quinta-feira, dezembro 05, 2019

Olavo de Carvalho não entende de rock e muito menos, de heavy metal


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Se o rock é ilegal, me enfiem na prisão!”
(Kurt Cobain)



Há dois problemas no Brasil: um é a educação escolar e a outro é a cultura. Somos um povo que não temos o hábito de conversar com os filhos certos assuntos, não temos o hábito de incentivar as crianças a lerem, não temos o hábito de cobrar dos nossos políticos em dar para nossas crianças uma educação de qualidade. Educação de qualidade — a escolar que vai fazer a criança ser cidadão — não é só ensinar os jovens a ser um bom profissional, pois uma universidade de verdade, faria todo esse serviço. Mas, ser um cidadão que amasse seu país de verdade e não ficasse indignado, só porque o dinheiro acabou. Votar em pessoas que, realmente, tenham um pingo de vontade politica e essa vontade politica, não tem nada a ver com a esquerda ou a direita. A esquerda cuida do social, a direita cuida da infraestrutura de um país. Mas, o que dizer de uma agenda moral? Como um governo, preocupado com uma moralidade conservadora, pode se meter na vida do cidadão de uma nação?
Daí, entramos em um outro problema que o Brasil tem. Que cultura podemos definir como brasileira? Esse é um problema com 200 anos no mínimo, pois, nem ao menos nós, conseguimos definir uma cultura para chamar de nossa. Eu, particularmente, acho que a nossa verdadeira cultura é aquilo que procuramos gostar e aquilo que tem como identidade nacional. Definir o samba, talvez, fosse interessante, assim como, o sertanejo raiz. Por outro lado, tem o paradoxo do conservador, pois, se não podemos definir uma cultura nossa como identidade nacional, vamos conservar o que? O catolicismo é italiano (nascido no antigo império romano), o protestantismo é alemão (porque Lutero era alemão), fora que o nosso império sempre foi português com variações entre a Áustria e a França. Então, quais valores temos que conservar, se todos eles são importados pelos nossos antepassados? Fora, que o cristianismo é uma variação do judaísmo e veio do oriente médio.
Não vou falar que não gosto de alguns cantores da MPB (música popular brasileira), mas, eu ouço na maior parte do tempo, rock e metal, porque é o gênero que ajuda a ter uma válvula de escape. Não tem nada a ver de ter ou não revolta e só bandas americanas, mesmo o porquê, as maiorias das bandas que eu ouço são europeias. Então, acho a crítica do Olavo de Carvalho dentro de um aspecto — veja que em todos as postagens dele sobre, são bandas americanas, ou seja, ele nem sabe as verdadeiras nacionalidades — limitado, fica difícil definir o que é que ele está falando. Porque, quem lê sobre o assunto e quem sabe várias biografias de bandas, vai saber, que o cenário do heavy metal é um cenário, em sua maioria, europeu. As únicas mandas clássicas do metal conhecidas americanas, são o Kiss, W.A.S.P, Twisted Sister, Metallica, Megadeth e Slayer. As outras bandas, são entre o cenário inglês e o alemão. Não tem metal só americano, que aliás, o Olavo não sabe, mas, o americano não gosta muito do metal tradicional, ele mistura.
Também o Olavo de Carvalho vai ter se atualizar, pois, do metal que era satânico (como forma de rebeldia) mudou para, muitas bandas, regravarem ou fazerem músicas clássicas. Por exemplo, a banda espanhola Dark Moor, regravou várias músicas clássicas e fizeram letras a partir dessas músicas. Assim como, existem outras bandas que também gravaram outras musicas clássicas, como medievais do cancioneiro folclórico. Como assim o metal emburrece o ser humano como diz Olavo de Carvalho? Aliás, existe até uma banda sueca, o Sabaton, que gravou uma música em homenagem aos pracinhas brasileiros que lutaram na segunda guerra mundial. Se existem banda de heavy metal que ensinam história, que mostram música clássica erudita e mostra canções folclóricas medievais, como esse gênero emburrece? Aliás, se a Dark Moor gravou a musica de Amadeus Mozart, Die Irae, que é uma letra religiosa, como é um gênero satânico? Como inúmeros grupos.
Essa enxurrada de mentecaptos no governo — principalmente, na área de cultura — vai ser sempre culpa da religiosidade exagerada que no Brasil temos. Um outro problema, que o ideólogo do governo esqueceu completamente, que a esquerda (principalmente, a comunista) não gosta de rock, tanto que fizeram um movimento contra a guitarra elétrica. A esquerda mais radica (raiz mesmo), diz que o rock é uma musica burguesa que só traz a inverdade e que não há nada de inteligente no gênero, portanto, somos considerados reacionários (como alguns metaleiros são mesmo). Acho, sinceramente, que Olavo de Carvalho deveria, seriamente, pesquisar outras fontes ou parar de ler paranoias na internet que não condiz a realidade. Portanto, sou um terrabolista, roqueiro, metaleiro e satânico.

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