da mesma especie. Talvez, nosso sangue latino que ao longo da historia, tenham formado vários países e um desses países seja o Brasil – uma mistura de povos nativos com povos vindo de vários lugares – não tenham entendido isso. Como escrevi varias vezes, a etimologia de ética vem do termo grego “etike” que por sua vez vem de “ethos” que significava caráter e que ao longo do tempo, os povos gregos foram conquistados pelos romanos (nossa matriz latina), e que traduziu “ethos” como “mos” ou no plural “mores”, por “relativos aos costumes” e dai por diante, o importante não era o caráter do ser humano que fazia a diferença, mas como ele tratava os costumes e a cultura que ele estava inerido. A grosso modo, não interessa que você trate seu vizinho mal ou até mesmo, nem ligue para a comunidade que você está inserido, mas que você siga as leis estabelecidas pelo império e que ame só o imperador romano (os vários “cesares” que eram os augustos). Na idade media, que Umberto Eco vai dizer que é muito relativo esse período, vai ficar muito evidente isso, porque o importante era seguir as leis dos feudos através da igreja romana. Não interessa o que você acha, mas o que é realmente, a igreja usava sim as crenças para estabelecer as leis. Voltando, então a ética acabou ficando como o que fazemos e como agirmos e a moral como seguimos nossas varias tradições. Ser um cidadão que segue as leis é ético, seguir as tradições e um bom costume, é ser moralizado.
Vamos voltar a polidez para entendermos como educação instrutiva (aquela das inúmeras escolas e culturas diversas) não garante que tenhamos uma civilidade verdadeira e nem uma moral, como ser social, de respeitar as posições e opiniões dos outros. Os nazistas eram em sua maioria polidos, lia ótimos livros, escutavam ótimas musicas, tinham hábitos alimentares e alguns, não bebiam álcool, não fumavam (principalmente, Hitler). Porem, porque sempre tem um porem, mataram milhões de pessoas como se fossem animais (nem com animais se pode fazer isso), como se matar outro ser humano de outras etnia ou de outro pensamento, fosse resolver os problemas humanos que não terminaram com a urbanização, industrialização e a produção de massa de bens e produtos. E para aqueles que ficam repetindo como papagaios aquele que nem é professor e nem filósofo – não vou repetir o nome porque não vou dar audiência para um velho xarope – e me chamarem de comunista, vou dar outro exemplo de polidez. O comunismo soviético com suas escolas doutrinadoras eram extremamente, polidos. Os maiores revolucionários que derrubaram o czar da Rússia, eram professores e alguns até professores universitários que tinham grande grau de cultura, porem, mataram milhões de pessoas a todo o tempo e sobre qualquer pretexto. Benito Mussolini (que se diga, era socialista) era jornalista e vários outros, que tiveram uma boa educação e eram civilizados, eram urbanizados e sensíveis (dizem fontes que ao assinar a eutanásia para milhões de deficientes alemães, Hitler tenha chorado por achar essas pessoas sofredoras eternas), não é garantia de ética e muito menos, da verdadeira moral que leva o ser humano ao costume verdadeiro (não ao moralismo que é outra coisa).
Nessa perspectiva a tese de Karl Marx cai por terra, porque não é o conhecimento em si que tira o ser humano da alienação (mesmo o porque o conhecimento é o que fazemos da informação), mas a instrução certa no momento certo que vai tirar o homem da escravização. Nem todo o conhecimento tirará o homem da sua alienação, mas sim, o conhecimento que nem sempre é o conhecimento da massa. Por que? Porque somos animais morais (por sermos sociais), mas não somos animais éticos, pois a ética (caráter) é construída por fatores culturais e familiares e que é a viga mestra para criar pessoas que respeitam os outros. Por que o ESTADO (não sou a favor do ESTADO, mas é o que temos agora no momento), decreta leis que as crianças devem ir na escola a partir dos cinco anos de idade? Porque parte do principio que a formação ética já está formada como primeiro pilar da formação de um ser humano, depois ele se formará com os conhecimentos que a cultura humana, produziu ao longo de séculos adentro. Como vários pensadores disseram, existem vários problemas antes do capitalismo que o capitalismo apenas herdou – como o moralismo cristão e as varias crenças e ideologias que se criaram a partir da nova ordem monetária e econômica – e talvez, usou como refugio para melhor alienar o ser humano, mas não advêm do capitalismo deixar o homem ignorante, deixar o homem escravo e sim, o ESTADO. Aliás, o marxismo errou o alvo em determinar que o grande detonador da guerra de classes seja o capitalismo, pois o grande detonador é o ESTADO e sem o ESTADO o capitalismo não pode continuar existindo. Por isso mesmo que digo que não existe anarcocapitalismo, porque não existe um capitalismo voluntario (nem existe meios para isso existir), não existe meios de grandes acúmulos de capital no anarquismo e em sua essência, o anarquismo é contra a competição, porque graças a competição o homem não se solidariza com o outro homem (como ser humano).
Não interessa a ideologia, os “ismos” só são um refugio daquilo que realmente é necessário para o ESTADO dominar (seja uma ideologia politica ou ideologia religiosa). Quem vai fazer convencer que “deus cuida quem cedo madruga”? Quem vai inventar uma “guerra santa”, uma guerra contra isso ou guerra contra aquilo? Quem comanda os meios de comunicação para te alienar? Sem o ESTADO não teríamos religiões (existe uma distancia enorme entre religião e espiritualidade), sem o ESTADO não haveriam trabalhadores (seja no socialismo, no comunismo, no fascismo, no nazismo, no capitalismo), sem o ESTADO não haveria desejos supérfluo, competições desnecessitaras, cultura de massa. Mas quem apoia o ESTADO? Quem mergulha o próprio braço para os sanguessugas sugarem seu sangue? Somos nós com a incrível mania de acreditar e ainda querer brincar de “meu chefe mandou”. Se é assim, por que tenho que votar se sei que o ESTADO é governado sempre pelos “mesmos” e pelos mesmos interesses? Só comparar as mortes banalizadas mundo a fora e o motivo é sempre o que o ESTADO coloca como “verdade”, como o bem da comunidade ou nação, sempre é aquilo que precisamos para garantir a nossa felicidade. Mas o que é felicidade? O que o tanto esse desespero de sermos felizes e depender do poder para ser feliz?
Felicidade não é uma coisa, não depende de “desejos” supérfluos ou um objeto que você compra no supermercado, você é feliz ou não é, tem que ser um estado e não uma coisa artificial. Para quê desejamos ser feliz? Para quê desejamos tantas coisas para ela se demonstrar na sua vida? Dai que cheguei onde queria. Qual a diferença do rompimento das barragens de Mariana-MG e os atentados de Paris numa ótica humanista? Qual a diferença de uma democracia que proíbe e te convence com um tipo de discurso do poder – que é evidente que esse tipo de coisa há muitos interesses – e uma ditadura militarizada? Nenhuma. O próprio ESTADO faz com que você pense que um é malzinho e o outro é bonzinho (que muitas vezes o próprio ESTADO coloca e tira), simples assim. Não temos nem direita e nem esquerda, não temos nada de partido de libertação e partido de interesses trabalhadores, ninguém fará nada e ninguém dirá nada a nós para nos libertar e sim, sempre pregara uma liberdade que só vai interessar aos interesses deles. Talvez, Sartre no seu iluminar das ideias (já que não sei o contesto dessa frase), vem com o aspecto que ele mesmo concluiu, não somos tão vitimas assim. Isso mesmo. Escolhemos os mesmos governos que que não levaram a manutenção a barragem de Mariana-MG, escolhemos os mesmos governos que apoiam guerras, deixam criminosos e traficantes dominarem a sociedade mais pobre e dão, num modo paliativo e sem nexo, uma bolsa família para servir de analgésico para essa gente. Escolhemos os mesmos que vendem armas ao EL (ESTADO ISLAMICO), e ao mesmo tempo, se faz de desentendido e até se solidariza com os atentados e quem morre, não são eles, é o povo. Escolhemos governos que não prontificam de realizar nossos direitos e sempre não vão investir na saúde, não vão investir na escola, não vão investir em construção de casas, não vão investir em infraestrutura e não se engane, em todos os países do mundo são assim, só que nos outros os políticos não são descarados. Quantas pessoas esperam uma consulta? Quantas pessoas esperam por uma operação em hospitais públicos? Quantas pessoas necessitam de aparelhos, órteses e próteses, cadeira de rodas, entre outras coisas, porque não tem meios de trabalhar (porque não se cumpre uma simples lei de cotas para deficiente) e não é cumprido? Os mesmos que votamos são os mesmos que não cumprem nada que deveriam cumprir. Quem colocou lá? Não adianta intervenção, não adianta democracia, não adianta nada se não construirmos uma sociedade com um caráter solido, com um caráter que não é fazer o que quer, mas fazer o certo.
O mal caráter não é aquele que menti, mas aquele que não diz a verdade. Parece sinônimo, mas não é. A mentira é o encobrimento de uma verdade, contar a não verdade é dizer uma verdade que só você acredita por vários motivos. A mídia mente  ou diz a não verdade? As vezes acho, porque não tenho certeza, que a desobediência civil é a solução mais que verdadeira para o mundo de hoje.

 Amauri Nolasco Sanches Junior, 39, publicitário, TI e escritor/filosofo  

segunda-feira, novembro 02, 2015

Conservadorismo brasileiro – a porta para o retrocesso.

        




       Umas das coisas que me assustam bastante é a facilidade do povo brasileiro fazer julgamentos desnecessários, um posicionamento que atende aos interesses da sua própria crença, ter opiniões distorcidas e sem fundamento nenhum. No caso do menino que quebrou tudo na escola (na sala dos professores), por exemplo, não se sabe se o menino tem um certo autismo, não se sabe se o menino tem um deficit de atenção, não se sabe o que o menino passou ou até, o que a escola fez para o menino ter aquela reação. Vimos muitas manifestações que os pais deveriam dar cintadas, que no caso se for um deficit de atenção, não vai adiantar. Também vimos os ataques racistas na pagina da atriz global, as declarações machistas sobre uma menina de 12 anos, até o tema da redação do ENEM que era a violência contra a mulher, uma questão importante, que disseram que era uma doutrinação comunista, como se o comunismo se preocupasse com tais questões. Mas o que seria o grande desencadeador disso tudo?
Todas essas situações, de pura má educação, são situações de um conservadorismo que não cabe mais no mundo de hoje. Por que não cabe? Porque o mundo já é e como sempre o Brasil fica para trás, pós-moderno e já está entrando em outros períodos. Já escrevi que não ouve um projeto dentro até da cultura brasileira, uma ruptura desse ruralismo que ainda se encontra dentro da maioria da cultura, seja no âmbito de ser um povo ignorante, ser um povo de extrema religiosidade, ser um povo que se apegou o que interessa na sua cultura. Claro que o homem vai querer não perder a “majestade”, claro que ainda haverá pessoas que não gosta de negros, que haverá sempre aqueles que “torcem o nariz” quando vê uma pessoa deficiente, haverá homens que assediarão meninas de 12 anos. Porque somos um povo que muda aquilo que nos interessa apenas, não se gosta aqui no Brasil, que se mude aquilo que não cabe dentro do que a maioria vai achar cômodo. Mas também penso que não há de modo nenhum problema ser conservador, como li uma vez na internet e concordo, o problema é quando isso vira seita extremista. Sim. O comunismo como os liberais conservadores são uma religião que religa você até a base do pensamento dessas ideologias, como o comunismo religa ao pensamento de Marx e outras vertentes posteriores, assim os liberais conservadores vão ser ligados a uma moral que religa a uma ordem social de escolhas e meritocracia.
O conservador sempre é o sujeito que se acha acima do bem e do mal, suas crenças devem ser respeitadas (sempre nunca respeitam as dos “outros”), os assuntos íntimos devem ser discutidos dentro de cada casa com cada indivíduo (como se a violência não vai sair dali), que tudo que sai daquilo que acredita e respeita, vira pecado (muitas vezes, tudo aquilo que acredita só é uma carapaça para ser o que não é). E o que mais me assusta, é que muitos que deveriam defender a liberdade, como os libertários, são em grande maioria pessoas que gostam do conservadorismo como se fosse uma regra moral estabelecida antes de acabar com o ESTADO, ou seja, temos um paradoxo dentro do movimento libertário. Se se defende a liberdade e se acredita que o ESTADO é o grande mal dentro das inúmeras sociedades humanas, como se comprova em vários fatos históricos, é pelo conservadorismo que o mesmo ESTADO se nutre e tem a liberdade de alienar a grande maioria das pessoas. Quanto mais uma sociedade se torna conservadora – sustenta uma cultura que não pode ser mudada – mais facilmente ela vai ser dominada pela falsa liberdade, pela falsa sensação de que está fazendo suas escolhas, pela falsa sensação que somos protegidos por ela. Sempre houve homens e mulheres que traíram. Sempre houve musicas contestadoras e que mudou comportamentos dos jovens. Sempre houve a quebra de religiosidades que não servem mais a um mundo em processo de evolução constante. Mudar trás a insegurança e a insegurança trás o conflito e a incerteza. Qual a certeza que temos no mundo? Qual a certeza dentro de uma cultura constante?
Sou um anarco-libertário progressista (acredito que o homem só vai ser liberto das suas amarras pela educação e pela pedagogia libertaria), não acredito que a mudança de pensamento seja uma coisa ruim ou vai trazer o caos, mas é um direito de cada um ser instruído para fazer da sua vida sua fiel escolha. Isso nada tem a ver com existe ou não Deus ou alguma divindade – essa para mim é uma questão além de escolha é uma questão também de instrução – mas sermos coerentes de cada escolha que será feita dentro daquilo que nossa moral (relativo aos costumes) e a ética (caráter) fazem na nossa consciência. Por que alguma divindade iria interferir nas nossas escolhas? Por que algum “demônio” conseguiria achar meios para nos desviar do nosso proposito? Isso que são alguns propósitos nossos, fazemos melhores escolhas para nos dar um rumo naquilo que convenhamos seguir. A maioria das vezes, o ESTADO interfere nessas escolhas para melhor caberem nos inúmeros interesses que os donos dos milhares de capitais do mundo (muitas vezes esses donos de capitais estão no governo), querem. Se há muitas empresas de informática, haverá mais cursos de informática com a promessa de ganhar dinheiro, como acontece e muitos outros. Por que isso? Por que ainda há um pensamento que tudo que é liberdade e que se pode discutir abertamente é “comunismo” (hoje), é coisa do “demônio” (período medieval), é contra os costumes (no período clássico)? Porque é coisa que o ESTADO sempre explorou, sempre explorou o que a população tem mais medo.
Sinceramente, se grito e porrada educasse alguém, o povo brasileiro era um dos povos mais educados do mundo. Se o comunismo trouxesse a liberdade que tanto falam, não haveria tanta bizarrice na Rússia. São discussões que deveriam ir muito além do senso comum e são discussões que não deveriam estar no meio do modo ideológico – como se isso devesse ser uma constante dentro dessa discussão – mas deveria ser uma discussão no âmbito educacional, afinal, estamos falando de uma evolução dentro da cultura e e porque não, biológica. Ainda, nossa cultura, é contaminada com uma moral constante que é quase uma moral medieval, uma moral que atende alguns interesses e não levará nossa nação a um progresso necessário dentro de um âmbito necessário para a liberdade.



 Amauri Nolasco Sanches Junior, 39, publicitário, TI e filósofo  

quarta-feira, outubro 28, 2015

Ninguém sabe o que é filosofia, muito menos Simone de Beauvoir






Uns dos maiores problemas do Brasil é a educação em todos os níveis possíveis e isso reflete dentro do que o brasileiro pensa saber como politica, mas politica também envolve ideologias e ideologias, queremos ou não, são teorizados dentro do pensamento filosófico. A extrema polemica que se teve na questão do ENEM – que esse ENEM foi muito bom para refletir – envolvendo algumas questões e envolvendo a filosofa feminista e existencialista Simone de Beauvoir (nunca acerto escrever seu sobrenome) que o conservadorismo tacanha do brasileiro – exatamente por não saber filosofia e não saber o que é educação – fica escrevendo coisas que não fazem sentido dentro da filosofia e dentro da própria filosofia. Qual filosofia temos? Como podemos entender de uma coisa que não fazemos a mínima questão que existe? Vamos entender o que é filosofia para entender o que Beauvoir quis dizer com a frase que está no seu livro parte 2 do Segundo Sexo.
Filosofia não foi usado (o termo) como uma disciplina em si mesma, foi uma resposta meio que “revoltada” de Pitágoras por ser chamado de sábio, a tradição vai dizer que o pensador de Samos, dirá que ele é um “philosophós”. Por que Pitágoras vai dizer isso? Porque ele não sentia diferente dos outros seres humanos, outros iguais a ele, foi um ato de rebeldia com o rei local que lhe colocaria como a mais de todos que estavam ali. O “philosophós” de Pitágoras era uma junção do termo “philia” (amor amizade) e “sophia” (sabedoria), ou seja, “amigo da sabedoria” como um companheiro que aprende com uma amiga. Dali por dante, “philia/sophia”, se torna uma forma de seguimos a sabedoria (sophia) numa eterna amizade (philia) que derivou o termo “philosophia” que é uma tentativa de romper com aquilo que não se cabia mais naquele momento. Assim como Diógenes, o cínico (cão, era uma escola socrática liderada por Leucipo), disse para Alexandre Magno sair do seu Sol após o soberano da Grécia inteira falar para pedir algo, Pitágoras vai desafiar também a imagem do soberano dizendo que não era sábio e sim, seu amigo. Não um amigo qualquer, era uma amizade intima com a sabedoria. Mas ao mesmo tempo, a sabedoria dava ao “philosophós”, uma revolta constante daquilo que a tradição fazia como verdade absoluta, mas que era um refugio para não mostrar sua ignorância. Todo fanatismo é a ignorância daquilo que temos medo, aliás, o fanatismo é gerado pelo medo e a incompreensão de certos fenômenos. Antigamente se inventavam deuses para explicar os fenômenos climáticos, o surgimento do mundo e até mesmo do ser humano, hoje em dia, esses deuses tomaram outra forma (como se a ciência tivesse dado outro rumo a hermenêutica da realidade), e essas formas são dentro do discurso hoje, como o fenômeno UFO ou vários fenômenos paranormais. Não que não existam, não é esse rumo quero chegar a discussão, mas tudo é aquilo que nossos conceitos acham real e esse é o problema, um ideal virar um fanatismo religioso. Isso levou a morte muitas pessoas inocentes e levou a morte Sócrates que num ato de revolta, aceitou essa morte e honrou as leis que levaram Atenas a submissão anos depois. A filosofia como pensamento é rebelde, pode ter uma espiritualidade, mas ainda sim é rebelde.
Com essa explicação sobre o que é filosofia podemos fazer a seguinte pergunta: qual filosofia vai construir a filosofia portuguesa e logo após a filosofia brasileira? O catolicismo. O espiritismo brasileiro é católico. O protestantismo brasileiro é católico. As religiões afro-brasileiras são de base católica. A filosofia brasileira, se acredita ou não em algum deus, é de base da moral católica. Não se pode negar isso dentro de pensamentos dos mais variados pensamentos dos pensadores brasileiros, nós ainda somos vitimas do fruto do pecado e devemos sair disso com a redenção deles. Mas antes disso a filosofia vem da patrística (agostiniana) e a escolástica (tomista) e consequentemente, nosso modo de pensar é um platonismo aristotélico, ou seja, nós só vamos ser felizes no paraíso (mundo das ideias) onde tudo vem e para onde tudo vai. Mas essa felicidade só se dará com a ética (que muitas vezes não temos), de sempre ter amigos por sermos animais sociais. Nisso tudo é uma educação extremamente machista (onde as mulheres devem sim servir o homem por causa da sedução de Eva ao oferecer a fruta do pecado a Adão) onde muitas vezes, as mulheres são submetidas as vontades do homem e o que é mais alarmante, mesmo um ato de liberdade (como acontece no funk pancadão), a mulher ainda é um objeto do homem em satisfazer seu desejo, seja objetivamente (pessoalmente corpo a corpo) ou subjetivamente (do mesmo modo das revistas masculinas). Somos ainda uma nação conservadora – no caso, moralista, por achar que o discurso é prioridade do que a pratica – ao ponto de achar que nem futebol, nem religião e muito menos, sexo, se discute.
Mas por que nenhuma dessas coisas não se discute? Porque nosso conservadorismo não entende e nem quer ser dialético e se impõem como uma moral, que em pleno seculo XXI, não cabe mais ao mundo e ao pensamento globalizado. Um estrangeiro iria rir muito a essa critica a prova do ENEM que configurou a critica a frase de Simone de Beauvoir, porque – mesmo em Portugal – se educa incentivando crianças a lerem filosofia dês de cedo, aqui, muito raramente. Estamos com 30 anos de democracia – o povo adora colocar a culpa na ditadura – e a educação (a grade curricular) não mudou, são as mesmas coisas inúteis, são as mesmas coisas que só agradam a industria, são ensinadas. Quando na sua vida você vai usar o Teorema de Pitágoras? Quando na sua vida você vai usar o Teorema Cartesiano? Existe 60% de tudo que você aprende na matemática e em outras matérias, que se você não for biólogo, engenheiro ou engenheiro espacial, isso dai só foi perca de tempo, gasto desnecessário do dinheiro publico, ainda, pega o tempo em matérias necessárias como português, filosofia, sociologia, ciência e historia, a matemática é uma matéria que deveria ser dado só o básico. Por isso ninguém escreve direito, ninguém interpreta um texto direito (já vi pessoas que pensaram que o texto era serio, mas era de blog de humor), não sabe as teorias cientificas, não sabem a pensar por si mesmo (por isso que existem pessoas seguindo fanaticamente religiões ou repetindo pessoas sem saber) e não sabem escrever nada, o mundo para ele é um lugar estranho. O que adianta um aluno saber o que é a raiz quadrada, se não sabe nem historia e muito menos escrever?
Outra coisa que muito jornalista de revistas que não informam e querem vender, muitos que causam polemicas desnecessárias não sabem é a sutil diferença entre o socialismo e comunismo. Primeiro, o socialismo e o comunismo – do mesmo modo o liberalismo, anarquismo, liberalismo democrático, etc – são construções ideológicas dentro de um panorama histórico, não foi Karl Marx que inventou o socialismo e depois, idealizou o comunismo, mas deu o viés cientifico. Assim como nem Prondhon e muito menos Bakunin, inventaram o anarquismo, mas deram uma arrumada para quem seguisse, não ficasse perdido numa infinita gama de vertentes. Na verdade o socialismo e o comunismo e se quisermos ser radicais, o anarquismo, são construções de filosofias humanistas que viam o homem dentro de uma perspectiva, mais ou menos, senhor das suas escolhas. Começa com Rousseau que nos dirá que o homem nasce bom, mas a sociedade que o faz ser malvado por causa dos inúmeros papeis que ele tem que exercer e outra, todo aquele que cerca um punhado de terra e diz ser seu, é um ladrão. Na verdade, Rousseau vai dizer o primeiro homem que fez isso e disse ser seu, inventou a propriedade privada e assim, levou o homem a luta constante. Voltaire, que era progressista, achava que o filósofo genovês estava exagerando, que o homem deve cada vez mais evoluir com a ciência. A grosso modo, o povo era pobre e explorado por causa desse primeiro homem, essa exploração por causa desse primeiro ato. Ora, se Rousseau estava certo ou não é outra historia, mas demonstra que o socialismo e o comunismo, já estava em andamento e graças a filosofia de Rousseau e Kant, depois, vai se acontecer a revolução francesa. Essa construção histórica ela é baseada no trabalho, no direito que tem o trabalhador dentro de uma fabrica, dentro de qualquer meio de produção. Essa construção vai desencadear varias vertentes que não se entenderão e cada um vai acreditar em um ideal, dai que Karl Marx vai dar rumo ao socialismo e ao comunismo como algo idealizado para estudo, pois a implantação seria e é difícil pela ganancia humana e os interesses de algumas instituições. Por que nações como Cuba e a URSS nunca deixaram de ser socialistas? O socialismo é uma maneira de se governar após a revolução, para ensinar a ética e a moral necessária para a implantação do comunismo, mas uma coisa essas nações erraram, não se pode fechar a economia e nem achar que tudo que se gasta, não precisa entrar nada. Não conseguiram porque os países ficaram pobres, ficaram países que o governo só, tem o dinheiro e o nivelamento foi para baixo e não de classe media.
Marx não era adepto ao ensino, mesmo o porque, o marxismo sempre visou as matérias básicas dentro das escolas e falar em uma “doutrinação comunista” numa prova do ENEM, é ignorância demais e só levara o Brasil numa escuridão e atraso, evidente. Ora, podemos nos perguntar: Paulo Freire em todo seu escopo de livros é comunista? O freirismo não é nem de longe comunista e nem visava uma doutrinação, porque Paulo Freire sempre dizia – e está registrado em video no YouTube para quem quiser ver – que o aluno aprende com uma construção do conhecimento, não adianta, por exemplo, ensinar a moral de Kant na maneira clássica que um adolescente que ouve rap ou funk, vai achar aquilo “chato” e até não vai querer aprender. O freirismo combate exatamente que a esquerda stalinista prega, a doutrinação de massa, porque para o freirismo, cada indivíduo é um universo. De onde tiraram que a obra de Paulo Freire é comunista, não tenho a menor ideia, mas se tratando de jornalista de revista falida, imagino que as universidades de jornalismo não estão ensinando direito ou simplesmente, é sem-vergonhice. Então, começamos a entender que a Dialética marxista – que vai usar a dialética hegeliana do senhor e do escravo – é uma construção de estudo e não uma doutrinação como aconteceu com o nazifascismo ou o próprio fascismo. O que fizeram depois, dai beira muto mais de um fascismo socialista e comunista, do que um marxismo propriamente dito. Só para deixar claro, não apoio e nem concordo com o socialismo, porem não se deve ser vigarista intelectual e inventar um monte de baboseiras para ganhar adeptos.
Sabemos que existe questões muito mais complexas e muito antes do advento do capitalismo que o socialismo não conseguiu combater, não conseguiu dar ao ser humano uma condição de ser que pensa e um ser que sente. Mas nem de longe, a busca de direitos da minoria é uma busca dentro do socialismo e o comunismo, pois o comunismo vai tratar o ser humano como só um animal social e politico, mas não um ser em constante construção moral e ética. Moral dentro de uma ideologia politica, deve seguir os designo daquela ideologia, pois o ideal não pode ser quebrado. A moral – que vem de mos que quer dizer, relativo aos costumes – é quase um modo de perpetuar um costume de um povo e de um ideal. Qual moral tem nosso povo? Qual linha de raciocínio tem um povo que não sabe o que sente? Vamos então entender a questão da critica.
Em todos os tempos sempre houve as minorias que eram e são discriminadas e sempre serão dominados. As mulheres sempre foram espolio de guerra, os homossexuais sempre foram mortos ou coisa pior, os deficientes sempre foram jogados na sarjeta, os negros sempre foram vistos como povos estranhos ao nosso, muito antes do capitalismo liberal, só se continuou a exploração. Foi o capitalismo que matou os índios? Não, foi o mercantilismo do absolutismo. Foi o capitalismo que escravizou os negros? Não, foi o mercantilismo absolutista. Não nada de errado em juntar o seu capital fruto do seu trabalho, o problema é a exploração que isso se leva com o mando e desmando de famílias que dominam a América Latina a seculos com seu populismo e a perpetuação doutrinaria. Com o advento da primeira guerra mundial – que os homens iam para a guerra – e a segunda guerra mundial, as mulheres tiveram que trabalhar. Numa dessas fabricas norte-americanas – os yanques adoram dar showzinho a parte – houve uma greve que o dono colocou fogo, matando muitas mulheres (como fossem animais, era essa a ideia de Max Weber de ética protestante?). Após esse advento, após outros adventos de preconceito e abuso de poder, as mulheres começaram a cobrar os seus direitos e isso ganhou força nos anos 60 do seculo XX, com força para romper certos paradigmas. Na verdade encurtei ao máximo por não caber, mas assim como o socialismo, comunismo, liberalismo, e etc, o feminismo é uma construção histórica de uma parcela que não mais podia permitir que homens tratassem elas como se fossem animais. Nesse momento do cume libertário cultural que se encontrava, quebra de paradigmas que estavam querendo voltar (com a morte de Kennedy e as varias ditaduras e o pior, a guerra do Vietnã), surge varias obras e umas delas é O Segundo Sexo de Simone de Beauvoir.
O que Beauvoir fez com o companheiro Sartre não me interessa, estamos discutindo a obra e elevando um pouco mais o debate, os “bacanais” ou a sexualidade de cada pessoa deve ser respeitada, afinal, a maioria dos homens brasileiros são traídos por incompetência e eu não falo nada e nem me interessa. Continuando. A principal frase dessa obra é “Não se nasce mulher, se torna mulher.” e foi ela que gerou todo esse ataque, hora como doutrinação da ideologia de gênero, hora como uma tentativa de doutrina comunista (como se o comunismo defendesse alguma mulher, as russas e as alemãs estupradas no final da segunda guerra mundial, que o digam), como se o comunismo se preocupasse com frases e doutrinações num ENEM. Ideologia do gênero prega que todo homem e toda mulher é uma construção social – estão errados? – no sentido de não poderem fazer suas próprias escolhas. Claro que exagero. Uma mulher que mesmo numa cultura mais ou menos liberal, vai se sentir mulher ao se deparar para sua identidade individual de mulher, o homem com as facilidades que o gênero permite (porque o mundo ainda insiste ser machista), vai se identificar muito mais fácil com sua identidade masculina. Mas quando a homossexualidade em jogo? Quando a mulher é ensinada a ser mulher porque “mocinhas” devem se “comportar” e os “mocinhos” tem que sair por ai “galinhando”? Mas quando deixamos as crianças escolherem sua religião, sua ideologia, sua carreira e quem e onde casar? Eu fui criado que não é porque sou menino que vou “galinhar” por ai, não xingar nenhuma mulher de “vagabunda” mesmo que ela me agredir, e o mais interessante, que homens e mulheres são iguais. Cada um escolheu seu cainho, escolhi o meu em ser heterossexual, publicitário e TI, ser noivo de uma linda mulher e ainda ser anarco-libertário. E como disse Zakk Wyde, não tenho religião, sou um soldado de Jesus Cristo.
A construção de um caráter (ética), não é uma construção psicossocial dentro de uma etnia que estamos inseridos? Você não nasce negro, não nasce mulher, não nasce deficiente, não nasce pobre ou rico, não nasce homem e tão pouco, nasce brasileiro, europeu, norte-americano e etc, você torna a partir de imposições socioculturais que foram construídas dentro de seculos. Como sei que sou homem, brasileiro, deficiente (cadeirante), caucasiano (italo-hispano-basco) e que sou anarco-libertário? Pela identidade que foi construída dentro desses estereótipos que formaram meu caráter (ética) ao longo dos seculos e talvez, existe fatores ainda espirituais que as pessoas não gostam muito de colocar (principalmente no academismo). Esse é o discurso do poder que nos escraviza e nos faz pensar que somos providos de liberdade para tal escolha, mas existe liberdade quando somos e pensamos diferente? Simone de Beauvoir certamente, quis chamar atenção as outras mulheres que não são obrigadas a acatar os estereotipo que a sociedade acabam lhe pondo, como frágil, como que não sabe o que faz, como se dependesse do homem para tudo e hoje em dia, não é bem assim. Talvez isso gerou ódio mortal das mulheres – a educação daqui, muitos homens tem ódio mesmo das mulheres como se elas tivessem culpa do fracassado que alguns homens são – esse ódio vem do medo de perder tudo aquilo que se tem, perder os privilegias, perder a dominação e a religião cristã (Pelo menos a protestante), odeia esse discurso porque Eva tentou Adão a comer o fruto, as mulheres (que na cabecinha são descendentes de Eva) devem paga por isso por toda a eternidade. A pergunta é: isso que Jesus Cristo pregava? Não li nada disso nos quatro evangelhos que foram canonizados e em nenhum apocrifos que a igreja, claro, não reconhece. O que li é que sempre as mulheres eram defendidas por Cristo e ainda, o seguiam, principalmente, Maria sua mãe e irmãs e Maria de Magdala (Madalena num modo latino). Lógico que no velho testamento a mulher era submetida, estamos falando de uma cultura hebraica machista e nessa cultura foi construída as religião judaica, mas estamos falando do cristianismo e isso as teologias inúmeras não entendem, ou você é judeu, ou você é cristão.
Para concluir vamos refletir. Por que houve esse alarde dentro das alas mais conservadoras? Porque nosso povo brasileiro – seja esquerda, direito, corintiano ou palmeirense – odeia mudança por ser um povo acomodado, não temos a cultura de sair da nossa zona de conforto para mudar alguma coisa. Outra ala dentro do nosso povo, usa isso como 5 minutos de fama e é isso, querem fama e reconhecimento. Alguém acha que um intelectual que mora nos EUA ou em outro lugar, vai está preocupado com o Brasil? Claro que não. Querem ficar em evidencia, querem vender revista, querem pagar de revolucionários, quem sua parcela de fama. Isso é evidente. Claro que há exagero e posso dar uma de advogado do diabo e dizer que por um lado a mulher quer ser independente, quer ter sua vida, quer escolher o seu caminho, mas existe coisas que ela não abre mão. Como o homem pagar a lanchonete. Como o homem tomar as decisões difíceis. O homem defender sua honra. O homem ser protegido e ela bater na “outra” e etc. Como há homens criados para terem ódio mortal de mulher, como se elas fossem culpadas de sua desgraça de vida, nunca vão esquecer do pecado original. Não é uma construção social? Sim, claro. Mas se aceita essa construção como algo que aceitamos como verdade absoluta, mas não há verdades absolutas dentro de um prognostico social e isso não podemos negar. As varias teorias e utopias que prometeram tirar o ser humano das “correntes” – que mesmo Rousseau não conseguiu sair – que o aprisionaram (alguns querem ficar nessa prisão) e não conseguiram, porque é uma coisa cultural e não uma coisa que se pode mudar em uma hora para outra. Na verdade, não é as utopias ideológicas que vão salvar o ser humano, mas ele mesmo com o conhecimento e a construção do seu próprio ideal. Não é o poder que nos doutrinam, mas nós mesmos.


Amauri Nolasco Sanches Junior, 39, publicitário, TI e filósofo.