“Se o rock é ilegal, me enfiem na prisão!”(Kurt Cobain)
Há
dois problemas no Brasil: um é a educação escolar e a outro é a
cultura. Somos um povo que não temos o hábito de conversar com os
filhos certos assuntos, não temos o hábito de incentivar as
crianças a lerem, não temos o hábito de cobrar dos nossos
políticos em dar para nossas crianças uma educação de qualidade.
Educação de qualidade — a escolar que vai fazer a criança ser
cidadão — não é só ensinar os jovens a ser um bom profissional,
pois uma universidade de verdade, faria todo esse serviço. Mas, ser
um cidadão que amasse seu país de verdade e não ficasse indignado,
só porque o dinheiro acabou. Votar em pessoas que, realmente, tenham
um pingo de vontade politica e essa vontade politica, não tem nada a
ver com a esquerda ou a direita. A esquerda cuida do social, a
direita cuida da infraestrutura de um país. Mas, o que dizer de uma
agenda moral? Como um governo, preocupado com uma moralidade
conservadora, pode se meter na vida do cidadão de uma nação?
Daí,
entramos em um outro problema que o Brasil tem. Que cultura podemos
definir como brasileira? Esse é um problema com 200 anos no mínimo,
pois, nem ao menos nós, conseguimos definir uma cultura para chamar
de nossa. Eu, particularmente, acho que a nossa verdadeira cultura é
aquilo que procuramos gostar e aquilo que tem como identidade
nacional. Definir o samba, talvez, fosse interessante, assim como, o
sertanejo raiz. Por outro lado, tem o paradoxo do conservador, pois,
se não podemos definir uma cultura nossa como identidade nacional,
vamos conservar o que? O catolicismo é italiano (nascido no antigo
império romano), o protestantismo é alemão (porque Lutero era
alemão), fora que o nosso império sempre foi português com
variações entre a Áustria e a França. Então, quais valores temos
que conservar, se todos eles são importados pelos nossos
antepassados? Fora,
que o cristianismo é uma variação do judaísmo e veio do oriente
médio.
Não
vou falar que não gosto de alguns cantores da MPB (música popular
brasileira), mas, eu ouço na maior parte do tempo, rock e metal,
porque é o gênero que ajuda a ter uma válvula de escape. Não tem
nada a ver de ter ou não revolta e só bandas americanas, mesmo o
porquê, as maiorias das bandas que eu ouço são europeias. Então,
acho a crítica do Olavo de Carvalho dentro de um aspecto — veja
que em todos as postagens dele sobre, são bandas americanas, ou
seja, ele nem sabe as verdadeiras nacionalidades — limitado, fica
difícil definir o que é que ele está falando. Porque, quem lê
sobre o assunto e quem sabe várias biografias de bandas, vai saber,
que o cenário do heavy metal é um cenário, em sua maioria,
europeu. As únicas mandas clássicas do metal conhecidas americanas,
são o Kiss, W.A.S.P, Twisted Sister, Metallica, Megadeth e Slayer.
As outras bandas, são entre o cenário inglês e o alemão. Não tem
metal só americano, que aliás, o Olavo não sabe, mas, o americano
não gosta muito do metal tradicional, ele mistura.
Também
o Olavo de Carvalho vai ter se atualizar, pois, do metal que era
satânico (como forma de rebeldia) mudou para, muitas bandas,
regravarem ou fazerem músicas clássicas. Por
exemplo, a banda espanhola Dark Moor, regravou várias músicas
clássicas e fizeram letras a partir dessas músicas.
Assim como, existem
outras bandas que também gravaram outras musicas clássicas, como
medievais do cancioneiro folclórico.
Como assim o metal emburrece o ser humano como diz Olavo de Carvalho?
Aliás, existe até uma banda sueca, o Sabaton, que gravou uma música
em homenagem aos pracinhas brasileiros que lutaram na segunda guerra
mundial. Se existem banda de heavy metal que ensinam história, que
mostram música clássica erudita e mostra canções
folclóricas
medievais, como esse gênero emburrece? Aliás, se a Dark Moor
gravou a musica de Amadeus Mozart, Die
Irae, que é uma letra religiosa,
como é um gênero satânico?
Como inúmeros grupos.
Essa
enxurrada de
mentecaptos no governo — principalmente, na área de cultura —
vai ser sempre culpa da religiosidade exagerada que no Brasil temos.
Um outro problema, que o ideólogo do governo esqueceu completamente,
que a esquerda (principalmente, a comunista) não gosta de rock,
tanto que fizeram um movimento contra a guitarra elétrica. A
esquerda mais radica (raiz mesmo), diz que o rock é uma musica
burguesa que só traz a inverdade e que não há nada de inteligente
no gênero, portanto, somos considerados reacionários (como alguns
metaleiros são mesmo). Acho,
sinceramente, que Olavo de Carvalho deveria, seriamente, pesquisar
outras fontes ou parar de ler paranoias na internet que não condiz a
realidade. Portanto, sou um terrabolista, roqueiro, metaleiro e
satânico.
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