quarta-feira, janeiro 03, 2024

Facebook nazifascista?


Mark Zuckerberg e seus programadores vendo suas postagens 






Fui censurado no Facebook por chamar o brasileiro de hipócrita. Se Jesus tivesse um diálogo com fariseus dentro do Facebook, com toda a certeza, seria censurado. As questões sobre quem deve ou não ser silenciado, tendem a saber se aquilo é ou não colocado como ódio e ódio, segundo o mestre Yoda e filósofos budistas, são a causa de sofrimentos. A realidade dói mais do que se pensa. Mesmo por isso, o Facebook sempre atrapalhou quem vincula notícias - como eu - porque existe um politicamente correto e por um lado cerceia os preconceituosos, por outro lado, fazem restrições muito sérias contra o direito de falar.

Mas, o que quer dizer hipócrita? Hipócrita é um adjetivo e substantivo de dois gêneros (feminino e masculino) que ou é aquele que demonstra uma coisa, quando sente ou pensa, que pode dissimular sua verdadeira personalidade e afeta, quase sempre por motivos interesseiros. Ou por medo de assumir sua verdadeira natureza, qualidade ou sentimentos que não sentem. Ou seja, são fingidos, falsos ou simulados. Isso é discurso de ódio? Será que sendo brasileiro - juro que nasci no Brasil - eu tenho ódio do brasileiro? A critica filosófica (aprendemos isso na universidade e fora da universidade) não é só dizer coisas agradáveis do tipo “autoajuda”, a filosofia e o modo filosófico preza a liberdade e o desprezo aquilo que se chama tirania, seja do modo politico (como ditaduras de direita e de esquerda) e no modo social (linguagem e discurso).

Ainda, a meu ver, filósofos deveriam estar acima de ideologias políticas, religiões, discursos que a maioria gostam porque buscamos a verdade dentro da realidade imposta (condicionada). Os filósofos budistas tem razão, vivemos em uma ilusão muito grande em achar que somos separados da nossa mente, porque somos nossa mente. Somos: mente+corpo-alma. Um conjunto de elementos que sentimos, percebemos e sabemos como é a realidade, mesmo que, muitos elementos da realidade, duvidamos. Já os preconceitos e as discriminações não vão parar por causa da linguagem e nem pela imposição da linguagem errada ou não, daí, tenho que concordar com Foucault: nenhum discurso que venha da grande massa, está sem nenhum interesse. Aliás, sempre lembrando que Foucault era muito mais nietzschiano do que marxiano, que pegou essa noção de Nietzsche.

Nietzsche era o filósofo da desconfiança. Seja em um discurso linguístico - ele era filólogo - seja na moral (leiam a Genealogia da Moral), sempre o ser humano constrói seu arcabouço de conhecimento levando em si algum interesse. Resumindo: todo mundo que comenta ou denuncia nas mídias sociais (trazendo a discussão para hoje) defende posições que lhe foram impostas pelo poder a séculos ou a décadas. O poder - aí é minha visão agora - usa discursos de pensadores não porque concorda com eles, mas, porque interessa a eles. Nietzsche foi cooptado pelos nazistas e quando viram que não era o que eles pensavam, largaram o pensamento dele de lado. Foram muitos anos de estudo de separar o que a irmã dele tinha forjado, e o que ele mesmo tinha escrito de verdade, levando a várias conclusões erradas que Nietzsche compactuava com o antissemitismo nazista (tanto é, que existem alforismas que defendem o povo judeu).

Foucault não quis dizer que se deve identificar o indivíduo através do discurso, mas, desconfiar se aquele discurso realmente é verdade ou é um modo punitivo de controle. Vamos dar o exemplo entre deficiente e pessoa com deficiência - que é minha área - que em um modo linguístico, a ofensa só recai quem ouve. O que diz o senso comum (quero dizer o discurso)? Que uma pessoa que tem um corpo que não está dentro da normalidade é de-eficiente (o “de” quer dizer uma negação), ou seja, ela não se encaixa dentro de um padrão dentro de um mundo capitalista do trabalho - no socialismo e em outros regimes o discurso costuma ser pior - e que não pode ser normalizado. Pessoa com deficiência acaba sendo o mesmo, porque é uma pessoa não eficiente, que não há nenhuma eficiência. Daí vem o discurso do controle, porque não se precisa entender se aquilo é ou não verdade ou o significado, mas, que aquilo é ruim (outro depositivo de controle é o Mito do Sofrimento dos deficientes e a importancia do aborto de fetos com tendencias a sindrimes, ou eutanasia de pessoas com deficiência como é mostrada no filme e no livro “Como eu era antes de você” e outros exemplos).

Como se vê, mudar o discurso (ou o termo) não mudará o fato da cobrança de não ser eficiente segundo a sociedade e as pessoas - usando a religião - podem se ofender. Eu sei da minha eficiência no que faço, pouco me atingem com o fato das pessoas acharem que sou “coitado” ou não eficiente. O problema é a doutrinação ao ponto de uma rede social, como o Facebook, ter em seu algoritmo o termo “hipócrita”, e pior ainda, colocar como “discurso de ódio”.

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