Terceira edição da pesquisa Oldiversity mostra que marcas investem em acessibilidade para clientes com deficiência, mas discriminam profissionais com deficiência na contratação de funcionários.(Blog: Vencer Limites)
Particularmente, não gosto do termo inclusão por várias razões que poderíamos escrever um livro sobre. Mas, essa matéria do blog Vencer Limites - que gosto bastante - fala de uma coisa que eu não canso de escrever em varios textos ao longo de anos. Só digitar: Amauri Nolasco Sanches Jr e cotas de empresas longo aparece algum texto e não é por menos, desde 2004 até 2018, fiquei mandando currículo direto para empresas e nada de nenhum emprego, só alguns trabalhos de jornalismo pela web. Então, quando li essa reportagem, nada me surpreendeu. No outro artigo chamado: “Lugar de deficiente é na AACD?”, mostro que sempre quando falamos de deficiência - num modo bastante sério - ninguém dará a mínima atenção. Por que? Como a deficiência mostra a fragilidade humana e que não somos seres especiais - a questão de sermos a “imagem e semelhança de Deus” é um modo de explicar nosso espírito - e sim, animais como todos que habitam nosso planeta.
Voltando a ideia de inclusão, a questão de incluir algo ou alguém tem a ver com o fato desse alguém (no caso, as pessoas com deficiência) estar ou não dentro de uma sociedade. Não nascemos fora de uma sociedade. O que lutamos e isso tem muito mais a ver com equidade, é a igualdade de oportunidades que muitas pessoas como eu não tem. Não adianta acessibilizar um aeroporto, se o mínimo de pessoas vão usar e a maioria não tem nem calçadas para sair. Não adianta tirar os impostos das cadeiras de rodas e outros aparelhos, se não há fiscalização das fábricas que continuam vendendo cadeiras caras. Não adianta tirar o IPVA ou outros impostos do carro, se não temos dinheiro nem para comprar uma cadeira de rodas boa. E não adianta temos cotas para trabalhar, se temos que lutar hora porque temos que fazer entrevista e dinâmica com pessoas que não tem deficiência, hora temos que pagar universidades porque não há facilidade de entrar numa universidade pública (e nem um transporte de verdade). Fora que o nosso próprio segmento - desorganizado e com tantas estrelas e pouca constelação - não tem nem organização e muito menos prioridades. Como querem chamar atenção social e política?
Eu concordo com Aristóteles, somos animais políticos porque somos animais sociais e o termo grego “politikon”, era exatamente o termo de pessoas interessadas pela sua polis (cidade-estado). Sera que pessoas com deficiência podem ser políticas, já que somos humanos como qualquer um? E isso nos remete a uma outra questão: a deficiência não poderia nos definir porque a deficiência é uma condição que, porventura, fazemos tratamento, podemos superar ou não ela (não estou me referindo ao “exemplo de superação”). E ai que esta, quem vai dizer se podemos ou não superar nossas deficiência? Mas, por outro lado, o que esperar de pessoas que dizem coisas do tipo: “deficientes tem que se inscrever na AACD” ou “lugar de louco é no CAPs”? Não sejamos inocentes e nem bobos, na essência, quase todo mundo tem os mesmos preconceitos que levaram o nazismo. Crianças com tendência de terem Síndrome de Down são abortadas no estrangeiro, ou em alguns Estados dos EUA, a família tem o direito de fazer operações do útero de mulheres com deficiência.
Essa pesquisa mostra que donos de empresas podem ter estudado - a grande parcela não tem qualificação em administração - mas não aprenderam, que é além do estudo. Eu tenho a plena certeza que muitos querem consumir. Afinal, todas as empresas que mandei currículo (principalmente, o Santander) me mandavam suas propagandas sem vergonha e nenhuma proposta de emprego, um patrocínio para meus vídeos, nenhuma proposta de parceria. Somos, ainda, a escória social que muitos deficientes aceitam para se mostrar. Toda propaganda de cadeira de rodas está lá um comentário: “qual o preço” como se o indivíduo pudesse comprar, sendo que muitas vezes, nem sabe onde é a loja. Eu, estou pensando seriamente em parar de consumir certos produtos, pois, se não me dão emprego, não tenho dinheiro para comprar a sua quinquilharia.
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